terça-feira, 29 de junho de 2010

Bielsa esquece o Gardenal e leva vareio do Brasil

Por João Oliveira,
Para quem esperava um jogo complicado, o Brasil surpreendeu e fez o jogo se tornar simples. Sem Felipe Melo, contundido, Dunga escolheu Ramires para jogar como segundo volante. O jogador do Benfica deu mais velocidade na saída de bola brasileira, um dos maiores problemas do Brasil até então. Com a recuperação de Suazo, Marcelo Bielsa colocou o atacante no lugar de Valdívia. A alteração daria ao time chileno uma referência forte no ataque.
Mais do que esquemas táticos, um jogo de futebol é decidido pela disposição e postura dos atletas. Não, não vou cair na mesmice de dizer que o Chile tremeu para o Brasil. Mas, enquanto nosso adversário vinha para cima sem muita convicção, o Brasil pressionava a saída de bola da zaga adversária, que jogou desfalcada. O toque de bola refinado do time andino parou na defesa brasileira que não deu espaço para os três atacantes chilenos. Sem Valdívia, o Chile perdeu uma referência na ligação entre defesa e ataque.
Já o Brasil mostrou muita vontade e contou com boas atuações individuais. Juan, Gilberto Silva e Ramires foram destaques, apesar do caráter discreto de cada um na equipe. O time chileno, muito nervoso, cumpriu sua vocação ofensiva, mas contou com uma boa dose de falta de confiança e fraca atuação dos pontas Sanchéz e González.
A loucura de Bielsa, que chegou a assustar a Espanha, não foi páreo para o time de Dunga. Depois de um gol em jogada de bola parada, a Seleção teve mais espaços para explorar os contra-ataques e ampliar o marcador. O domínio brasileiro na partida e no placar desmoralizou o bom trabalho feito pelo técnico argentino.
A facilidade com que a seleção brasileira venceu impressiona. Os brasileiros colocaram o Chile no seu devido papel de saco de pancadas. E o mais importante, chega com muita moral para o jogo contra a Holanda pelas quartas-de-final. Por mais fraca que tenha sido a atuação dos chilenos, nunca é muito lembrar que o Brasil com autoridade um bom time de futebol.
Resta saber se esse desempenho, o melhor do Brasil até agora no Mundial, vai se repetir contra os holandeses, que não devem nos dar tanta colher de chá quanto nossos fregueses chilenos.
A fama de mau do Brasil, que assustou os chilenos, é fichinha em relação às histórias do Tremendão Erasmo Carlos. Alguns desses casos estão na auto-biografia do cantor: Minha Fama de Mau.

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