quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A fome insaciável dos mercadores mecenas no futebol



Por Rodrigo Pereira,

Hoje, ao começar a navegar pelo noticiário esportivo, me deparo com a notícia de que o Chelsea intensifica a pressão para contratar Neymar e o Santos acena com a possibilidade de recorrer a Fifa sobre um suposto aliciamento anti-ético ao jogador. Segundo informa a impresa, o Chelsea pode já ter acertado as bases salariais com o atleta e sua família, gerando aquele desconforto de quando o atleta deseja sair do clube e o clube não quer. Sensação que o Santos conheceu, na época da transferência quase forçada do Robinho para o Real Madrid. Isto prejudica o desempenho do atleta e sua relação com a torcida. E o Chelsea que, a menos de dois anos, foi proibido pela Fifa de realizar contratações internacionais(que não fossem à custo zero) justamente por ser acusado de aliciar o jovem francês Gael Kakuta a forçar uma transferencia do seu antigo clube Lens para o clube de Stamford Bridge.

O mercado da bola andou inflacionado no final dos anos 90 e inicio deste novo século. Depois, esta fome retraiu-se, diminuindo um pouco a farra das contratações, até pelas crises econômicas que se sucederam. Entretanto, clubes como Real Madrid, Chelsea e Manchester City insistem em inflacionar o mercado da bola, tirando atletas cada vez mais cedo de seus países, muitas vezes para sequer aproveitá-los. É o caso do Real, que vendeu o brasileiro já naturalizado espanhol Rodrigo Moreno e está prestes a vender também outro jovem brasileiro chamado Alípio, ambos para o Benfica. Foram retirados do seu país cedo para sequer jogarem profissionalmente no clube madrilheno. Qual o objetivo? Dizem as más línguas que, por trás destas transações faraônicas, existe a lavagem de dinheiro destes mecenas que normalmente tem a origem de suas fortunas através de meios questionáveis. Entretanto isso muitas vezes tira a identidade dos jogadores com seus países e prejudica na sua formação, pois os altos salários muito cedo trazem o descomprometimento desses jovens com o esporte. Por isso vemos uma sucessão de promessas que não estouram como deveriam. A Fifa acena com medidas, como a limitação de estrangeiros nas ligas(lembrando que a Internazionale campeã européia não tinha um único italiano na sua equipe titular). A globalização do Futebol, ao contrário de outras áreas, prejudica o desenvolvimento do esporte. É muita grana por algo que fazemos por brincadeira desde os primeiros passos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário