segunda-feira, 21 de junho de 2010

Vinho chileno consegue furar a defesa suíça

Por João Oliveira,
Sabe aquela história de água mole pedra dura, tanto bate até que fura? Parece clichê, não é mesmo? Então, que tal um bom vinho chileno derramado entre os vãos de um queijo suíço? Por mais esquisito que pareça, é essa a face do jogo de hoje entre Chile e Suíça. Jogando algo que não tem nada a ver com futebol, os suíços bateram uma marca histórica. Até o gol do chileno González, aos trinta minutos do segundo tempo, as redes suíças ficaram 559 minutos sem serem vazadas em Copas do Mundo, superando a marca anterior da Itália, de 550 minutos sem sofrer gols.
Tudo bem que o feito é histórico e que esquemas táticos defensivos fazem parte do esporte bretão. Mas o que a Suíça fez nos seus dois jogos desse Mundial é constrangedor. A vitória contra a Espanha, na primeira rodada, foi mera casualidade. Diferente de outras seleções, que se defendem bem, mas exploram os contra-ataques, o ferrolho suíço se limita a se defender e dar chutão para frente. Ainda mais depois de ter um jogador expulso ainda no primeiro tempo.
O empate que poderia ganhar status de heroico, seria, na verdade, injusto caso acontecesse. Os europeus jogaram na retranca desde o início da partida, a explusão de Behrami apenas tirou da seleção do Velho Continente mais um jogador para marcar, apesar da inscrição do atleta como "meia".
Com um jogo ousado, vertical, os chilenos melhoraram quando Valdívia entrou no lugar do ainda fora de ritmo Suazo. El Mago provou que não pode ficar de fora do time titular de Marcelo Bielsa, que deve ter ficado ainda mais louco com as chances perdidas já no fim da partida.
Depois de levar o gol, os suíços tentaram subir um pouco mais, porém sem sucesso. A retranca suíça enfim desmoronou, e o Chile teve algumas boas chances de matar o jogo e aumentar seu saldo de gols. Com a magra vitória por 1x0, os chilenos entraram no hall de Brasil, Holanda e Argentina, com 100% de aproveitamento. A seleção andina lidera o grupo H, mas vai precisar segurar a Espanha na última rodada.
Apesar da liderança e das boas atuações, a classificação chilena ainda é um mistério. E no ritmo do suspensa, o livro 2666, do autor chileno Roberto Bolaño (sem 's' no final, ele não é o Chaves). A narrativa é sucesso nos EUA e está sendo bastante procurada nas livrarias brasileiras, vale à pena conferir.

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