Por Rodrigo Pereira,
Após a atuação pífia do Brasil na primeira rodada, havia muita expectativa e cobrança para a exibição brasileira para a última esperança da África, a Costa do Marfim. Após sólida atuação no empate contra Portugal, onde tiveram sólida atuação defensiva, com disciplina tática(apesar das porradas), coisa rara para equipes africanas. Entretanto, da primeira partida os africanos trouxeram apenas a violência. Resultado:3x1 Brasil.
Acredito que o grande erro dos africanos foi subestimar a equipe brasileira. Após segurar os portugueses, com prudência. E essa prudência não aconteceu hoje. Eriksson não fez a leitura correta da seleção brasileira. A seleção de Dunga se caracterizou como uma equipe que joga no contra-ataque. A postura dos marfinenses deveria ser igual a da partida contra Portugal. Ao invés disso, acredito eu, que eles menosprezaram o Brasil. Vieram pra cima. É um fenômeno interessante ver as partidas da seleção. Quando uma seleção parte pra cima do Brasil, a impressão que fica é que essa seleção está melhor, que o Brasil. Mas, de repente, uma troca de passes, velocidade imprimida e, pronto, gol do Brasil. Essa é a característica da seleção de Dunga. Com a compacta defesa brasileira, o abafa acaba não acontecendo. O gol marfinense saiu numa falha da defesa, com o jogo ganho. Quando o Brasil tem o jogo sob controle, ai ocorrem desatenções. Quando está sendo pressionado, não. Falha do sueco. Podia ter ganho?Podia. Mas não da forma que jogou. E, depois do terceiro do gol brasileiro, o que se viu foi um festival de pontapés. Elano(que acabou saindo da partida) e Michel Bastos conheceram as travas marfinenses. Podia ter sido pior. Kaká foi inocente, caiu na pilha africana. Apesar da cena que poderia dar a Keita uma vaga em novelas da Globo, Kaká acertou o jogador(mas não na cara) e foi expulso infantilmente. Uma pena. Por antecedência eu já posso apostar que nenhum africano passará da primeira fase na Copa da África.
E o Brasil?Melhorou. E isso não foi porque Dunga fez mudanças, melhorou a postura, nada. A melhora brasileira passa por dois pontos: Kaká e Luis Fabiano. Kaká está longe do jogador que se espera. Mas hoje correu, se apresentou para o jogo, fez boas triangulações. E, principalmente, errou menos. Pior do que não decidir, foi a quantidade de erros na partida da Coréia. Cometeu um erro na expulsão. Quando a gente já temia que jogadores encrenqueiros, como Luis Fabiano ou Felipe Melo fossem agredir um marfinense, eis que Kaká, o menino pródigo, quis dar uma de durão. Na hora errada. Pelo menos desfalcará um Brasil já classificado. Que aproveite o tempo para se condicionar mais. Evoluiu hoje. Mas o Brasil precisa de mais. Já Luis Fabiano fez o que se espera dele. Gols. O primeiro, gol de raiva, enchendo o pé. O segundo, um golaço(ainda que com o bracinho maroto). A confiança sobe para um atacante que depende dela pra ser decisivo. E hoje foi. Vale ressaltar também, mais uma vez, a postura de Felipe Melo. Jogando sério e simples, vem sendo eficiente no combate do meio-campo. Ainda que com os dois pés-atrás, ressalto, ele está rendendo. Até agora. O único destaque negativo nesta partida, pra mim, foi o Lúcio. Como zagueiro, sempre se destacou pela seriedade e vigor físico. E, pelo segundo jogo, senti que o vigor físico não é mais o mesmo. No gol norte-coreano, ele permitiu o corte no gol, com Juan tendo que sair do seu lado pra tentar cortar o lance. E no gol de Drogba, enquanto Juan mais uma vez foi fazer a cobertura pelo seu lado, após o primeiro corte no jogador marfinense, no cruzamento para a área, onde estava Lúcio?Ele sobe para apoiar o ataque e não demonstra a mesma disposição para retornar. Levemente preocupante.
A seleção jogou ao estilo Dunga. Destaque mesmo pra Luis Fabiano. A seleção não me agrada. Mas ganha. E, numa Copa onde os grandes não engrenam, o Hexa pode muito bem cair no colo do Brasil. Quem sabe. Até o momento, somente Brasil, Argentina e Holanda estão 100%. E somente Brasil e Argentina com vitórias convincentes. A Copa começou para o Brasil
domingo, 20 de junho de 2010
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