quarta-feira, 30 de junho de 2010

Literatura e Futebol

Por João Oliveira,
A Jabulani tirou dois dias de folga, mas o De Férias Na Copa não. Nada de crônicas hoje, senão o blogueiro perde a esposa. Para passar o tempo de quem já não aguenta mais esperar para a bola voltar a rolar na África do Sul, uma seleção de livros relacionados a futebol. Se tiver algum repetido, me desculpem. Então segue a lista:

Anos 40- Viagem à Década Sem Copa/ Roberto Sander
Depois de três edições, a Copa do Mundo teve que ser interrompida por causa da Segunda Guerra Mundial. Nesse livro conhecemos os grandes times, seleções e jogadores da época. Heleno de Freitas, Jair da Rosa Pinto e Pirilo são alguns deles. Leitura indispensável para quem gosta de História e Futebol.

Sul-Americano de 1919- Quando o Brasil Descobriu o futebol/ Roberto Sander
O Brasil ainda não era o país de futebol, mas a competição disputada no país ajudou a popularizar o esporte por aqui.

Bola Fora- A História do Êxodo do Futebol Brasileiro/ Paulo Vinicius Coelho
Para quem pensa que é de hoje o fenônemo de exportação de jogadores brasileiros, o PVC nos ajuda a entender o processo desde o início.

Futebol & Guerra/ Andy Dougan
Fantástico livro, fantástica história. O Dínamo de Kiev era um dos melhores times europeus antes da Segunda Guerra e foi desmantelado com a invasão alemã. Mas ainda conseguiram dar uma boa lição nos nazistas.

O Berro Impresso das Manchetes/ Nelson RodriguesColeção de crônicas do Mestre Nelson sobre futebol. Imperdível.

Por Que Não Desisto/ Juca Kfouri
Reunião dos melhores textos do jornalista. Crônicas sobre política, corrupção e outras coisas que mancham o esporte bretão. Mas tem espaço reservado para coisas boas também.

Como Eles Roubaram o Jogo/ David Yallop
O processo de descaracterização do futebol que começou, segundo o autor, com a eleição de João Havelange para a presidência da FIFA é analisado neste livro.

Febre de Bola/ Nick Hornby
A saga de um torcedor do Arsenal durante uma temporada. Emoção, romance, realidade e muito futebol. Um dos bons livros que eu li sobre o esporte.

Goleiros - Herois e Anti-herois da Camisa 1/ Paulo Guilherme
Onde eles jogam não nasce grama, sofrem com as paradinhas, mas contam com esse bom livro.

Por hoje é só. E boa leitura!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Sem fúria, mas com inteligência, Espanha avança na Copa

Por Rodrigo Pereira,


Fechando as oitavas-de-final tivemos o duelo da Península Ibérica, entre os dois paises colonizadores da América do Sul: Espanha e Portugal. De um lado, a equipe sensação com fama de amarelar, a Espanha. Do outro, os portugueses capitaneados por Cristiano Ronaldo. Ambos os países, cada um pelo seu motivo, cercado por expectativas e desconfianças. Um ficaria pelo caminho. E venceu aquele que jogou melhor. Espanha 1x0, gol de David Villa, artilheiro da Copa junto com Higuain da Argentina e Vittek da já eliminada Eslováquia. Com gol em impedimento. Mas seguiu adiante.


A equipe espanhola tem uma forma de jogar muito clara. Posse de bola, até encontrar uma brecha para entrar na área adversária. Mas falta algo. Falta um camisa 10. A fúria tem o melhor grupo de camisas 8,aquele jogador que marca e sai com qualidade, igualmente, na Copa: Xavi, Iniesta, Xabi Alonso e Cesc Fábregas desempenham a função de 2º/3º homem de meio-campo perfeitamente. Mas na hora do toque que deixa o atacante na cara, pra finalizar, falta algo. O destaque espanhol são os chutes de fora da área. As melhores chances foram desta forma. Sem dúvida, é um meio-campo muito forte. E possui dois bons atacantes:o excelente David Villa(até o momento, um dos destaques desta Copa) e em ascensão Fernando Torres. Ou seja, é uma equipe com um meio-campo excepcional, uma defesa normal(Puyol e Pique não comprometem, mas também não decidem) e um bom ataque. A falha espanhola, já observada nos seus jogos anteriores, é o último passe. Como suas defesa é normal, contra um time compacto, como Brasil e Alemanha, poderão ter problemas para furar bloqueios e problema para conter ataques. Principalmente pela lamentável fase de Iker Casillas nesta Copa. Contra paraguaios, ainda devem passar. Depois vem o primeiro teste de fogo dos espanhóis.

Isto porque, confirmou-se a visão vislumbrada anteriormente dos portugueses: o time é mediano. Somente Cristiano Ronaldo é um jogador acima da média. E Carlos Queiroz, que nunca foi inquestionável, não conseguiu montar uma equipe bem armada, como Dunga conseguiu, para ter apenas um jogador acima da média. Muito pouco para uma Copa do Mundo. Ainda mais quando este seu grande jogador não joga. Qualquer treinador com um mínimo de inteligência, vai colocar álguem para anulá-lo. E ai, descobrimos que Cristiano Ronaldo está abaixo de Messi. Que ele é um bom jogador, não um craque. Ele corre, tenta, busca. Mas não decidiu. Não inventou, não foi criativo, para fugir das marcações. Nesta Copa, poucos jogadores se destacaram nesta seleção. O lateral Fabio Coentrão foi bem. O goleiro Eduardo foi seguro. Bruno Alves também. Jogadores de defesa. O que, nesta Copa, ficou provado que só marcar não adianta. É necessário balançar as redes. O poder ofensivo português foi fraco. Enganoso na vitória sobre a Coréia do Norte. Sem Nani e Deco(ainda que eu não ache que ele fosse resolver algo), coube a Tiago criar. Ele é esforçado. E só. Além disso,criar pra quem?Simão, Hugo Almeida, Liedson. Nenhum deles correspondeu. Danny é limitado. Não deu liga. Agora, voltarão para Lisboa. Sentarão, comerão uns bolinhos de bacalhau e pensarão: O que fazer diferente para se consolidar como uma grande seleção?Senão, viverão sempre como uma seleção de lampejos. Desta vez não houve.

Paraguai acorda a tempo e vence o duelo dos sonolentos

Por João Oliveira,
Paraguai e Japão fizeram um duelo histórico na Copa. Num momento em que se discute o uso de tecnologia e mudanças de regras no futebol, as duas seleções inovaram, jogando apenas por 30 minutos.
Sim, os dois times se limitaram a tocar bola de lado e se defenderem durante os 90 minutos do tempo normal. Com pouquíssimas chances de gols, foi difícil acompanhar a partida. Por pouco não perdi a luta contra o sono, diferente de Michel Platini, que cochilou nas cadeiras do estádio, embalado pela sonolência das duas equipes.
Sem muita criatividade, os dois times esbarraram na eficiência de suas defesas. O Paraguai parece que tem um buraco no meio-campo. Boa zaga, bom ataque, mas falta imaginação na hora de armar as jogadas. Já os japoneses têm muita disciplina tática e a habilidade do Honda.
Na prorrogação, depois de muita bronca do técnico, os paraguaios partiram para a definição, mas faltou poder de chegada e um pouco de sorte. O time melhorou com as substituições. Cardozo, Barreto e Valdez entraram bem, mas não conseguiram balançar as redes japonesas.
O equilíbrio entre as duas seleções permaneceu até na disputa por pênaltis. Vitória dos paraguaios por 5x3. Pela primeira vez em sua história a seleção paraguaia chega às quartas-de-final de uma Copa do Mundo e deve parar por aí. Sem o atacante Cabañas, o Paraguai torna-se um time comum, esforçado, que não deve ir muito além disso.
O livro de hoje é um Guia de Sono Saudável, para quem sofre de insônia. Caso não encontrem o livro, sugiro também imagens de Paraguai e Japão.

Palpitaria- Segunda Fase 29/06

Por De Férias Na Copa

Uruguai, Gana, Argentina, Alemanha, Holanda e Brasil já estão lá. Quem mais será que entra no G-8 da Copa do Mundo 2010???
Paraguai x Japão
Apesar de ter passado em primeiro num grupo que tinha a Itália, o Paraguai não convenceu. A rigor apenas uma boa partida, contra a Eslováquia. É pouco para enfrentar um Japão que vem embalado como nunca. Num duelo com duas boas defesas, a Jabulani não deve encontrar as redes muitas vezes. Jogo com cara de decisão nos pênaltis. Mas se os paraguaios jogarem o que sabem, sem medo de arriscar, devem passar pelos japoneses.
Espanha x Portugal
Duelo de duas grandes seleções, mas a Espanha é favorita. Conta com mais jogadores capazes de decidirem, contra uma seleção lusa que necessita muito de um brilhareco de Cristiano Ronaldo, que ainda não jogou o esperado. Vale lembrar que a defesa portuguesa é a única invicta até aqui no Mundial. Se conseguir manter essa marca, Portugal tem grandes chances de passar de fase.

O freguês tem sempre razão e volta pra casa satisfeito. Ou apenas volta pra casa

Por Rodrigo Pereira,


Foi quase unânime a opinião de que o Chile seria o melhor adversário pro Brasil nestas oitavas-de-final. Uns falavam da sua suposta "freguesia", outros no estilo "El loco" de Bielsa. Este blogueiro que vos escreve concordava, mas não pelos argumentos apresentados. Os chilenos jogam. E deixam jogar. Seriam o teste verdadeiro para a defesa brasileira, ao mesmo tempo que dariam liberdade para que a trinca Kaká, Robinho e Luis Fabiano jogassem. Entretanto, os desfalques na já titubeante defesa chilena pesaram e a balança pendeu para o Brasil, desequilibrando o confronto. Resultado: Brasil 3x0 Chile.

O Brasil veio pro jogo com dois desfalques. Pela proximidade das datas, Felipe Melo não se recuperou a tempo da pancada no jogo contra Portugal. No seu lugar, entrou Ramires. E Elano ainda não se recuperou da lesão sofrida contra marfinenses. Em seu lugar, foi mantido Daniel Alves. As alterações diminuem a pegada do meio-campo brasileiro, mas aumentam o dinamismo e qualificam o passe. Ramires fez excelente partida. Daniel Alves começou errando muitos passes, mas evoluiu ao longo do jogo. Hoje ocorreu mais um passo na evolução de Kaká na Copa. E como o Brasil depende dele. Foi dele o passe para o gol de Luis Fabiano. Com boas arrancadas, foi bem nos contra-ataques do Brasil. Robinho desencantou em Copas, com bela finalização após grande jogada de Ramirez. E o primeiro gol foi do mais uma vez impecável Juan, depois de Lúcio varrer os marcadores para que ele subisse para cabecear, sozinho. Típico trabalho em equipe. Hoje Lúcio esteve muito bem também, ao contrário das últimas partidas. Destaque para a boa atuação de Michel Bastos também, finalmente se lançando ao ataque. Um jogador que joga como meia ofensivo no seu clube ter que desempenhar funções defensivas na seleção é tolice. Perde-se a sua maior arma e ainda compromete o jogador, pela falta de cacoete defensivo. Foi a melhor atuação brasileira na Copa. Jogando de forma segura e compacta, a seleção hoje fez jus ao status de favorita.

Já os chilenos, sentiram o peso de jogar com a zaga reserva, num jogo decisivo. Sem Gary Medel e Waldo Ponce, Bielsa lançou Pablo Contreras e Gonzalo Jara na equipe chilena. E, se a defesa já não erboa, ficou pior. Lenta e exposta, dava muito espaço para a seleção, apesar da insistência em se jogar pelo meio. Sem Matias Fernandez, e com Valdívia no banco, os chilenos ainda tiveram a volta de Humberto Suazo ao ataque. O carequinha é raçudo, mas esteve muito isolado, com Beausejour voltando para buscar jogo e Mark Gonzalez mais uma vez nulo em campo. Ao optar pelo esquema com dois volantes(Vidal e Carmona) e três atacantes, Bielsa sobrecarregou o bom Alexis Sanchez como responsável pela criação. E o mesmo, bem marcado, não produziu. Os chilenos, que na primeira fase mostraram muita ofensividade(mesmo que com poucos gols), contra o Brasil pouco chutaram depois do primeiro gol brasileiro. A volta de Suazo deveria resolver o problema de falta de gols. Não aconteceu. Paciência. A geração chilena é jovem. Pode e deve chegar na próxima Copa do Mundo mais forte e experiente. Terão 4 anos para tentar resolver seus problemas defensivos para enfim se tornarem uma equipe que pode almejar mais do que uma classificação a segunda fase.

O caminho chileno mais uma vez cruzou o brasileiro. Assim como na derrota da equipe de Salas e Zamorano em 1998, hoje também o problema chileno foi a defesa. Como o Brasil, historicamente, sempre teve também. Nesta Copa, a seleção corresponde defensivamente, apesar dos gols bobos. O grande teste vem agora, contra os eficientes holandeses. Confronto com história. Holandeses com Robben voltando a brilhar aos poucos. Assim como Kaká. E, nesta partida contra holandeses, o vencedor será aquele que fizer suas estrelas brilharem mais.

Bielsa esquece o Gardenal e leva vareio do Brasil

Por João Oliveira,
Para quem esperava um jogo complicado, o Brasil surpreendeu e fez o jogo se tornar simples. Sem Felipe Melo, contundido, Dunga escolheu Ramires para jogar como segundo volante. O jogador do Benfica deu mais velocidade na saída de bola brasileira, um dos maiores problemas do Brasil até então. Com a recuperação de Suazo, Marcelo Bielsa colocou o atacante no lugar de Valdívia. A alteração daria ao time chileno uma referência forte no ataque.
Mais do que esquemas táticos, um jogo de futebol é decidido pela disposição e postura dos atletas. Não, não vou cair na mesmice de dizer que o Chile tremeu para o Brasil. Mas, enquanto nosso adversário vinha para cima sem muita convicção, o Brasil pressionava a saída de bola da zaga adversária, que jogou desfalcada. O toque de bola refinado do time andino parou na defesa brasileira que não deu espaço para os três atacantes chilenos. Sem Valdívia, o Chile perdeu uma referência na ligação entre defesa e ataque.
Já o Brasil mostrou muita vontade e contou com boas atuações individuais. Juan, Gilberto Silva e Ramires foram destaques, apesar do caráter discreto de cada um na equipe. O time chileno, muito nervoso, cumpriu sua vocação ofensiva, mas contou com uma boa dose de falta de confiança e fraca atuação dos pontas Sanchéz e González.
A loucura de Bielsa, que chegou a assustar a Espanha, não foi páreo para o time de Dunga. Depois de um gol em jogada de bola parada, a Seleção teve mais espaços para explorar os contra-ataques e ampliar o marcador. O domínio brasileiro na partida e no placar desmoralizou o bom trabalho feito pelo técnico argentino.
A facilidade com que a seleção brasileira venceu impressiona. Os brasileiros colocaram o Chile no seu devido papel de saco de pancadas. E o mais importante, chega com muita moral para o jogo contra a Holanda pelas quartas-de-final. Por mais fraca que tenha sido a atuação dos chilenos, nunca é muito lembrar que o Brasil com autoridade um bom time de futebol.
Resta saber se esse desempenho, o melhor do Brasil até agora no Mundial, vai se repetir contra os holandeses, que não devem nos dar tanta colher de chá quanto nossos fregueses chilenos.
A fama de mau do Brasil, que assustou os chilenos, é fichinha em relação às histórias do Tremendão Erasmo Carlos. Alguns desses casos estão na auto-biografia do cantor: Minha Fama de Mau.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Nova Holanda vem pesadona para as Quartas

Por João Oliveira,
Mais uma vez a Holanda venceu na Copa, assim como venceu todos os jogos das Eliminatórias. É a primeira vez na sua história, que a seleção europeia vence as quatro primeiras partidas de um Mundial. Com mais uma atuação bastante sóbria, a Laranja Mecânica jogou com a mesma tranquilidade da primeira fase, deixando o duelo pelas oitavas parecido com um simples jogo de fase classificatória.
Essa eficiência toda veio depois de uma mudança de estilo do futebol holandês. De vistoso, técnico e ofensivo, o estilo de jogo da Holanda passou a ser pragmático, mas não improdutivo. A defesa está mais bem postada, os jogadores sabem o que fazer dentro de campo.
A Eslováquia fez muito mais do se esperava dela. Talvez a maior zebra da Copa, ao eliminar os italianos. Mas é um time fraco, com muita transpiração e pouco pensamento. O gol de Vittek no final foi um prêmio ao esforço do time eslovaco, que tentou, mas não chegou a ameaçar os holandeses, que venceram sem sustos.
Já o time da Holanda é mais do que um time certinho. Robben, cada dia mais recuperado da lesão, e Sneijder fazem a diferença em uma equipe que preza pela organização. O camisa 11 do time Laranja deitou e rolou pelo lado esquerdo da defesa eslovaca, com direito a um passe espetacular de Sneijder no primeiro gol. O tão esperado show coletivo dos holandeses ainda não aconteceu. Talvez nem apareça, mas é provável que tenhamos alguns solos protagonizados pela dupla.
Com um time muito bem arrumado e o auxílio luxoso da dupla de carequinhas, a Holanda ganha cada dia mais força, e entrou de vez no grupo dos favoritos para o título. O caneco que não veio com a velha Laranja Mecânica, pode vir agora com uma laranja orgânica, uma Nova Holanda. Talvez menos doce, mas muito mais saborosa quando provada com a Taça Fifa a tira colo.
Por causa do trocadilho do título e de um filme que assisti ontem a dica de livro é: Cidade Partida, de Zuenir Ventura. Para quem não conhece, Nova Holanda é uma das favelas do Complexo da Maré. Já o livro é essencial para cariocas de todos os cantos, de todos os complexos.

Palpitaria de 28/06

Por Rodrigo Pereira,


Holanda x Eslovaquia

Holandeses, ao contrário da sua tradição, não jogam um futebol vistoso. Mas impressionam pela eficiência. Ao lado dos argentinos, são as únicas equipes 100% na Copa. Já eslovacos conquistaram sua Copa ao derrotar e eliminar italianos. Mas, na opinião deste blog, os cartuchos foram queimados nesta partida. Com um time sem previsibilidade, não acredito que possam assustar holandeses na missão de passarem as quartas para, mais uma vez, cruzarem o caminho dos brasileiros. Hoje é dia de laranjada de novo.

Brasil x Chile

Os chilenos vem com uma grande geração. Jovens, impetuosos, jogam no melhor estilo El Loco Bielsa, onde a melhor defesa é o ataque. E não será diferente hoje contra o Brasil. Mas a defesa, que já não era confiável, hoje joga desmantelada pelo festival de cartões contra a Espanha, sem Medel, Vidal e Estrada. Como o Brasil gosta mesmo é de jogar no contra-ataque, e indo pra cima da defesa reserva de um time fraco defensivamente, acho que dá Brasil. Será um jogo de muitos gols para ambos os lados. Mas a vida brasileira deve seguir nesta Copa.



E ai galera, o que vocês acham?Concordam, discordam. Opinem. É de graça!

Argentina nas quartas com juiz teimoso como nunca, errando como sempre

Por Rodrigo Pereira,


Repetindo o confronto de 2006, argentinos e mexicanos almejavam uma vaga nas quartas-de-final, para enfrentar a sensação alemã. A Argentina, cercada de expectativas, encarava seu primeiro teste contra um time ofensivo, enquanto os mexicanos buscavam superar a barreira das oitavas-de-final, onde pararam nas últimas 4 Copas. Resultado: um polêmico 3x1 para os hermanos, que agora enfrentarão os alemães nas quartas, equipe que os eliminou na última Copa do Mundo.

O resultado da partida não reflete o que foi a partida. Mexicanos começaram o jogo assustando os argentinos, com jogadas em velocidade. Salcido assustou ao acertar o travessão de Pérez. Guardado também arriscou de fora da área, rente a trave. Os argentinos davam espaços atrás, esperando lampejos de criatividade de Messi. Até que. aos 26, saiu o gol argentino. Em jogada individual de Messi, o camisa 10 vem em diagonal, para a entrada da área mexicana. Os zagueiros saem em cima de Messi, que cruza para Tévez, de cabeça, marcar o gol. Em impedimento. E o erro é agravado quando o bandeira vê, no telão do estádio, que Carlitos estava impedido. Ele comunicou ao árbitro italiano o erro e Rosseti decidiu manter o erro. A discussão do uso dos recursos eletrônicos agora ganha mais fôlego. Na opinião deste blogueiro, beira o absurdo um juiz ter consciência de seu erro, no momento do ocorrido de um lance, e não poder voltar atrás da sua decisão. Ao contrário do gol não marcado de Lampard, onde provavelmente o juiz deve ter sido comunicado de seu erro no intervalo, no jogo da Argentina, o erro foi comunicado na hora do lance. Preferiu manter sua decisão.Após o gol, os mexicanos sentiram o baque e, desnorteados, ampliaram. O experiente zagueiro Osório deu um passe curto na entrada da área, que acabou sobrando para Higuain driblar o goleiro Pérez e ampliar o marcador. Comprova, assim como no jogo dos alemães, que um erro do juiz pode ter graves consequências no psicológico de uma equipe.

O intervalo serviu para Javier Aguirre remontar sua equipe. Tirou Bautista para colocar o jovem Barrera. A equipe tomou o terceiro,novamente de Carlos Tévez. Um golaço de fora da área. Depois disto, argentinos recuaram demais, dando espaço aos mexicanos. Javier Hernandez fez um golaço, girando em cima de Demichelis(mais uma vez mal). Os mexicanos continuaram assustando. Maradona mexeu mal. Com uma proposta de contra-ataque, ele retirou Carlos Tevez para a entrada de Verón. Poderia também lançar Aguero para o lugar de Higuain, para dar mais velocidade. Não o fez, tornando a equipe argentina lenta para as saídas. Messi sumiu no segundo tempo, totalmente pregado. Mesmo assim,Maradona insistiu no atleta. A equipe de Maradona ganhou hoje, mas sem convencer. Para ganhar dos alemães, precisarão de mais. Já mexicanos mais uma vez jogaram como nunca...mas perderam como sempre. Mas o futuro pode sim ser promissor. Com jogadores jovens como Giovanni dos Santos, Javier Hernandez, Carlos Vela, Andres Guardado, dentre outros, podem chegar mais fortes na próxima Copa, com estes atletas mais experientes, jogando em grandes ligas, como Vela no Arsenal e Hernandez recém-contratado pelo Manchester United. Na África do Sul, a trajetória dos garotos mexicanos chegou ao fim. Jogaram como nunca. E o juiz pode ter ajudado a perderem como sempre.

domingo, 27 de junho de 2010

Sobre História e estórias

Por João Oliveira,
Confesso que sou um fanático por futebol. Um pouco exagerado certas vezes. Já faltei, adiei ou deixei de dar atenção a muitos compromissos. Ausente quando aconteciam no horário do jogo, ligeiramente atrasado quando faltam "só mais 10 minutinhos para acabar o jogo" ou procurando alguma tv ou radinho de pilha em algum canto para saber como está a partida.
Mas nunca me arrependo, por mais que o jogo importantíssimo se transforme em uma pelada. Imagina quando a partida se transforma em um verdadeiro jogaço? São nesses momentos que dá orgulho de fazer qualquer coisa para não perder uma partida de futebol.
Alemanha e Inglaterra fizeram um jogo histórico. Mais do que o massacre alemão por 4x1, a partida teve o troco de 1966. O gol de Hurst, depois de chutar uma bola que não entrou, ajudou a Inglaterra a vencer aquela final e dar a única Copa do Mundo aos ingleses.
Os alemães reclamavam do lance até hoje. Numa espécie de justiça histórica, o juiz Jorge Larrionda, não deu um gol inglês depois de um chute de Lampard. Diferente de 1966, a bola entrou, e muito. A jogada poderia ter acontecido a 44 anos, sem tantas câmeras ao redor do campo, e mesmo assim daria para perceber que a bola entrou.
Prejuízo da Inglaterra, que poderia ter empatado, apesar de não jogar bem. A essa altura, a Alemanha já havia mudado seu estilo de jogo. Já vencendo por 2x1, ao invés do abafa na saída de bola adversária, os alemães esperavam para jogar no contra-ataque.
No segundo tempo os ingleses melhoraram, conseguiram fechar o buraco no meio causado pela distância entre Gerrard e Lampard. Contando com dois dos melhores jogadores da posição, o técnico Fabio Capello perdeu o jogo nesse mesmo setor.
Numa mistura de estilos Dunga e Michael Schumacher, a seleção da Alemanha acertou na velocidade dos contra-ataques e na escalação dos ótimos Ozil e Muller, destaque do jogo. A juventude alemã venceu o pragmatismo dos ingleses, que foram privilegiados por assistirem de perto o show da juventude alemã.
Esse Alemanha e Inglaterra entra para o hall de melhores jogos de todas as Copas. E o melhor, dessa vez não precisei contar nenhuma estória para acompanhar as duas seleções fazerem História.
Em homenagem ao blogueiro, que mente descaradamente para não perder uma partida, um livro contando a história de um dos maiores mentirosos que eu já vi. Afinal, não é de História que estamos falando?
Vips: Histórias Reais de Um Mentiroso, de Mariana Caltabiano. Mas que fique claro, que não cheguei tão longe quanto o personagem do livro. Esse cara é profissional.

Palpitaria- Segunda Fase 27/06

Galera, rapidinho, favoritos para os jogos de hoje?

Alemanha x Inglaterra
Dois gigantes do futebol que, infelizmente, se enfrentam logo nas oitavas. No papel os ingleses são melhores, mesmo com muitos desfalques para esse Mundial. A Alemanha fez uma primeira fase melhor. Pelo momento, os alemães levam ligeira vantagem. A única certeza é que não vai faltar emoção.

Argentina x México
O time de Maradona foi o que mais encantou na primeira fase. Venceu e convenceu. Mas precisa ter cuidado com os mexicanos, que têm um ataque muito rápido. Vai ser o primeiro grande teste da instável defesa da Argentina, que é favorita, porém menos do que na Copa de 2006, quando também passou sufoco.

E vocês? Palpites??

O fim do sonho americano

Por João Oliveira,
Gana e Eua fizeram o que esperávamos deles. Um jogo movimentado, com alternativas, chances de gols, e sobretudo com duas seleções fortes. Nos dois sentidos, fisicamente e tecnicamente. Ganeses e americanos não são exemplos de futebol-arte, mas são dois times que buscaram o ataque, tornando a partida bastante agradável. Com direito a tudo que uma partida decisiva pede, o duelo só foi definido na prorrogação. 2X1 para Gana.
O equilíbrio ditou a partida. Diferente de outras seleções africanas que fizeram história, Gana tem uma equipe mais consistente na defesa. Uma linha e quatro, com dois zagueiros de ofício, e laterais que não sobem, dá liberdade para os quatro meias de criação e o atacante Gyan, destaque da partida.
Já os norte-americanos mostraram uma franca evolução em relação aos Mundiais anteriores. Com um meio-campo que marca e ataca com a mesma eficiência, faltou um ataque de qualidade para aproveitar algumas chances de gol. Além do mais a defesa falhou nos dois gols de Gana. Primeiro dando muita liberdade a Boateng, depois deixando Gyan dominar a bola entre os dois zagueiros de área, no lance do segundo gol.
Vale lembrar que Gana agora representa não só um país, mas um continente. As Estrelas Negras já igualaram a campanha de Camarões em 1990, que havia sido o único africano a passar das quartas-de-final em um Mundial.
Depois do confronto que eliminou uma das boas surpresas dessa Copa do Mundo, Gana enfrenta o Uruguai. Em mais um duelo entre duas seleções que escreveram boas histórias esse ano, uma delas vai estar entre as quatro melhores da Copa.
Numa brincadeira com a campanha norte-americana nessa Copa, que causou comoção nos Eua. O livro conta com um título que diz tudo: Badlands- O Fim do Sonho Americano, quadrinhos de Steven Grant.

sábado, 26 de junho de 2010

Uruguai revê seu passado e faz história novamente

Por João Oliveira,
Dominando a maior parte do jogo, o Uruguai fez questão de deixar a partida á sua feição. Depois de um primeiro tempo exemplar, os uruguaios recuaram em demasia na segunda etapa e permitiram o empate da Coreia do Sul. O gol da vitória veio depois de muita pressão do time coreano. No final, no sufoco, no estilo uruguaio de ser.
A Celeste começou jogando com a autoridade de uma bicampeã do mundo. Comandado por Forlán, o trio de ataque era completado com Cavani e Luís Suárez, nome do jogo com dois gols marcados. Enquanto isso, o xerife Lugano dava as cartas na defesa.
Mas o bom futebol do Uruguai quase foi ofuscado pelo medo. O sul-americanos caíram no erro de recuar muito o time e deram terreno para a Coreia do Sul, que fez uma verdadeira blitz no seu campo de ataque.
Acostumados com a adversidade, os uruguaios cresceram depois do gol sofrido, e acabaram premiados com um golaço de Suárez. Pela primeira vez desde 1970, o Uruguai chega entre os oito melhores de um Mundial, e com boas chances de chegarem, no mínimo, nas semifinais.
Aos poucos, a Celeste vai retomando seu lugar na geografia do futebol. Geografia essa que desmente a política mundial e coloca um país pequeno, como o Uruguai, na frente de gigantes como os EUA, por exemplo.
Quanto aos livros, hoje fiquei em dúvida, então indico dois:
Para entender um pouquinho sobre o planeta bola, a dica é o ótimo Como O Futebol Explica O Mundo, de Fkanklin Foer. O autor viajou pelos quatro cantos do mundo para escrever essa bela fotografia do esporte bretão. E o melhor de tudo é que ele não fala 'apenas' de futebol. Vale muito à pena.
Quem prefere literatura, vai gostar de 47 Contos de Juan Carlos Onetti, coletânea dos melhores momentos da obra do autor uruguaio.

Análise da primeira fase - Parte 2

Por Rodrigo Pereira e João Oliveira,

Das surpresas positivas, o destaque é o Uruguai. A Celeste Olímpica jogou um futebol digno de um bicampeão mundial, principalmente depois da segunda rodada. Além de jogarem bem, os uruguaios caíram numa chave boa no mata-mata, e só pegam seleções tradicionais em uma provável semifinal. E os americanos parecem ter descoberto a graça do Soccer. Com um futebol técnico e eficiente, americanos conseguiram a simpatia dos torcedores pela raça para reverter resultados adversos e erros de arbitragem. Hoje chegam com uma seleção forte que promete dar trabalho nas próximas fases.

Os asiáticos também foram bem na primeira fase. Com Japão e Coreia do Sul se classificando e os agregados australianos ficando por pouco. Olhos abertos,
principalmente nos japoneses, que pegam outro emergente, o Paraguai. Nossos vizinhos ajudaram a eliminar a Itália, junto com a Eslováquia, que, com uma equipe fraca e aquele que prometia ser seu maior destaque,Marek Hamsin, se escondendo do jogo, passou mais pela falta de organização italiana do que sua própria
competência.

Completando os classificados, Gana entra como única representante
africana e podem sonhar em vida longa na competição. Mais pela sua chave
do que por sua qualidade. O restante dos africanos, decepcionaram. Por íncrivel que pareça, as duas equipes mais fracas, Argélia e os anfitriões sul-africanos, foram quem mais honraram o nome do continente. Argelinos fizeram um péssimo jogo contra eslovenos, complicaram a vida de ingleses e fizeram um grande jogo contra os inspirados americanos. E os Bafanas correram muito, se esforçaram muito, mas a falta de qualidade subjulgou o apoio ensurdecedor das vuvuzelas na arquibancada. Nígerianos cairam em um grupo fácil. Tudo para ficarem com a segunda vaga. Eis que, na segunda partida, contra a fraca Grécia, uma bordoada desnecessária,um cartão vermelho e pronto. Jogo perdido e águias voando pra casa. Camaroneses mostraram ser uma equipe de um jogador só. Eto'o, com seu pouco nacionalismo, deve estar se perguntando porque não naceu em outro lugar.Com três derrotas, os leões indomáveis do passado hoje não passam de gatos domesticados. Não oferecem perigo a ninguem. Por último, os Elefantes da Costa do Marfim prometiam nesta Copa. Jogadores em grandes equipes européias, o melhor jogador da África(Drogba), chegaram cercados de expectativas, sob o título de melhor equipe da Copa. Cairam em um péssimo grupo. Mas, a boa partida contra portugueses, encheu de esperança. O futebol africano jogando com inteligência tática. Mas subiu a cabeça. A postura contra o Brasil mudou. Justo contra o Brasil, quiseram vir pra cima, sem lembrarem que as melhores partidas da seleção de Dunga foram no contra-ataque. Resultado: Derrota, bordoadas e o sonho da vaga indo embora. Faltou aos africanos inteligência tática. Como disse PVC, africanos somente evoluíram de forma consistente quando produzirem seus próprios treinadores. Da forma atual, viverão dos brilhos esporádicos. A maior parte das seleções apostaram no físico, ao invés da qualidade. Não deu. Que sirva de exemplo.

Já Portugal despejou toda sua fúria na Córeia do Norte, e estacionou contra Costa do Marfim e Brasil, classificação sem brilho, apesar de ter aplicado a maior goleada da Copa. Para finalizar, o México. Sempre presente nas oitavas-de-final, onde
geralmente é eliminado. Tentarão mudar esse estigma, mudando o lema de jogarem como nunca e perderem como sempre. Com uma equipe jovem e um futebol ofensivo e alegre, mexicanos querem fazer história.

Agora é mata-mata. É raça, é coração. O menor vacilo poderá não ser perdoado. Daqui pra frente que a história dos heróis será escrita. Quem será o herói desta Copa?Façam suas apostas.

Análise da primeira fase - Parte 1

Por João Oliveira e Rodrigo Pereira,


A primeira fase terminou e já tivemos mais da metade dos jogos da Copa do Mundo de 2010. 16 seleções ficaram pelo meio caminho e outras 15 também cairão, sem direito a segunda chance. O grande ponto negativo foi a postura da maioria das seleções, que priorizaram mais uma vez a defesa. Dos bicho-papões, destaque para França e Itália, que fizeram verdadeiros vexames na competição.

O italianos conseguiram a proeza de empatar com a Nova Zelândia, além de perder para a Eslováquia. Com erros na convocação e na escalação, o técnico Marcelo Lippi naufragou na tentativa de repetir o título de 2006. Ao invés de renovção, o treinador
optou por levar seus 'companheiros' de tetracampeonato, deixando de fora muita gente boa de bola, como Totti e Cassano. O resultado dentro de campo foi uma seleção sem esquema de jogo, com jogadores perdidos no gramado. Lippi demonstrou convocações tola(como a insistência em Iaquinta, com jogadores como Quagliarela e Di Natale se revezando no banco), e escalações duvidosas, com mudanças de time e esquema em todas as partidas.

Já os franceses nem isso. Com brigas internas entre jogadores e o treinador Raymond Domenech, a França teve desde o corte de Anelka, após ter xingado o técnico em uma discussão, até uma greve dos jogadores, que se recusaram a realizar um dos treinamentos em solidariedade ao atacante. Até princípio de briga entre o preparador físico e Evra. Dentro de campo a zorra continuou. Mal escalada, desunida, e com Henry
no banco. A seleção francesa até que tentou contra o Uruguai, foi pífia contra o México e fez a alegria dos donos da casa no último jogo. Ao menos fez gol, diferente de 2002. Pouco para o time que esteve em duas das últimas três finais de Copa do Mundo. A crise foi tanta que até o governo francês interviu. O futebol da França merece uma profunda reformulação, e tem mais quatro anos para não passar vergonha de novo. Aqui no Brasil, os franceses não seriam perdoados.

Dos outros grandes, a Argentina é quem se saiu melhor. Ao lado da Holanda, foi uma das poucas seleções a completar a primeira fase com nove pontos. Duas seleções que chegam com muita moral na segunda fase. Nossos hermanos com a mágica de Messi dentro de campo e as boas vibrações de Maradona no comando da equipe, são fortíssimos candidatos à final. Enquanto os holandeses mostraram eficiência e um futebol consistente, que vai contar com o auxílio luxuoso de Robben a partr das oitavas.

Inglaterra e Alemanha se enfrentam logo nas oitavas-de-final. Os ingleses ainda sofremcom as contusões que desmancharam seu time. Péssima campanha na primeira fase, deve sua classificação ao grupo fraco onde caiu, mas pode crescer na segunda fase. Principalmente se mantiverem Heskey no banco e jogadores como Rooney e, principalmente, Lampard, começarem a jogar, pois foram muito mal nos três primeiros jogos. Já a Alemanha chegou mais uma vez desacreditada, encantou com uma goleada na estreia e mostrou irregularidade nas outras partidas. A novidade do jovem time alemão foi um futebol vistoso, com toque de bola, dribles e jogadas trabalhadas. Virtudes que podem fazer diferença daqui para frente, quando combinados com a já conhecida disciplina tática podem dar caldo.

Já os favoritos Brasil e Espanha jogaram para o gasto. Sem grandes atuações coletivas, os times souberam se valer da eficiência de seus principais jogadores para passarem em primeiro em seus grupos. Ainda devendo melhores atuações, Brasil e Espanha escaparam de um encontro logo nas oitavas-de-final, e agora só podem se pegar na final.

Colonizadores e Colonizados juntos na próxima fase

Por Rodrigo Pereira,

O clima para a partida entre Espanha e Chile era de apreensão. Espanhóis, cercados pela desconfiança pela derrota contra suiços, precisavam vencer para não se juntarem a italianos e franceses no vexame da Copa. Já chilenos entraram em campo tensos com a possibilidade de, na sua primeira derrota, serem eliminados. Entretanto, com a dificuldade suiça de fazer gols, acabaram com um resultado que servia para os dois: 2x1 para espanhóis, que ficaram com a primeira colocação e vão enfrentar os patrícios portugueses. Já chilenos serão os adversários do Brasil na próxima fase.

Infelizmente, tivemos futebol apenas por cerca de 50 minutos. Um bom primeiro tempo e os cinco minutos iniciais do segundo tempo. Durante a primeira etapa, vimos uma seleção chilena, como era de se esperar, perigosa ofensivamente. Com Valdívia de titular, os chilenos tiveram melhores oportunidades do que espanhóis. Mas, no primeiro teste de fogo de sua defesa, deixaram uma impressão ruins. Tiveram toda sua defesa pendurada com cartões amarelos(com alguns excessos do juiz). Com isso, a partida seguia equilibrada, com chilenos dando espaço ao atacar. Até que, num contra-ataque espanhol, Iniesta lança Fernando Torres.O atacante corre, acompanhado por Estrada, quando surge, bravamente, o goleiro Claudio Bravo, para cortar a bola. Porém, fez um corte parcial, para frente, ao invés de isolar a bola. A bola cai nos pés de David Villa, que, sem goleiro, bate de primeira para por espanhóis na frente. Após o gol espanhol,o Chile se perdeu e a Espanha tomou conta da partida. O segundo gol saiu ainda no primeiro tempo, com Iniesta, na entrada da área. O lance do segundo gol ainda acabou por expulsar Estrada. O jogador tropeçou em Fernando Torres e o juiz interpretou como intencional,expulsando o jogador chileno. Na opinião deste blogueiro, erro do juiz. Com o resultado, se suiços fizessem apenas um gol contra Honduras, os chilenos seriam eliminados. O jogo se configurava como situação crítica para os chilenos. No segundo tempo, El Loco Bielsa mudou, tirando Valdívia e Mark Gonzalez pra por Paredes e Rodrigo Millar. E, foi dos pés de Millar que saiu o gol que deu calma aos chilenos. Com o resultado, chilenos só seriam eliminados se os suiços ganhassem por dois de diferença. Como o gol suiço não saia, os chilenos acabaram ficando tranquilos com o resultado. E os espanhóis, com a liderança que o resultado lhes dava, gostavam dos rumos da partida também. Com isso, nada mais de relevante aconteceu na partida. E assim termina a história deste grupo. Espanha em primeiro, Chile em segundo.

Espanhóis agora enfrentarão seus vizinhos portugueses, numa partida que promete ser um jogão. Acho que os espanhóis são favoritos. Tem mais time que os portugueses. Mas os portugueses tem um craque: Cristiano Ronaldo. Ele ainda não foi decisivo. Mas, se decidir ser nesta partida, a balança pode pender para os portugueses. Difícil prognóstico. Vai ser um jogão. Chilenos mais uma vez cruzam o caminho do Brasil. Se a geração de Salas e Zamorano perdeu por 4x1 para brasileiros em 98, desta vez os chilenos vem com sua jovem geração para enfrentar o Brasil. Mostraram contra espanhóis que podem jogar de igual contra uma seleção de grande porte. Mas mostraram também deficiências defensivas que podem ser decisivas contra uma seleção que compactar como a brasileira. Sinceramente, aposto no Brasil, apesar de gostar bastante desta seleção chilena. Com uma seleção jovem e um treinador ousado, que já adiantou que não muda a forma de jogar de sua seleção por causa de adversários, os chilenos não devem conseguir obter um bom resultado se os jogadores brasileiros estiverem em um bom dia. Com Kaká e Robinho poupados na partida contra Portugal, a tendência é quem cheguem bem fisicamente. E, se estiverem bem tecnicamente também, a vaga será brasileira. De novo.

Palpitaria- Segunda Fase

Começa hoje o mata-mata! Para muitos, é quando a Copa do Mundo realmente começa. Não tem chororô, quem perder volta para casa. E o De Férias Na Copa não podia ficar de fora dessa. Aí vai uma breve análise dos confrontos de hoje:

Uruguai x Coreia do Sul
A Celeste é favorita, e deve passar, de acordo com enquete feita entre os dois blogueiros que vos escrevem. O técnico Oscar Tabárez parece ter conseguido encontrar a formação da seleção uruguaia. Com dois atacantes rápidos e com Forlán na armação, o Uruguai tem agora um poderoso ataque para fazer par com uma defesa bastante sólida. Diego Forlán deu o tom que faltava no meio-campo dos nossos vizinhos.
Já a Coreia do Sul mostrou irregularidade na primeira fase. Depois de uma ótima atuação contra a Grécia e um bom começo contra a Argentina, os coreanos se classificaram em um jogo dramático contra a Nigéria, pior seleção do Grupo B. Pode surpreender nos contra-ataques rápidos, mas é zebra para esse confronto.

EUA x Gana
O vencedor desse jogo pega o classificado entre Uruguai e Coreia, nas quartas-de-final. Americanos e ganeses tiveram atuações regulares. O time norte-americano costuma jogar para frente, mas também costuma perder muitos gols. Se classificou após marcar aos 46 do segundo tempo contra a Argélia. Mesmo com tudo isso, é favorito, ainda segundo nossa enquete. Já Gana, que conseguiu a vaga em um grupo aparentemente mais forte, mas não mostrou competência na hora de definir.
O paolpite é de um jogo aberto, com muitas chances de ver. Imperdível, apesar da pouca tradição das duas equipes no futebol.

E vocês em quem apostam?? Palpitem!

Nota: Ainda estamos devendo uma análise da primeira fase e o jogo Chile x Espanha. Fiquem tranquilos que tudo estará em breve no ar.

Suíça deixa a Copa com gosto amargo

Por João Oliveira,
Famosa por seus chocolates, a Suíça agora também tem outros motivos para se orgulhar. A seleção de futebol do país europeu bateu o recorde de minutos sem levar gol. Foram quase seis partidas completas com as redes invictas. E foi só.
Os suíços tiveram a grande chance de passar de fase, jogando contra a seleção mais fraca do grupo. Na partida entre o time que não tomava gols, contra o que não fazia, o 0x0 acabou sendo um placar justo.
Enquanto a Suíça sai de cabeça baixa, pelo futebol e pela eliminação. Honduras confirmou sua eliminação marcando seu único pontinho nesse Mundial, deixando a lanterna da competição com a Coreia do Norte. Ainda se recuperando de momentos complicados na vida política, o povo hondurenho pelo menos teve essa felicidade. E poderia ter tido mais, já que Honduras desperdiçou algumas chances de gol.
Quanto à Suíça, o time foi punido por sua covardia. Jogando na defesa o tempo todo, faltou poder ofensivo na hora de marcar os gols que garantiriam a classificação, e vai voltar para casa sem fazer falta.
Se vocês encontrarem um bom chocolate suíço, a pedida da vez é o livro 500 Maravilhas de Chocolate. Em homenagem à camapnha da Suíça.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Duelo de compadres termina em samba



Por João Oliveira,
Pela primeira vez nessa Copa resolvi assistir um jogo do Brasil em lugar público. Preferi ficar de fora das tradicionais festas para analisar melhor os jogos, mas dessa vez foi diferente. Acompanhei a partida na Cadeg (Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara), um dos refúgios da colônia portuguesa no Rio de Janeiro.
O velho clichê de jogo entre nações amigas e povos irmãos caiu muito bem na peleja entre Brasil e Portugal. Praticamente classificados, a grande dúvida era saber quem seria o primeiro colocado no grupo.
Lá na Cadeg, o empate era considerado um ótimo resultado. Com direito a shows de fado e samba, brasileiros e portugueses se uniram para a transmissão da partida. Com muito bolinho de bacalhau e cerveja, o jogo foi ficando em segundo plano.
A postura das duas equipes em campo ajudou diminuir o interesse pelo jogo. Nossos patrícios jogaram com a cautela típica de quem precisava apenas de um empate para passar de fase, enquanto a seleção brasileira se limitava a tocar a bola de lado.
A pasmaceira só foi abalada depois de algumas jogadas mais ríspidas. Felipe Mello, enfim, estreou seu lado mais conhecido na Copa. Depois de se enroscar com mais um Joaquim (o camisa 15) do meio-campo português, o 'Daniel San' brasileiro foi substituído antes que levasse o segundo cartão amarelo, ou um iipon do adversário, que acabou acertando o volante brasileiro, que é dúvida para o próximo jogo.
Diante de outra defesa fechada, o Brasil mais uma vez não conseguiu criar jogadas de perigo. Sem Kaká, suspenso, Elano, machucado, e Robinho, poupado, o técnico Dunga escalou Júlio Baptista, Daniel Alves e Nilmar. As substituições serviram para mostrar que não temos opções no banco de reservas. Não temos um jogador capaz de entrar e decidir, ou ate mesmo incendiar um jogo.
Já os europeus, também tiveram poucas chances, porém mais perigosas que os brasileiros. Com um pouco mais de capricho, sairiam com a vitória. Porém não pareciam com muita vontade de arriscar.
Apesar do clima morno do duelo, a festa na Cadeg não se deixou contagiar pelo ritmo lento da partida, e continuou agitada. Ao contrário do que fazia sua seleção em campo, os portugueses não tiveram medo e caíram no samba junto com passistas de escolas de samba. No campo do samba, nossos coirmãos não tiveram vergonha de caírem de quatro pelas brasileiras.
Portugal e Brasil só se enfrentarão nessa Copa em uma eventual final. Caso isso aconteça e o clima de amizade continue, nossos parceiros lusos tem mais alguns dias para não passarem vergonha no samba. Para ajudá-los, Almanaque do Samba, de André Diniz. Mesmo que não aprendam, terão uma ótima leitura.

Regime fechado, defesa aberta

Por João Oliveira,
Sem muitas chances de classificação, a seleção de Costa do Marfim fez o que pôde econseguiu entrar no regime fechado da Coreia do Norte. Provando que não concordam com as diretrizes políticas do país, os norte-coreanos resolveram mostrar diplomacia e abriram as portas para o ataque marfinense.
Mas faltou vinho do Porto para os Drogba e Cia. Diferente de Portugal, que sapecou uma goleada de 7x0 nos asiáticos, Costa do Marfim venceu por 'apenas' 3x0 e foi eliminada com o empate dos portugueses com o Brasil.
Apesar do caráter pouco importante, a partida mostrou uma deficiência do Brasil, que venceu a Coreia do Norte no sufoco, enquanto viu seus adversários goleando os asiáticos. O lado positivo foi ver que os marfinenses fizeram uma boa campanha, e talvez tivessem passado se caíssem em outra chave. Empataram com Portugal e só perderam quando tentaram partir para cima do Brasil.
Fez falta o futebol de Drogba, que não se recuperou 100% e perdeu a chance de disputar uma Copa em seu auge. Já os norte-coreanos saem felizes com a oportunidade de disputar um Mundial. A única dúvida é: será que deu para fazer umas comprinhas? Não se sabe. Tomara que não tenham lido Os Delírios de Consumo de Becky Bloom, de Sophie Kinsella.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Robben estreia e adoça a Laranjada

Por João Oliveira,
Holanda e Camarões fizeram um amistoso de luxo na África do Sul. Com os europeus já classificados e com os africanos eliminados, o que valeu foi a estreia de Robben na Copa. O holandês, que se recupera de lesão, entrou no segundo tempo e fez ótima jogada que resultou no gol da vitória, marcado por Huntelaar. Apesar do gol e do esforço de Eto'o, a seleção camaronesa sai do Mundial com três derrotas em três jogos. Uma campanha pífia, para o time que conta com um dos melhores atacantes do mundo.
Ainda devendo uma grande atuação, os holandeses pelo menos correram e ajudaram a dar emoção para a partida. Sem espetáculo e com muitos passes de lado, mas longe de ser uma apresentação preguiçosa. Eficiência é a palavra da vez entre os Laranjas. A Holanda confirmou sua nova face nessa Copa do Mundo, menos show e mais eficácia.
Enquanto isso, Camarões esqueceu a eliminação e jogou buscando uma vitória que amenizasse sua fraca campanha. Porém falta qualidade ao time africano, que é muito dependente do atacante da Inter (ITA). Sem um meio-campo que consiga lhe oferecer melhores opções, Eto'o saía mais da área e já não tinha mais fôlego para chegar na frente em boas condições.
O jogo de hoje foi um retrato do que as duas seleções fizeram. A diferença entrou no segundo tempo. Ainda fora de ritmo, Robben arriscou jogadas de efeitos, lançamentos, chutes e arrancadas. O meia do Bayern (ALE) mostrou que encaixa muito bem na equipe, e que pode dar trabalho nas fases decisivas, junto com Sneidjer, que comandou a equipe na ausência do astro maior.
Com o reforço de Robben, a tendência é que a Holanda avancesem problemas contra a Eslováquia, adversária nas oitavas-de-final. Já Camarões, tem mais quatro anos para se recuperar do vexame.
Dessa vez a dica de leitura não tem muita relação com o jogo. É mais um bom livro da safre pré-Copa. Time dos Sonhos, assinado por Luis Fernando Veríssimo. Não chega a ser dica, mas sim intimação. Afinal, Veríssimo veste a 10 de qualquer Time dos Sonhos.

E o Sol Nascente derrete o Gelo. Japão vence e convence

Por Rodrigo Pereira,


O grande jogo do grupo E foi a partida entre Japão e Dinamarca. Com holandeses classificados, samurais e nórdicos buscavam a segunda vaga do grupo, para enfrentar paraguaios nas oitavas-de-final. E, com grande atuação de Honda e péssima atuação do goleiro Sorensen, japoneses superaram dinamarqueses e seguem adiante, com grande atuação, confiantes para enfrentar os guaranis. O Sol nascente nunca brilhou tão forte.

A disciplina típica dos japoneses em tudo o que fazem parece dar resultados também no futebol. Nunca a seleção japonesa chegou tão preparada a um Mundial. A ingenuidade parece passado. A correria desenfreada deu lugar a uma equipe inteligente. Me impressiona esta equipe. Mas toda essa disciplina poderia não dar em nada caso não houvesse qualidade na equipe. Eis que surge um loirinho nipônico muito bom de bola. O atacante Honda mostra qualidade e inteligência jogando. Hoje marcou o primeiro gol japonês(com a primeira trapalhada de Sorensen). Correu, se movimentou,deu bons passes. Em um deles, deixou Okazaki livre, só para empurrar para as redes, após grande jogada, deixando dois zagueiros dinamarqueses para trás. O segundo gol japonês foi marcado por Endo. Detalhe: dois gols marcados de falta. A bola parada mostra mais uma vez a evolução desta equipe. Parece que Zico ensinou alguma coisa sobre isso a eles. Japoneses e americanos mostram, nesta Copa, que seleções disciplinada evoluem no futebol. E que, treinando exaustivamente, o talento acaba aparecendo. Foi assim com os americanos Dempsey e Donovan. Com os japoneses Okubo e Honda. Japoneses agora vão enfrentar paraguaios por uma vaga nas quartas. Sinceramente, gosto mais dos japoneses. O jogo paraguaio é um tanto medroso. Os japoneses jogaram bem contra camaroneses, fizeram jogo duro contra holandeses e ganharam com autoridade dos dinamarqueses. Sou mais Japão. O motor Honda é confiável e pode fazer este Japão rodar por muito quilômetros nesta Copa ainda.

Quanto a Dinamáquina, precisa de um óleo. Está enferrujada. Tem bons jogadores, como Rommedahl e Bendtner. Mas é lenta. Prevísivel. Sem carisma. Com Tomasson aparentemente cansado, a trinca do Gelo trincou. Muito pouco para uma seleção de Copa. Ainda mais com um goleiro decadente, que se nos outros jogos não decidiu, hoje ainda decidiu falhar. A Jabulani fez mais uma vítima. E como gostou de apanhar da bola. Em um lance, cruzamento para a área dinamarquesa. Sorensen simplesmente deixa a bola passar entre os seus braços. A bola bate na trave caprichosamente. Uma grande equipe sem dúvida precisa de um bom goleiro. A Dinamarca não é uma grande equipe. E não tem um bom goleiro. Por isso, é mais uma seleção a voltar para casa. Não deixará saudades.

Do Mundo à Primeira Fase: a terra da pizza mudou a iguaria e fez um pastelão na Copa

Por Rodrigo,

E o inimaginável aconteceu. A tetra e atual campeã mundial Itália precisava empatar contra a fraca equipe eslovaca para continuar sua empreitada em busca do penta. Mesmo sem convencer, era esperado dos italianos a mesma vitória burocrática que os ingleses conseguiram. O empate, com o resultado do jogo dos paraguaios, serviria também. Mas os italianos tiveram uma pane por cerca de 60 minutos de jogo e, mesmo depois da partida épica na última meia-hora de jogo não foi suficiente para a classificação italiana. Resultado: 3x2 para eslovacos, que conseguem a vaga na próxima fase em sua primeira Copa independente. Para italianos, a vergonha da eliminação e da pior campanha de sua história.

O principal culpado na eliminação italiana, assim como na francesa, foi o treinador. Por motivos diferentes, mas o grande culpado. Abordaremos mais para frente este assunto. Mas é notório que a seleção italiana não teve o que era de melhor nesta Copa. Na partida de hoje, italianos fizeram um primeiro tempo lamentável. Com o gol de Vittek,em presente dado por De Rossi,italianos terminaram o primeiro tempo em desvantagem. Mas voltaram pro segundo tempo devagar ainda. Parecia que achavam que conseguiriam empatar a partida a qualquer momento. Eis que Vittek fez o segundo gol eslovaco, em falha de Chiellini dessa vez,que deixou o meia eslovaco se antecipar em cruzamento. E, a partir daí, começou a odisséia italiana. Com Pirlo e Quagliarella em campo, a equipe italiana cresceu e começou a apresentar bom futebol. Dos pés de Quagliarella saiu a incrível bomba que Skrtel tirou em cima da linha. Quagliarella entrou muito bem na partida. E, depois de boa tabela com Iaquinta(horroroso), Quagliarella chutou. Mucha defendeu e a bola sobrou limpa para Di Natale empatar, aos 36. O gol incendiou italianos. Quagliarella queria virar herói. Aos 40, em jogada de Di Natale, Quagliarella empurrou para as redes. Mas o juiz marcou o impedimento, dificílimo. Os italianos não desistiram. Mas, aos 44, Kopunek, no contra-ataque, pôs fim ao sonho italiano. Quagliarella ainda diminuiu aos 46, dando cara dramática ao final da partida, em belo gol de cobertura. Até que, já aos 50 do segundo tempo, no último lance da partida, havia um lateral para a Italia no setor ofensivo. Maggio jogou a bola na área. A bola foi cortada pela zaga eslovaca e a bola sobrou limpa para Pepe bater. O ponta italiano pega mal na bola e joga para fora. Fim do sonho italiano. Fim da história. Quagliarella chorou copiosamente. Sua grande atuação não o transformou em herói. E a pior campanha da história italiana estava escrita.

Para os eslovacos, a Copa já foi ganha. A equipe passou, como previ, mas me decepcionou. Marek Hamsik, destaque do Napoli, tem sido decepcionante. Provavelmente pegarão holandeses na próxima fase. E só. Para uma primeira Copa, já estará bom. Aos italianos. É hora de renovar, se reciclar. Fracassos como dos italianos e franceses podem significar o renascimento destas seleções para a Copa do Brasil. Seleções como essas merecem chegar fortes, para engrandecer o espetáculo. Pra quem ama o futebol, esta é a torcida. Por hora, italianos voltam pra casa. A terra da culinária precisa ir para a área de serviço. A lavagem de roupa suja começa.

Empate bom para todos. Menos para quem assistiu!

Por João Oliveira,
Os paraguaios não se sentem muito confortáveis com a liderança. Depois de temerem a vitória contra a Itália, nossos vizinhos fizeram de tudo para passarem em segundo lugar na chave. O Paraguai não passou nem por perto da boa atuação contra a Eslováquia. Com o regulamento embaixo do braço, os sul-americanos atuaram de olho no jogo entre Itália e Eslováquia.
Considerada a grande baba dessa Copa, a Nova Zelândia já entrou em campo no lucro. Com dois empates, sendo um deles com a tetracampeã Itália, os neozelandeses ainda tinham chances de classificação, mas também não fizeram muito esforço.
Com as duas seleções sem muita vontade de vencer, o jogo se resumiu a um Paraguai com posse de bola inoperante. Nas poucas vezes que passaram pela sólida defesa adversária, os sul-americanos esbarraram na boa atuação do goleiro Paston. A surpreendente vitória da Eslováquia sobre a Itália fez com que a Nova Zelândia saísse um pouquinho, mas faltou futebol à seleção da Oceania, que não assustou os paraguaios.
No fim das contas, o 0x0 foi bom para as duas equipes. O Paraguai passou em primeiro, e deve escapar de um confronto com a Holanda nas oitavas-de-final. Já a Nova Zelândia saiu invicta e na frente da Itália, bom demais para suas pretensões iniciais.
Depois de passar mais uma vez para a segunda fase de um Mundial, o Paraguai precisa de mais ousadia para romper o limite das oitavas-de-final, onde caiu em duas das últimas três Copas.
Para os paraguaios: Sua Resposta Vale Um Bilhão, de Vikas Swarup. Livro que inspirou o filme Quem Quer Ser Um Milionário. Talvez assim nossos vizinhos arrisquem mais.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

É o Pet, é o Pet, é o Pet!

Por João Oliveira,
A Sérvia encerrou sua participação no Mundial mostrando que realmente é uma equipe de altos e baixos. Com uma estreia apagada contra Gana e uma excelente vitória contra a Alemanha, seleção sensação da competição naquela altura, os sérvios entraram para enfrentar a Austrália precisando de uma vitória, ou empate, dependendo do resultado de Alemanha e Gana.
Os australianos, pelo contrário, tinham sido goleados pelos alemães e suportaram a pressão de Gana para sair com apenas um empate. Só um milagre classificaria a seleção da Oceania para as oitavas-de-final.
Precisando da vitória, a Sérvia partiu para cima, mas perdia muitos gols, enquanto os australianos se defendiam com eficácia. Com uma verdadeira blitz, os europeus pressionaram durante a maior parte da primeira etapa, mas não conseguiram chegar ao gol.
No segundo tempo, como se fosse um castigo, os australianos voltaram melhores e abriram 2x0 no placar. Precisando ampliar o saldo, a Austrália continuou pressionando, até a Jabulani entrar em ação mais uma vez. O goleiro australiano soltou a bola depois de um chute de Tosic, e o atacante Pantelic se encarregou de diminuir para os sérvios.
O gol sofrido desanimou os australianos, e a Sérvia quase conseguiu o gol de empate, que lhe daria a classificação. E quase chegou lá. Com direito a gol mal anulado, bola pegando na mão de um zagueiro adversário dentro da área e um gol feito, perdido no finalzinho.
Como diria o 'sábio' Muricy Ramalho, "a bola pune". E mesmo com todas as chances, a Sérvia foi castigada pelos deuses do futebol pelo excesso de gols perdidos, a postura altamente defensiva em jogos anteriores e por ter deixado Petkovic de fora da Copa. O craque do Flamengo merecia, pelo menos, uma vaga no grupo. E até no time titular, se analisarmos o meio-campo sérvio. A convocação de Pet não garantiria que a Sérvia também não caísse na primeira fase, mas com certeza a Jabulani seria mais bem tratada.
E como as santidades futebolísticas não perdoam, a Sérvia volta para casa. E em homenagem a Petkovic, o livro que narra o maior feito de sua carreira. O gol do título carioca de 2001, pelo Flamengo. O gol do tri, que podemos acompanhar no livro Pentatri, de Paschoal Filho.

Ganeses perdem para Alemanha, mas ainda garantem a honra da África

Por Rodrigo Pereira,

Encerrando as ações pelo grupo D, tivemos o duelo entre Gana e Alemanha. A partida dava sinais de que seria decisiva, onde uma derrota acabaria eliminando o derrotado. Mas, após o presente a África que os sérvios deram, ganeses ficaram com a segunda vaga, com os jovens alemães passando na liderança.

Ao contrário da partida contra australianos, desta vez ganeses foram perigosos ao longo da partida. Apesar da maior posse e tentativas dos alemães(que dependiam da vitória mais do que ganeses), as melhores chances foram da equipe ganesa. Velozes no contra-ataque, pecaram muito nas finalizações(como todas as equipes africanas). Mas tiveram boas chances. Na ausência de Essien,Andre Ayew(filho de Abedi Pele) é o ponto de criatividade dos ganeses, a referência da equipe. É técnico, apesar de deficiências em alguns fundamentos, pecando no último passe e nas finalizações. Finalizações que deveriam ser a especialidade do centroavante Asamoah Gyan. Mas o que tem se visto até o momento é um atacante atabalhoado e afobado. A equipe ganesa combina uma consistência tática defensiva razoável com uma dificuldade absurda de fazer gols. Passou de fase apenas com gols de penalti. Dois penaltis em que os adversários puseram a mão na bola. Daquelas que é difícil de se ganhar, mas que tem dificuldade de vencer. Aqueles jogos com cara de empate.

Já pelo lado alemão, volto a ressaltar a qualidade da geração alemã. Thomas Müller e Mesut Özil são o futuro desta seleção. Mas, depois do começo promissor, a equipe parece não estar pronta ainda para o sucesso. É aquele trabalho pro futuro, da renovação, que tem tudo pra dar bons frutos. No jogo de hoje, senti uma certa ansiedade pelo lado alemão. A equipe mantinha a posse de bola, mas não conseguia ser incisiva. Com Podolski novamente mal, sem Klose suspenso e com Cacau discreto, a Alemanha demonstra pouco poder de decisão. O garoto Özil foi quem chamou a responsabilidade. Tem muita personalidade. E, coube aos seus pés dar a vaga para alemães.

E, com este resultado, ganeses e alemães ficam com as vagas. Ganeses pegarão os embalados americanos, que descobriram a graça do soccer. E os yankees são favoritos para esta partida. Mas os ganeses representam o orgulho africano na Copa(já que não acredito em vaga para Costa do Marfim). Como dito anteriormente, são o time díficil de derrotar. Mas que tem dificuldade em vencer. Fracos ofensivamente, aposto que, mesmo com o apoio massivo da torcida, a história ganesa encerra por ai. Para alemães, farão o clássico dos campeões mundiais com os ingleses. Aposto nos alemães. Mas para o futuro. Para esta Copa, nesta partida, ainda não tenho opinião formada. Se Lampard e Rooney renderem, acho que os ingleses passam. A experiência pode pesar. Mas isso se eles renderem. Pelas partidas jogadas, alemães são favoritos. Mas, favoritismo, nesta Copa, não quer dizer nada. Imagina numa partida de campeões. A única coisa que sei é que não perderei esta partida.

E saiu a primeira vitória inglesa a tempo da vaga

Por Rodrigo Pereira,


Inglaterra conquista sua primeira vitória na Copa, sobre a até então surpresa da Copa, a Eslovênia. Vitória de 1x0, na conta do chá, para ficar com a vaga na próxima fase da Copa do Mundo.

A vitória inglesa mostra evoluções, mas ainda longe do que se espera de uma favorita. Dois pontos a ressaltar desta partida. Primeiro, a boa atuação de Wayne Rooney. Ainda sem ser craque, Rooney buscou o gol, deu passes(deixou Gerrard na cara de forma linda em uma jogada cercado por 4 jogadores eslovenos), se movimentou e, pela primeira vez, mostra estar se recuperando. O segundo ponto positivo foi, finalmente, que Capello desistiu de Emile Heskey. Jermain Defoe não é um grande jogador. Longe disso, longe do que essa equipe merecia inclusive. Mas, comparado a Heskey,pode ser muito mais útil a equipe. Hoje fez o gol da vitória. Se movimenta, dando opções para ultrapassagens(coisa rara na equipe de Capello nesta Copa, mesmo com seus dois bons laterais), e abrindo espaço pelo meio para a chegada dos talentosos meias Lampard e Gerrard. Falando em Lampard, ele continua sendo o destaque mais que negativo desta equipe. Irreconhecível, omisso, parece um meia burocrático, lento e disperso. E que falta vem fazendo!

Pelo lado esloveno, eles foram bem nesta Copa, perderam a vaga depois do jogo terminado. Mas jogam um futebol feio, retrancado e covarde. Se contentaram com a derrota por 1x0, acharam que seria suficiente. Em nenhum momento ameaçaram a equipe inglesa, mesmo com ingleses não jogando bem. Apostaram na incapacidade de uma equipe americana que, na semana anterior, quase conseguiu uma virada épica contra eles mesmo. E foram castigados pela falta de ousadia. Voltam pra casa como novidade, mas pra mim é mais uma equipe limitada representante deste futebol feio e burocrático que está na moda, mas que eu torço que esta Copa o desvalorize.


Para ingleses, a classificação pode tomar dois rumos: Uma nova Copa começando, com os jogadores decisivos começando a decidir(principalmente Lampard, que ainda não estreou na África). Ou o adiamento da crise. Os ingleses podem pegar alemães nas oitavas-de-final. E ai, eles precisarão estrear na Copa. Por enquanto, não aconteceu. Hoje, jogaram na conta do chá. Mas se não acordarem, estarão em londres a tempo do chá das cinco.

A emoção do Soccer

Por João Oliveira,
E quem foi que disse que futebol não tem emoção? Nem a Copa do Mundo de 1994 mudou a opinião dos norte-americanos sobre o soccer. Também, pudera, a final foi decicida nos lances livres, quer dizer, nos pênaltis. Fora a decepção de ser eliminado para um país de terceiro mundo logo no aniversário de sua independência.
Muitas coisas mudaram nesses 16 anos que se passaram. O blogueiro, que preferia acordar cedo para ouvir o Tema da Vitória, chegou a madrugar em uma Copa para acompanhar os jogos do esporte que o conquistou naquela Copa do Tetra. O Baixinho malandro que deixava os zagueiros na saudade, hoje é um senhor, ainda malandro, e deixou com saudades o garoto que aprendeu a amar o futebol por sua causa, por seus gols.
O futebol também mudou, os garotos de hoje em dia preferem jogadores altos, fortes e midiáticos, que cansaram de ser deixados para trás por aquele Baixinho que desfilava seus poderes especiais pelos campos americanos. Exagero? Ou vocês acham que um sujeito com menos de 1,70m subiria mais do que os gigantes suecos sem ajuda de poderes especiais? Foi preciso crescer e vê-lo ao vivo, para ter certeza de que aqueles lances de 1994 não foram programados pelos estúdios Disney.
É difícil para quem cresceu com a 'companhia' do Baixinho, acompanhar certos jogos de Copa do Mundo. Mas EUA e Argélia merecem a assinatura do craque de 1994. Dois times jogando para frente, buscando a vitória. Um jogo cheio de alternativas, forte candidato a melhor partida desse Mundial.
Porém americanos e argelinos sofreram com a síndrome dessa Copa do Mundo. A síndrome de poucos gols. Um jogo que poderia terminar em 5x5, 7x6, por pouco não terminou em zero-a-zero, o que seria uma verdadeira injustiça.
O empate sem gols persistiu até os acréscimos da partida, e caiu com direito a muita emoção. Um gol de Donovan quando o jogo já tinha passado dos 90 minutos, foi quase como uma cesta de Michael Jordan no último segundo. O futebol norte-americano, presente em todos os Mundiais desde 1990 e quase semifinalista em 2002, evoluiu e chegou bater um dos jogos das finais da NBA. Sim, a partida de estreia dos EUA, contra a Inglaterra, deu mais audiência do que quatro dos cinco jogos finais da NBA, entre Lakers e Celtics.
Mais do que audiência, a vitória deu aos americanos a merecida vaga na segunda fase da Copa, e mais um motivo para acompanharem o soccer, um esporte emocionante.
E para completar a a homenagem, a biografia do Baixinho tão falado no texto acima. Romário, de Marcus Vinícius Rezende de Moraes, o popular Mr. Bean da Rádio Tupi. Repleto de entrevistas com pessoas ligadas ao Baixinho. Imperdível!

Coreanos seguram o empate e passam de fase

Por João Oliveira,
A necessidade de vitórias, empates, gols e saldo de gols costumam ajudar no aumento da qualidade dos jogos. Longe da zona de conforto, e dos toques de bola improdutivos, as seleções as partidas tendem a serem mais interessantes.
Com objetivos iguais, mas necessidades diferentes, Coreia do Sul e Nigéria fizeram um jogo bastante movimentado, com boas alternativas. Contando com a provável derrota da Grécia diante da Argentina, os coreanos não precisavam arriscar muito, o empate seria o suficiente. Já no lado africano, só uma vitória e uma derrota grega interessavam, seguidos de desempate no saldo de gols.
Com ousadia e jogando para frente, a Nigéria abriu o placar logo no início de jogo. A irreconhecível postura conservadora da Coreia fez com que os nigerianos tomassem conta dos primeiros movimentos da peleja. Somente após sofrer o primeiro gol que os coreanos resolveram atacar, e acabaram conseguindo a virada.
O empate nigeriano com um gol de pênalti não foi suficiente para evitar mais uma eliminação africana na Copa. Surpresa nas Olimpíadas de 1996 e com boas campanhas nas Copas de 1994 e 1998, a Nigéria era a principal força do continente até o final do século passado, e uma das apostas do começo desse milênio. Mas naufragou e já não assusta mais como antes.
Já a Coreia do Sul, que conta com qualidade do meio para frente e uma defesa disciplinada taticamente, alternou bons e maus momentos nos três jogos disputados. Com execelente atuação contra a Grécia, os coreanos seguraram a Argentina até o final do segundo tempoe mostraram certo pragmatismo contra a Nigéria.
A seleção asiática conquistou seu maior feito desde 2002, quando sediou o Mundial, junto com o Japão. Ou seja, na sua sétima participação seguida em Copas, os coreanos passaram de fase pela primeira vez fora de casa. Mas vão precisar de mais consistência nas fases eliminatórias da Copa.
Sem muitas explicações, um livro com título auto-explicativo, em homenagem à Nigéria, é claro. Voltando Pra Casa, de Suzana Dias. Mais uma opção para quem quer incentivar a leitura dos pequenos.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Em ritmo de jogo-treino, Argentina vence mais uma

Por Rodrigo Pereira,

Argentina e Grécia se enfrentaram hoje para encerrar as atividades no grupo B da Copa. Pra Argentina, a partida era uma oportunidade de descansar alguns titulares e dar oportunidade a outros jogadores. Para os gregos, a partida valia vaga nas oitavas-de-final. Entretanto, aparentemente nem os gregos acreditavam na vaga, que poderia vir com um empate, e jogaram de forma receosa, com medo de goleada. Conseguiram evitar a goleada e perderam por "apenas" 2x0.

Para a equipe de Maradona, a partida foi um amistoso de luxo. Trocando passes, a equipe argentina ganhou sem fazer muito esforço. A equipe sofreu apenas um susto, em jogada atabalhoada de Samaras. De resto, só deu Argentina. Destaque para mais uma boa partida de Messi, mas que ainda segue atrás do gol. Hoje, mais uma vez, Messi colocou uma bola na trave em jogada individual. Num segundo lance, passou por dois defensores gregos e encheu o pé, o goleiro grego fez excelente defesa e a bola sobrou limpa para Palermo fazer o segundo gol argentino. O primeiro gol foi de Demichelis, que hoje decidiu não jogar contra. Agora, enfrentarão animados mexicanos, podendo ter seu primeiro teste contra uma equipe mais forte ofensivamente. Mas os argentinos seguem como uma das equipes mais interessantes a ser acompanhada na fase de mata-mata da Copa.

Já os gregos, voltam pra casa com sua primeira vitória em Copas. A limitada equipe grega tem jogadores razoáveis, como Katsouranis e Karagounis. Mas ainda assim é fraca e sem criatividade. O ferrolho campeão da EuroCopa 2004 já não existe mais, dando lugar a uma defesa lenta. Foi o último suspiro desta geração envelhecida. Dessa vez, Zeus não quis ajudar os mortais de sua equipe de futebol.

Bafanas vencem e conseguem despedida digna

Por Rodrigo Pereira,
E o primeiro grupo da Copa do Mundo conhece seus classificados. Sul-africanos, correram, lutaram, tiveram esperança inclusive, ganharam, mas não foi suficiente para conseguirem a vaga. Entram para a história como o primeiro país anfitrião a ser eliminado na primeira fase de uma Copa do Mundo. Mas a vitória de hoje, ainda que sobre este esboço de seleção francesa, deu um pouco de alegria ao hospitaleiro povo sul-africano. Já a França, final previsível para uma história que bem poderia ser roteiro de um filme pastelão. O orgulho frances no futebol recebe mais uma ferida, daquelas profundas.

A equipe de Parreira entrou buscando a vitória. Mais para de honrar seu povo do que para a classificação. Mas houve momentos em que acreditaram. Com 2x0 na partida, gols de Khumalo e Mphela e o gol do uruguaio Suarez sobre o México, os sul-africanos passaram a acreditar que a classificação poderia vir diante de uma França que jogava desinteressada. Mas o que sobre de disposição, falta de qualidade. Muita correria, mas pouca calma para colocar a bola no chão. Diversas vezes viamos jogadores partindo pra jogada individual, com companheiros em condições melhor para a continuidade da jogada. Ainda assim, oportunidades de gols foram criadas. Mas as finalizações também foram o ponto fraco. O gol de Malouda acabou com o sonho. Mas permitiu aos bafanas uma saída mais honrosa. Que a Copa não seja só festa. Que sirva como estímulo aos jovens que assistem o evento e promova o futebol no país. Jogadores como Mphela e Tshabalala mostraram potencial não lapidado. E Steven Pienaar mostrou porque foi o jogador do ano no Everton. Técnico, inteligente, sobrava na equipe sul-africana. Se houvesse mais um jogador parecido com ele na equipe, o resultado poderia ser outro.

Quanto a França, algo que começa errado jamais poderá dar certo. Falaremos mais a frente sobre os fatores que levaram ao fracasso frances. Mas Domenech mostrou todo o atraso de um treinador de futebol. Teimoso, superticioso e com ego inflado. Já havia conseguido o feito de levar a França a uma final de Copa, em 2006. Devia ter saído ali. Preferiu continuar, se sentindo o dono do mundo pelo seu feito. E a França, que chegou pela mão de Henry na Copa, acaba voltando pra casa com um único gol e com Henry no banco. Mesmo sem Anelka, ele preferiu Cissé a colocar Henry. A historia francesa nessa copa termina melancolicamente. Quando os jogadores não estão com seu treinador, não adianta. A vitória não virá.

Parabens a mexicanos e uruguaios. E ao futebol sul-americano. Que os decadentes franceses se reorganizem. O levante que aconteceu nessa Copa não devia ter acontecido. Deixaram chegar ao extremo. Até o ídolo Zidane criticou. Que sirva de lição. Aos africanos, que a derrota de hoje signifique a vitória de amanhã. Não se pode pular etapas na evolução. Um passo de cada vez.

Uruguai e México avançam em ritmos diferentes

Por João Oliveira,
Para quem esperava um jogo de compadres (inclusive eu), México e Uruguai fizeram um jogo muito bem movimentado. Os mexicanos foram um pouco mais cautelosos do que os uruguaios, que jogaram mais uma vez com Forlán mais recuado. O técnico Oscar Tabárez parece ter encontrado a solução para seu meio-campo improdutivo.
Com o astro do time chamando a responsabilidade, o Uruguai jogou com autoridade e poderia ter vencido com um placar maior. Mas no final a vitória uruguaia por 1x0 foi comemorada pelas duas equipes. Assim como o Uruguai, o México também se classificou, eliminando a África do Sul no saldo de gols.
Mais do que a vitória e a liderança do Grupo A, nossos vizinhos mostraram força e um futebol consistente. Se escapar do clássico contra a Argentina nas oitavas-de-final, tem tudo pra ir longe e chegar, no mínimo nas quartas-de-final.
Já o México, surpreendeu e entrou com Ronaldo, quer dizer, Blanco em campo. O veterano meia quebrou a costumeira movimentação do time, que havia se destacado pelo rápido toque de bola.
O atacante Suárez foi o autor do gol da classificação uruguaia, depois de uma bela trama, que começou nos pés de Forlán, passou por Cavani, que cruzou na área para o gol do atacante do Ajax. O trio ofensivo mostrou, mais uma vez, que vai continuar dando trabalho na Copa. Com um pouco mais de solidariedade na hora dos passes, teria resultados muito mais expressivos na primeira fase.
Os mexicanos agora devem enfrentar a Argentina, seu algoz na última Copa. Eliminado nas oitavas-de-final nos últimos quatro Mundiais, o México vai precisar de mais bola para superar esse trauma.
Quando um brasileiro fala da Celeste, não tem jeito, sempre lembramos de 1950. Para fugir do comum e falar de autores uruguaios, dessa vez eu indico Barbosa, Um Gol Que Faz 50 Anos, do jornalista Roberto Muylaert. Não é facil de ser encontrado, mas vale a procura.

Dunga, o anão zangado

Por João Oliveira,
A proposta do blog é de falar um pouco do tudo que acontece na Copa do Mundo. Com três jogos em horários diferentes, ficava difícil comentar sobre fatos extra-campo. Mas agora ganhamos um pouco mais de tempo para apontarmos para outros lados do Mundial.
Vejam o que aconteceu na entrevista coletiva do técnico da seleção brasileira, após o jogo contra Costa do Marfim, no último domingo. Em mais um episódio de descontrole do treinador da CBF.
Treinamentos fechados, insistência em jogadores longe da melhor fase e xingamentos a árbitros e adversários, tudo isso faz parte do script do capitão do Tetra. Mas dessa vez ele exagerou. Ofensas gratuitas ao jornalista da Globo, Alex Escobar. As palavras, impublicáveis, vazaram pelos microfones da sala de entrevista.
Várias análises já foram feitas sobre as atitudes do técnico, mas aqui vai mais uma. Dunga precisa aprender a diferenciar elogios de bajulação e críticas de ofensas. Além do mais, já deveria ter entendido que o treinador da Selação está sujeito a cornetadas de blogueiros desconhecidos a editoriais da emissora de tv mais conhecida no país. Afinal, o brasileiro é apaixonado por futebol, e cada um de nós tem sua a sua visão sobre futebol.
Diferente do simpático personagem dos contos de fada, Dunga parece viver às turras com a vida e doido para ganhar logo a Copa e disparar palavrões, como fez em 1994. O grande risco para o ex-volante é de que o Brasil não traga o caneco dessa vez. Dessa maneira, vai ter que enfrentar não só a imprensa, mas também o povo brasileiro, que a cada dia que passa é inflamado a torcer com o espírito "guerreiro" da seleção da CBF.
Para quem gosta de um bom conto de fadas, a dica é Branca de Neve E Os Sete Anões, principalmente durante as entrevistas coletivas da Seleção. Como dizia a campanha: desligue a tv e vá ler um livro. E leve seu filho junto, é claro.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Fúria ainda mansinha no safári africano

Por João Oliveira,
A tão esperada Fúria ainda não estreou. Sim, a seleção espanhola perdeu para a Suíça, venceu Honduras por 2x0 e ainda tem chances de classificação. Mas o futebol apresentado pelos espanhóis ainda está longe de justificar o famoso apelido.
A Espanha atacou e pressionou os hondurenhos, que não tiveram nenhuma chance, mas perdeu a grande chance de golear e mostrar que a derrota da primeira rodada foi um acidente. Com Torres sem suas melhores condições físicas, Fábregas no banco, e um toque de bola improdutivo, a seleção campeã europeia contou com a fragilidade do adversário para vencer o jogo.
Com um atacante chamado Welcome, a seleção de Honduras conta com uma defesa bastante hospitaleira. Quem se aproveitou disso foi o atacante David Villa. O jogador do Barcelona deitou e rolou entre os zagueiros adversários. Atuando pela esquerda, Villa marcou dois gols e ainda perdeu um pênalti. Numa Copa do Mundo de poucos gols, os espanhóis não colaboraram tanto para o aumento da média de gols da competição, mas já tem um dos vice-artilheiros do Mundial.
Apesar da liderança do Chile, a situação do grupo ainda está indefinida. Na teoria até Honduras pode se classificar. Mas a parada está boa para a Suíça, que enfrenta o adversário mais fraco da chave e conta com o duelo entre Chile e Espanha. A partida deve exigir mais da defesa espanhola, que conseguiu levar gol do inoperante ataque suíço e contou com o baixo nível técnico dos atacantes hondurenhos.
O confronto deve ser um dos mais interessantes da primeira fase. A Espanha precisando da vitória contra um Chile que só necessita de um empate. O estilo ousado dos chilenos tem se mostrado a verdadeira Fúria do Grupo H, mas vai ter que segurar a Espanha para não terminar.
Mas por enquanto os espanhois podem comemorar a vitória sobre Honduras, que os manteve no páreo. Memórias de Minhas Putas Tristes, de García Márquez, é um título sugestivo para quem quer comemorar. Mas ta,bém uma ótima opção de leitura caso a delegação europeia prefira ficar quietinha, concentrada em seu hotel.

Vinho chileno consegue furar a defesa suíça

Por João Oliveira,
Sabe aquela história de água mole pedra dura, tanto bate até que fura? Parece clichê, não é mesmo? Então, que tal um bom vinho chileno derramado entre os vãos de um queijo suíço? Por mais esquisito que pareça, é essa a face do jogo de hoje entre Chile e Suíça. Jogando algo que não tem nada a ver com futebol, os suíços bateram uma marca histórica. Até o gol do chileno González, aos trinta minutos do segundo tempo, as redes suíças ficaram 559 minutos sem serem vazadas em Copas do Mundo, superando a marca anterior da Itália, de 550 minutos sem sofrer gols.
Tudo bem que o feito é histórico e que esquemas táticos defensivos fazem parte do esporte bretão. Mas o que a Suíça fez nos seus dois jogos desse Mundial é constrangedor. A vitória contra a Espanha, na primeira rodada, foi mera casualidade. Diferente de outras seleções, que se defendem bem, mas exploram os contra-ataques, o ferrolho suíço se limita a se defender e dar chutão para frente. Ainda mais depois de ter um jogador expulso ainda no primeiro tempo.
O empate que poderia ganhar status de heroico, seria, na verdade, injusto caso acontecesse. Os europeus jogaram na retranca desde o início da partida, a explusão de Behrami apenas tirou da seleção do Velho Continente mais um jogador para marcar, apesar da inscrição do atleta como "meia".
Com um jogo ousado, vertical, os chilenos melhoraram quando Valdívia entrou no lugar do ainda fora de ritmo Suazo. El Mago provou que não pode ficar de fora do time titular de Marcelo Bielsa, que deve ter ficado ainda mais louco com as chances perdidas já no fim da partida.
Depois de levar o gol, os suíços tentaram subir um pouco mais, porém sem sucesso. A retranca suíça enfim desmoronou, e o Chile teve algumas boas chances de matar o jogo e aumentar seu saldo de gols. Com a magra vitória por 1x0, os chilenos entraram no hall de Brasil, Holanda e Argentina, com 100% de aproveitamento. A seleção andina lidera o grupo H, mas vai precisar segurar a Espanha na última rodada.
Apesar da liderança e das boas atuações, a classificação chilena ainda é um mistério. E no ritmo do suspensa, o livro 2666, do autor chileno Roberto Bolaño (sem 's' no final, ele não é o Chaves). A narrativa é sucesso nos EUA e está sendo bastante procurada nas livrarias brasileiras, vale à pena conferir.

Não é piada! Portugueses pitam o 7, ó pá!

Por João Oliveira,
Todo narrador que for escalado para transmitir partidas entre Portugal e Coreia do Norte precisa estar atento. Com pastilha de hortelã no bolso e garganta descansada, é bom economizar nos primeiros gritos de gols, porque dentro de campo não há economia. No primeiro confronto das duas seleções, em 1966, vitória dramática dos portugueses por 5x3, depois de começarem perdendo por 3x0. Dessa vez não houve tal equilíbrio, os europeus golearam os asiáticos por 7x0, a maior goleada da Copa de 2010 até agora e a sexta maior da História dos Mundiais.
A seleção portuguesa fez hoje com a Coreia do Norte o que nós esperávamos que o Brasil fizesse na primeira rodada. Os coreanos, aliás, foram mais uma seleção a abrir mão da retranca, deixando para a Suíça o papel de Ferrolho 2010. Apesar do placar, a seleção Lusa não teve vida tão tranquila no primeiro tempo e levou alguns sustos dos norte-coreanos, que deram chutes perigosos de fora da área.
A ousadia dos asiáticos foi castigada com uma verdadeira surra no segundo tempo. Foram seis gols sofridos na segunda etapa, fora o tento marcado por Raul Meireles ainda no primeiro tempo. O técnico Carlos Queiroz teve méritos na goleada ao acertar no substituto de Deco e trocar de lateral-direito. Tiago e Miguel deram mais movimentação em seus respectivos setores. O volante do Atlético de Madrid (ESP) foi o motor do meio-campo português. Com dois gols e duas assistências, recebeu de Cristiano Ronaldo o troféu de melhor jogador em campo, que havia sido dado ao astro do time pela Fifa. O craque do Real Madrid mostrou humildade e repassou o prêmio ao colega, corrigindo a injustiça cometida pela entidade maior do futebol.
Além da boa atuação de Tiago, o lateral-esquerdo Coentrão também se destacou fazendo tabelas com Cristiano Ronaldo, que, enfim, desencantou com a camisa da seleção. O craque não marcava desde 2008 com a camiseta lusa, mas o jejum acabou depois de uma bobeada da defesa coreana.. Em um lance inusitado, Cristiano dominou a bola na nuca antes de completar para o gol e colocar Portugal no páreo entre as grandes seleções da Copa.
Com a goleada, os portugueses podem até se classificarem com uma derrota para o Brasil, desde que a Costa do Marfim não tire a diferença no saldo de gols.
Mesmo tendo batido um adversário fraco, os portugueses se fizeram valer de sua melhor qualidade e provaram que em Copa de cego, quem tem um olho é rei. Em homenagem à Portugal e ao nível dessa Copa do Mundo, que ainda não é bom, apesar da melhora, José Saramago volta ao nosso blog. Com o seu Ensaio Sobre A Cegueira, lembramos de uma das principais obra do autor português, que conta também com um filme homônimo, para quem prefere o cinema.

domingo, 20 de junho de 2010

Brasil vence com autoridade e manchas roxas

Por Rodrigo Pereira,

Após a atuação pífia do Brasil na primeira rodada, havia muita expectativa e cobrança para a exibição brasileira para a última esperança da África, a Costa do Marfim. Após sólida atuação no empate contra Portugal, onde tiveram sólida atuação defensiva, com disciplina tática(apesar das porradas), coisa rara para equipes africanas. Entretanto, da primeira partida os africanos trouxeram apenas a violência. Resultado:3x1 Brasil.

Acredito que o grande erro dos africanos foi subestimar a equipe brasileira. Após segurar os portugueses, com prudência. E essa prudência não aconteceu hoje. Eriksson não fez a leitura correta da seleção brasileira. A seleção de Dunga se caracterizou como uma equipe que joga no contra-ataque. A postura dos marfinenses deveria ser igual a da partida contra Portugal. Ao invés disso, acredito eu, que eles menosprezaram o Brasil. Vieram pra cima. É um fenômeno interessante ver as partidas da seleção. Quando uma seleção parte pra cima do Brasil, a impressão que fica é que essa seleção está melhor, que o Brasil. Mas, de repente, uma troca de passes, velocidade imprimida e, pronto, gol do Brasil. Essa é a característica da seleção de Dunga. Com a compacta defesa brasileira, o abafa acaba não acontecendo. O gol marfinense saiu numa falha da defesa, com o jogo ganho. Quando o Brasil tem o jogo sob controle, ai ocorrem desatenções. Quando está sendo pressionado, não. Falha do sueco. Podia ter ganho?Podia. Mas não da forma que jogou. E, depois do terceiro do gol brasileiro, o que se viu foi um festival de pontapés. Elano(que acabou saindo da partida) e Michel Bastos conheceram as travas marfinenses. Podia ter sido pior. Kaká foi inocente, caiu na pilha africana. Apesar da cena que poderia dar a Keita uma vaga em novelas da Globo, Kaká acertou o jogador(mas não na cara) e foi expulso infantilmente. Uma pena. Por antecedência eu já posso apostar que nenhum africano passará da primeira fase na Copa da África.

E o Brasil?Melhorou. E isso não foi porque Dunga fez mudanças, melhorou a postura, nada. A melhora brasileira passa por dois pontos: Kaká e Luis Fabiano. Kaká está longe do jogador que se espera. Mas hoje correu, se apresentou para o jogo, fez boas triangulações. E, principalmente, errou menos. Pior do que não decidir, foi a quantidade de erros na partida da Coréia. Cometeu um erro na expulsão. Quando a gente já temia que jogadores encrenqueiros, como Luis Fabiano ou Felipe Melo fossem agredir um marfinense, eis que Kaká, o menino pródigo, quis dar uma de durão. Na hora errada. Pelo menos desfalcará um Brasil já classificado. Que aproveite o tempo para se condicionar mais. Evoluiu hoje. Mas o Brasil precisa de mais. Já Luis Fabiano fez o que se espera dele. Gols. O primeiro, gol de raiva, enchendo o pé. O segundo, um golaço(ainda que com o bracinho maroto). A confiança sobe para um atacante que depende dela pra ser decisivo. E hoje foi. Vale ressaltar também, mais uma vez, a postura de Felipe Melo. Jogando sério e simples, vem sendo eficiente no combate do meio-campo. Ainda que com os dois pés-atrás, ressalto, ele está rendendo. Até agora. O único destaque negativo nesta partida, pra mim, foi o Lúcio. Como zagueiro, sempre se destacou pela seriedade e vigor físico. E, pelo segundo jogo, senti que o vigor físico não é mais o mesmo. No gol norte-coreano, ele permitiu o corte no gol, com Juan tendo que sair do seu lado pra tentar cortar o lance. E no gol de Drogba, enquanto Juan mais uma vez foi fazer a cobertura pelo seu lado, após o primeiro corte no jogador marfinense, no cruzamento para a área, onde estava Lúcio?Ele sobe para apoiar o ataque e não demonstra a mesma disposição para retornar. Levemente preocupante.

A seleção jogou ao estilo Dunga. Destaque mesmo pra Luis Fabiano. A seleção não me agrada. Mas ganha. E, numa Copa onde os grandes não engrenam, o Hexa pode muito bem cair no colo do Brasil. Quem sabe. Até o momento, somente Brasil, Argentina e Holanda estão 100%. E somente Brasil e Argentina com vitórias convincentes. A Copa começou para o Brasil

Seleção melhora, vence e se classifica

Por João Oliveira,
A seleção brasileira, finalmente, mostrou um bom futebol na Copa do Mundo. Mesmo sem ter feito uma atuação brilhante, o Brasil passou pela Costa do Marfim sem maiores dificuldades. Com dois gols de Luis Fabiano e em de Elano, o time de Dunga venceu os africanos por 3x1 e selou sua classificação para as oitavas-de-final.
As duas equipes mudaram o estilo de jogo em relação à estreia. Enquanto os africanos resolveram sair mais para o jogo, o Brasil aproveitou-se e jogou do jeito que gosta, no contra-ataque. Com Drogba isolado na frente e sem as melhores condições de jogo, os marfinenses encontraram problemas ao tentarem entrar na defesa brasileira. O passe final não encaixava, proporcionando o contra-golpe para o Brasil, que teve uma sensível evolução para essa partida.
Antes mesmo de completar um minuto de partida a Seleção chegou com perigo através de Robinho. O atacante do Santos chutou por cima do gol adversário, desperdiçando uma ótima chance de abrir o placar. Depois disso os marfinenses colocaram a bola no chão e trocavam passes melhor do que os brasileiros, que pareciam engessados, assim como no jogo contra a Coreia do Norte.
Com problemas na saída de bola, o zagueiro Lúcio foi responsável por iniciar algumas jogadas de ataque da seleção brasileira. A Costa do Marfim conseguiu anular dois contra-ataques brasileiros roubando a bola de Kaká, que mais uma vez começou mal a partida. O atacante Robinho teve que voltar para buscar jogo e ajudar na criação das jogadas, e foi assim que nasceu o primeiro gol brasileiro. Em ataque iniciado pelo "rei do drible", tocou para Luis Fabiano, que deixou para Kaká e recebeu de volta. O Fabuloso ganhou na força dos zagueiros e fuzilou o gol marfinense.
O gol não mudou muito o panorama da partida, já que a seleção de Dunga continuou atuando mais recuada, esperando a iniciativa dos africanos. Com o Brasil bem postado na defesa, a Costa do Marfim trocava passes, mas sem conseguir entrar na defesa brasileira, que não levou sustos até o final da primeira eteapa.
No segundo tempo o gol brasileiro não demorou tanto a sair, e desmoronou qualquer tipo de reação da Costa do Marfim. Em jogada individual, Luis Fabiano chapelou dois zagueiros adversários e marcou pela segunda vez, antes de ajeitar a bola com o braço. O árbitro francês Stephane Lannoy ainda chegou a perguntar ao atacante de Sevilla se ele havia dominado no braço, mas ele respondeu sinicamente, que a bola pegou em seu peito.
Onze minutos depois, Elano aproveitou uma ótima jogada de Kaká pela esquerda e escorou para marcar o terceiro gol brasileiro. Com 3x0 contra, antes dos 20 minutos do segundo tempo, os africanos começaram a perder o controle. Elano foi a primeira vítima, saiu machucado após uma entrada forte de um adversário. Luis Fabiano, Lúcio, Michel Bastos e Kaká também sofreram com a violência do time africano.
Aliás, o meia do Real Madrid, que se movimentou bem na segunda etapa, quando inverteu de posição com Robinho, entrou na pilha dos adversários e levou dois cartões amarelos em menos de cinco minutos. Expulso após um encontrão com Keita, o brasileiro está fora do próximo jogo do Brasil, contra Portugal.
Mesmo sofrendo com as entradas duras dos jogadores marfinenses, os brasileiros também não foram vítimas em todos os lances. Além do gol de Luis Fabiano, que usou o braço para dominar a bola, e Kaká, que não chegou a acertar o rosto de Keita, mas deixou o braço no adversário, o zagueiro Lúcio acertou, intencionalmente, o braço machucado de Drogba. O choque poderia ter causado consequências graves à contusão do jogador de Costa do Marfim, que atuou com uma proteção no braço direito.
Em meio a tanta confusão, Drogba ainda teve tempo de deixar o seu, aproveitando um ótimo passe de Yaya Touré. Mas o gol não ajudou muito a situação dos africanos, que agora precisam torcer contra Portugal e baterem a Coreia do Norte para pensarem em classificação. Aos que esperavam um grande jogo, com diversas alternativas, a seleção africana deixou a desejar e não chegou a ser páreo para o Brasil, que entrou com uma postura diferente, como se entra para jogar com um adversário forte.
Além da boa vitória, os brasileiros mostraram que podem render melhor quando enfrentam um oponente que sai para o jogo. O triunfo contra o bom time de Costa do Marfim pode não ter sido uma exibição espetacular, mas foi uma atuação firme, com mais cara de Seleção Brasileira, que pode encorpar e chegar forte nas fases decisivas.
A tão aguardada partida contra Portugal, na próxima rodada, tem tudo para ser um amistoso de luxo, caso nossos patrícios façam sua parte diante da Coreia do Norte. Se realmente for um jogo sem muito valor, o técnico Dunga pode aproveitar para testar algumas opções e poupar alguns titulares.
Com a vitória, a Seleção parece estar resolvendo seu problema de crise de identidade, que assola o time de Dunga desde sua chegada à África. Mas ainda precisa estudar um pouquinho para, enfim, mostrar sua verdadeira face. Nada melhor do que o livro O Que Faz o Brasil; Brasil? , de Roberto Da Matta, para ajudar nessa questão tão complexa.

E a Ferrari italiana ainda não pegou no tranco

Por Rodrigo Pereira,

E a Ítalia segue sem convencer na Copa do Mundo. Após o empate com paraguaios, italianos entraram com a missão de buscar sua primeira vitória na Copa. Mas com um futebol prevísivel, apenas empatou com neozelandeses e chega na última rodada para decidir uma vaga contra eslovacos.

Após um susto inicial, tomando o gol Smeltz(impedido) aos 7. No geral, italianos tiveram o controle da partida. Mas falta criatividade aos italianos. Apesar da boa atuação de Montolivo, no geral os passes são laterais, sem ser eficientes. O ataque, com Gilardino e Iaquinta é burocrático. Jogadores como Di Natale não podem ser banco nessa equipe. Ao entrar, melhorou a equipe, caindo pelos lados e dando mais movimentação. Mas foi pouco. Historicamente, italianos dificilmente fazem uma primeira fase de vitórias. 3 vitórias então, quase impossível. Mas preocupa a falta de qualidade de alguns jogadores. Iaquinta é fraco. Para levar um atacante lento, pesado e caneleiro, talvez fosse melhor levar Luca Toni, que pelo menos cabeceia bem.

Aos neozelandeses, festa. Apesar das chances de classificação(se vencerem paraguaios levam uma vaga), não acredito muito. É esforçado e disciplinado, com alguns bons jogadores, como Fallon e Bertos. Mas o empate com os atuais campeões do mundo pra eles já é motivo de festa.Acredito na classificação italiana. Sofrida como sempre. Mas ao contrário de outras Copas, o futebol não é eficiente. Não tem o charme italiano. Dá espaço pra seleções mais fracas, ao contrário da consistência defensiva de outras épocas. Ainda não engrenou.

Vitória do Paraguai, vitória do futebol!

Por João Oliveira,
Diferente da postura conservadora adotada na partida contra a Itália, o Paraguai foi para cima da Eslováquia no jogo que prometia ser decisivo para uma das vagas do Grupo F. Alheios ao regulamento e à importância da peleja, os europeus pareciam não se importarem muito com a vitória. Os eslovacos jogaram com apenas três jogadores no campo de ataque, enquanto a defesa era composta por uma linha de quatro zagueiros e mais um volante logo depois da zaga.
Por outro lado, o técnico do Paraguai, Gerardo Martino, escalou três homens de ataque. Santa Cruz, Valdéz e Barrios ajudaram na marcação à saída de bola do adversário. O combate dos atacantes ajudava a defesa paraguaia, que acabou não tendo muito trabalho, devido às poucas investidas da Eslováquia. O meia Viveros e o volante Vera encostavam no ataque e davam uma pitada de bom toque de bola no time que ainda sente a falta de um jogador criativo no meio-campo.
A blitz guarani foi grande, e acabou dando resultado aos 27 minutos do primeiro tempo. Com a pressão dos atacantes paraguaios, a defesa da Eslováquia saiu jogando errado e o volante Vera recebeu dentro da área e tocou na saída do goleiro.
Após o gol, a Eslováquia esboçou uma reação e tentou sair para o jogo. A seleção europeia equilibrou um pouco a posse de bola, mas não sabia o que fazer quando tinha a Jabulani nos pés. Apesar da vantagem no placar, os paraguaios continuaram com os atacantes e a pressão na saída de bola adversária. Dez minutos depois, em um novo erro na saída para o ataque, a defesa eslovaca deixou Santa Cruz na cara do gol, mas o atacante do Paraguai chutou em cima do goleiro.
Na segunda etapa a Eslováquia aumentou o volume de jogo, mas não conseguia pressionar o Paraguai, que esperava o adversário, investindo nos contra-ataques. A seleção sul-americana continuou com três jogadores no ataque, apesar da vitória. Até nas substituições Gerardo Martino manteve o estilo ousado, trocando os atacantes Valdez e Barrios pelo meia Torres e o também atacante Cardozo. Porém só conseguiu matar a partida no final da segunda etapa, com um gol de Riveros.
O resultado deixou Paraguai em uma posição privilegiada no grupo, premiando um dos poucos times que jogaram priorizando o ataque. Com o vexame da Itália, que empatou com a Nova Zelândia, os paraguaios vão defender a liderança contra os neozelandeses na última rodada do grupo. A liderança na chave deve significar a fuga de um possível confronto contra a Holanda, nas oitavas-de-final.
Em resposta ao medo da Eslováquia e o ímpeto ofensivo de Martino, o livro indicado para esse jogo é Sem Medo de Viver, de Max Lucado. Livro de auto-ajuda, que pode ajudar as duas equipes, fazendo os paraguaios se encorajarem ainda e os eslovacos saírem de sua zona de conforto, e começarem a atacar.