sexta-feira, 25 de junho de 2010

Duelo de compadres termina em samba



Por João Oliveira,
Pela primeira vez nessa Copa resolvi assistir um jogo do Brasil em lugar público. Preferi ficar de fora das tradicionais festas para analisar melhor os jogos, mas dessa vez foi diferente. Acompanhei a partida na Cadeg (Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara), um dos refúgios da colônia portuguesa no Rio de Janeiro.
O velho clichê de jogo entre nações amigas e povos irmãos caiu muito bem na peleja entre Brasil e Portugal. Praticamente classificados, a grande dúvida era saber quem seria o primeiro colocado no grupo.
Lá na Cadeg, o empate era considerado um ótimo resultado. Com direito a shows de fado e samba, brasileiros e portugueses se uniram para a transmissão da partida. Com muito bolinho de bacalhau e cerveja, o jogo foi ficando em segundo plano.
A postura das duas equipes em campo ajudou diminuir o interesse pelo jogo. Nossos patrícios jogaram com a cautela típica de quem precisava apenas de um empate para passar de fase, enquanto a seleção brasileira se limitava a tocar a bola de lado.
A pasmaceira só foi abalada depois de algumas jogadas mais ríspidas. Felipe Mello, enfim, estreou seu lado mais conhecido na Copa. Depois de se enroscar com mais um Joaquim (o camisa 15) do meio-campo português, o 'Daniel San' brasileiro foi substituído antes que levasse o segundo cartão amarelo, ou um iipon do adversário, que acabou acertando o volante brasileiro, que é dúvida para o próximo jogo.
Diante de outra defesa fechada, o Brasil mais uma vez não conseguiu criar jogadas de perigo. Sem Kaká, suspenso, Elano, machucado, e Robinho, poupado, o técnico Dunga escalou Júlio Baptista, Daniel Alves e Nilmar. As substituições serviram para mostrar que não temos opções no banco de reservas. Não temos um jogador capaz de entrar e decidir, ou ate mesmo incendiar um jogo.
Já os europeus, também tiveram poucas chances, porém mais perigosas que os brasileiros. Com um pouco mais de capricho, sairiam com a vitória. Porém não pareciam com muita vontade de arriscar.
Apesar do clima morno do duelo, a festa na Cadeg não se deixou contagiar pelo ritmo lento da partida, e continuou agitada. Ao contrário do que fazia sua seleção em campo, os portugueses não tiveram medo e caíram no samba junto com passistas de escolas de samba. No campo do samba, nossos coirmãos não tiveram vergonha de caírem de quatro pelas brasileiras.
Portugal e Brasil só se enfrentarão nessa Copa em uma eventual final. Caso isso aconteça e o clima de amizade continue, nossos parceiros lusos tem mais alguns dias para não passarem vergonha no samba. Para ajudá-los, Almanaque do Samba, de André Diniz. Mesmo que não aprendam, terão uma ótima leitura.

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