A primeira vez da Eslovênia

Por João Oliveira,
Mais difícil do que acordar cedo num domingo foi se manter acordado durante a pelada que foi Argélia X Eslovênia. Depois das diversas críticas de jogadores à Jabulani, os argelinos e eslovenos também entraram na onda e resolveram fazer do silêncio sua maior arma. Ao invés das palavras, caneladas foram dadas à bola oficial da Copa do Mundo. Diferente dos jogadores, que criticaram a bola, nós, os torcedores, continuamos com nossas procissões diárias de acompanharmos todos os jogos.
No duelo entre duas seleções que se clasificaram na repescagem das Eliminatórias, a FIFA deveria analisar se realmente é necessário contarmos com 32 seleções na fase final do Mundial. A tradição da Copa do Mundo e os torcedores que acompanham todos os jogos não merecem tal desrespeito.
As emoções se resumiram aos torcedores argelinos que invadiram o campo para cumprimentarem seus jogadores, durante o reconhecimento do gramado. Outro fã do time africano subiu em uma das torres de iluminação do estádio, de onde acompanhou todo o segundo tempo da partida.
Dentro de campo, a Eslovênia armava sua esperada retranca e esperava a Argélia, que, sem qualidade, não conseguia assustar os europeus. Exceto numa cobrança de falta bem defendida pelo goleiro esloveno. No segundo tempo, o técnico Rabah Saãdene resolveu colocar o atacante Ghezzal, que ficou apenas 14 minutos em campo, antes de levar dois cartões amarelos e ser expulso.
Quando a partida se encaminhava para um entediante 0x0, quando o goleiro argelino Chaouchi engoliu um frango, num chute fraco de Koren, na entrada da área. O gol encorajou a Argélia a subir um pouco mais, mas a inoperância continuou, e a Eslovênia conquistou sua primeira vitória na História das Copas. Uma vitória dada de bandeja pelo goleiro argelino, num jogo em que apenas um erro individual poderia fazer a diferença.
Em homenagem à primeira vitória da Eslovênia, outro livro infanto-juvenil. A Primeira Vez a gente Nunca Esquece, de Patricia Barboza.