
Por João Oliveira,
A permanência de Neymar no Santos fomenta duas interessantes linhas de raciocínio. A primeira acompanha o ponto de vista do torcedor santista e brasileiro. A renovação do contrato de uma das maiores promessas do futebol nacional na atualidade aponta prova que é possível segurarmos nossos jovens talentos. A iniciativa dos dirigentes do Santos, em buscar um plano de carreira para Neymar mostra não só a preocupação do clube em ganhar dinheiro com o garoto, mas também ajudá-lo na gestão de sua jornada profissional.
Uma saída precoce, para uma escola de futebol completamente diferente da brasileira e num time repleto de medalhões talvez não fosse a melhor das opções para Neymar. Por mais tentador que fosse jogar pelo Chelsea, um dos maiores do mundo, o atacante do Santos vem mostrando que tem potencial para receber outras propostas iguais ou maiores do que os 30 milhões de euros oferecidos pelo emergente clube londrino.
Além do claro benefício próprio, já que o clube mantém um time competitivo, o Santos também ajuda o futebol brasileiro em uma questão muito importante: os dirigentes dos outros clubes vão ter que pensar antes de vender seus jovens a preço de banana. O esforço dos santistas deve servir de incentivo para os outros dirigentes. Afinal, mesmo quem não tem um Neymar no elenco, agora tem a obrigação de pelo menos negociar melhor e bancar a permanência de seus jovens, quando for possível.
A ousadia do Santos também pode ter um lado perigoso para o Peixe. O que deve acontecer se amanhã o Paulo Henrique Ganso receber uma proposta da Europa? E se no ano que vem oferecerem o dobro por Neymar? O clube paulista corre um sério risco de inflacionar sua folha de pagamentos e ficar refém de novas propostas.
Em resumo, a renovação do contrato de Neymar foi boa financeiramente e futebolisticamente, para não dizer socialmente, já que serve de exemplo para os jovens que pensam que não há futuro no futebol sem a Europa.
Tomara que, mesmo com as dificuldades, os dirigentes do Santos e de outros clubes mantenham essa postura, de pelo menos tentar fazer alguma coisa. O futebol brasileiro agradece.
Tomara que o Fluzão siga o exemplo...
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