Por João Oliveira,
Mais uma vez a Holanda venceu na Copa, assim como venceu todos os jogos das Eliminatórias. É a primeira vez na sua história, que a seleção europeia vence as quatro primeiras partidas de um Mundial. Com mais uma atuação bastante sóbria, a Laranja Mecânica jogou com a mesma tranquilidade da primeira fase, deixando o duelo pelas oitavas parecido com um simples jogo de fase classificatória.
Essa eficiência toda veio depois de uma mudança de estilo do futebol holandês. De vistoso, técnico e ofensivo, o estilo de jogo da Holanda passou a ser pragmático, mas não improdutivo. A defesa está mais bem postada, os jogadores sabem o que fazer dentro de campo.
A Eslováquia fez muito mais do se esperava dela. Talvez a maior zebra da Copa, ao eliminar os italianos. Mas é um time fraco, com muita transpiração e pouco pensamento. O gol de Vittek no final foi um prêmio ao esforço do time eslovaco, que tentou, mas não chegou a ameaçar os holandeses, que venceram sem sustos.
Já o time da Holanda é mais do que um time certinho. Robben, cada dia mais recuperado da lesão, e Sneijder fazem a diferença em uma equipe que preza pela organização. O camisa 11 do time Laranja deitou e rolou pelo lado esquerdo da defesa eslovaca, com direito a um passe espetacular de Sneijder no primeiro gol. O tão esperado show coletivo dos holandeses ainda não aconteceu. Talvez nem apareça, mas é provável que tenhamos alguns solos protagonizados pela dupla.
Com um time muito bem arrumado e o auxílio luxoso da dupla de carequinhas, a Holanda ganha cada dia mais força, e entrou de vez no grupo dos favoritos para o título. O caneco que não veio com a velha Laranja Mecânica, pode vir agora com uma laranja orgânica, uma Nova Holanda. Talvez menos doce, mas muito mais saborosa quando provada com a Taça Fifa a tira colo.
Por causa do trocadilho do título e de um filme que assisti ontem a dica de livro é: Cidade Partida, de Zuenir Ventura. Para quem não conhece, Nova Holanda é uma das favelas do Complexo da Maré. Já o livro é essencial para cariocas de todos os cantos, de todos os complexos.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
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