terça-feira, 29 de junho de 2010

Sem fúria, mas com inteligência, Espanha avança na Copa

Por Rodrigo Pereira,


Fechando as oitavas-de-final tivemos o duelo da Península Ibérica, entre os dois paises colonizadores da América do Sul: Espanha e Portugal. De um lado, a equipe sensação com fama de amarelar, a Espanha. Do outro, os portugueses capitaneados por Cristiano Ronaldo. Ambos os países, cada um pelo seu motivo, cercado por expectativas e desconfianças. Um ficaria pelo caminho. E venceu aquele que jogou melhor. Espanha 1x0, gol de David Villa, artilheiro da Copa junto com Higuain da Argentina e Vittek da já eliminada Eslováquia. Com gol em impedimento. Mas seguiu adiante.


A equipe espanhola tem uma forma de jogar muito clara. Posse de bola, até encontrar uma brecha para entrar na área adversária. Mas falta algo. Falta um camisa 10. A fúria tem o melhor grupo de camisas 8,aquele jogador que marca e sai com qualidade, igualmente, na Copa: Xavi, Iniesta, Xabi Alonso e Cesc Fábregas desempenham a função de 2º/3º homem de meio-campo perfeitamente. Mas na hora do toque que deixa o atacante na cara, pra finalizar, falta algo. O destaque espanhol são os chutes de fora da área. As melhores chances foram desta forma. Sem dúvida, é um meio-campo muito forte. E possui dois bons atacantes:o excelente David Villa(até o momento, um dos destaques desta Copa) e em ascensão Fernando Torres. Ou seja, é uma equipe com um meio-campo excepcional, uma defesa normal(Puyol e Pique não comprometem, mas também não decidem) e um bom ataque. A falha espanhola, já observada nos seus jogos anteriores, é o último passe. Como suas defesa é normal, contra um time compacto, como Brasil e Alemanha, poderão ter problemas para furar bloqueios e problema para conter ataques. Principalmente pela lamentável fase de Iker Casillas nesta Copa. Contra paraguaios, ainda devem passar. Depois vem o primeiro teste de fogo dos espanhóis.

Isto porque, confirmou-se a visão vislumbrada anteriormente dos portugueses: o time é mediano. Somente Cristiano Ronaldo é um jogador acima da média. E Carlos Queiroz, que nunca foi inquestionável, não conseguiu montar uma equipe bem armada, como Dunga conseguiu, para ter apenas um jogador acima da média. Muito pouco para uma Copa do Mundo. Ainda mais quando este seu grande jogador não joga. Qualquer treinador com um mínimo de inteligência, vai colocar álguem para anulá-lo. E ai, descobrimos que Cristiano Ronaldo está abaixo de Messi. Que ele é um bom jogador, não um craque. Ele corre, tenta, busca. Mas não decidiu. Não inventou, não foi criativo, para fugir das marcações. Nesta Copa, poucos jogadores se destacaram nesta seleção. O lateral Fabio Coentrão foi bem. O goleiro Eduardo foi seguro. Bruno Alves também. Jogadores de defesa. O que, nesta Copa, ficou provado que só marcar não adianta. É necessário balançar as redes. O poder ofensivo português foi fraco. Enganoso na vitória sobre a Coréia do Norte. Sem Nani e Deco(ainda que eu não ache que ele fosse resolver algo), coube a Tiago criar. Ele é esforçado. E só. Além disso,criar pra quem?Simão, Hugo Almeida, Liedson. Nenhum deles correspondeu. Danny é limitado. Não deu liga. Agora, voltarão para Lisboa. Sentarão, comerão uns bolinhos de bacalhau e pensarão: O que fazer diferente para se consolidar como uma grande seleção?Senão, viverão sempre como uma seleção de lampejos. Desta vez não houve.

Um comentário:

  1. Acima de tudo Portugal foi covarde. Mesmo sem Nani e com Deco fora de três dos quatro jogos, Carlos Queiroz tinha bons jogadores, mas não conseguiu montar um time. Desde as Eliminatórias os portugueses passaram sempre raspando e acabaram ficando na prova final. Faltou ambição, agora nossos patrícios têm quatro anos para aprenderem a lição.

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