quarta-feira, 16 de junho de 2010

Analisando a primeira rodada

Por De Férias na Copa,
Cada uma das 32 seleções que disputam o Mundial 2010 tiveram seu destaque aqui no De Férias na Copa. Analisamos todos os jogos da primeira rodada e já dá para termos um panorama da competição. Surpresas, decepções e resultados esperados. A Copa do mundo de 2010, na África do Sul, começa a ganhar cara e a contar sua própria história.
O que vimos até agora foram muitas seleções jogando no 4-2-3-1, mas com muitas variações táticas, que às vezes invertem a lógica e tornam esses números de esquemas apenas números de linhas de ônibus. Apesar desses supostos três homens de criação da maioria dos times, a média de gols ainda é muito baixa. Apenas duas seleções conseguiram vencer por mais de dois gols de diferença: Coreia do Sul e Alemanha. Os asiáticos não tomaram conhecimento e dominaram os gregos, que mostraram uma defesa frágil, uma decepção para quem esperava a retranca da EuroCopa de 2004.
Já os alemães golearam a Austrália, de quem se esperava mais, pois conta com um time experiente. Aliás, o futebol da Alemanha, de quem se esperava bem menos, foi surpreendente. À parte os 4x0 sobre os australianos, a Alemanha mostrou que não só de bolas na área vive o time. Ousadia, toque de bola e bons valores individuais também são elementos do jogo alemão nessa Copa. Mais uma vez, mas agora de forma diferente, os alemães se candidatam a favoritos.
Voltando aos asiáticos, o Japão foi outra boa surpresa, assim como a Coreia do Sul. Não que tenham jogado um futebol encantador, mas os japoneses apresentaram um dos times mais compactos dessa Copa. Defesa certinha, ataque esforçado, sem muita qualidade, mas suficiente para ganhar de Camarões, e, possivelmente, passar de fase.
Dos africanos, Gana foi bem melhor. E, dado o equilíbrio do Grupo da Itália, pode fugir do confronto contra os tetracampeões do mundo nas oitavas-de-final, podendo ir mais longe do que o esperado, mesmo sem Essien. Os Bafana Bafanas ainda precisam evoluir muito, mas de repente se classificam, num grupo nivelado por baixo. Camarões foi a decepção, perdeu um jogo de extrema importância contra o Japão, e deve ficar na primeira fase. Com Drogba ainda em recuperação, a Costa do Marfim exibiu um futebol diferente do que costumamos ver em times africanos. A disciplina tática do time de Eriksson contra Portugal garantiu o empate e pode atrapalhar o Brasil, que sofreu contra a frágil Coreia do Norte. Com a diferença de que os aricanos, além de marcarem bem, também sabem atacar.
A atuação da seleção canarinho na sua estreia na Copa não agradou. Com pouca movimentação, os brasileiros tiveram muitas dificuldades contra os norte-coreanos e vão sofrer caso enfrentem outra defesa forte, como é o caso da Costa do Marfim. Além de um esquema sólido e de jogadores com muita força física, o time marfinense também tem jogadores de qualidade do meio para frente. E deve ter Drogba contra o Brasil. Se o atacante do Chelsea estiver bem, vai ser jogo duro.
Enquanto o Brasil patina, nossos grandes rivais tiveram um bom jogo contra a Nigéria, outra decepção entre os africanos. O time de Maradona mostrou tantas contradições quanto seu técnico. Um ataque forte, que jogou bem mas esbarrou no goleiro nigeriano. E uma defesa assustada, que apesar dos riscos, passou sem levar gols. Assim como Maradona, a Argentina vai ser 8 ou 80 nessa Copa. Entre os sul-americanos, destaque para o Chile, que mesmo com uma vitória magra, provou sua vocação ofensiva. Diferente do Uruguai, que jogou com medo excessivo da França, que segue sem rumo.
Numa Copa com poucas partidas boas, Argélia, Eslovênia, Eslováquia e Nova Zelândia foram o ápice dos jogos sem emoção, e sem futebol. As favoritas Inglaterra e Itália empataram com as emergentes seleçoes dos EUA e Paraguai. Decepção? Mais pelo futebol que faltou, do que pelos placares em si. Principalmente no caso da Inglaterra, que foi mal justamente no meio-campo, sua principal força antes de começar a competição.
Com tudo isso a maior surpresa ainda foi a vitória da Suíça sobre a Espanha, a grande zebra da primeira rodada. Numa visão superficial, o triunfo suíço pode ter sido um atentado ao bom futebol. A retranca suíça foi premiada com um gol estabanado no segundo tempo. Problema dos espanhóis, que não foram capazes de passar pelo ferrolho adversário, e agora vão dormir com o pesadelo de morrer mais uma vez na praia.
A esperança para a segunda rodada é de que, com a definição dos grupos, os times busquem mais o gol, deixando de lado o medo de perder. E que a Jabulani, terror do goleiro inglês Green e do argelino Chaouchi, encontre mais vezes o caminho das redes, melhorando a média de gols da primeira rodada da Copa, que não chegou a dois por jogo.

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