segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A palavra fácil do futebol


Por João Oliveira,
Nove entre dez garotos no Brasil sonham em se tornarem jogadores de futebol quando crescerem. Apesar de sempre ter preferido vestir a 11 do que a 9, faço parte desse extenso grupo de meninos que sonhavam em fazer dos campos seu palcos favoritos.
O sonho durou até os primeiros momentos de lucidez, ou até as primeiras chances de gol valbaianicamentes desperdiçadas. Os olhares, antes vidrados nos pés daqueles que eram protagonistas no campo, foi desviando cadenciadamente, como no meio-campo da seleção brasileira de 1970, para os atores que promoviam o espetáculo.
Não só os olhos, como os ouvidos, e muitas vezes o coração, cada vez mais eram atraídos pelas narrações, informações e comentários vindos por áudio, vídeo ou papel. É como se Gérson e Luiz Mendes trocassem passes entre o campo e as cabines do Maracanã.
E vejam se não foi isso que aconteceu? No último sábado estive em um Fórum de Jornalismo Esportivo, organizado pela Faculdade CCAA. Com palestras dos dois mestres citados no parágrafo acima. Ali, pude-me ver entre dois dos meus maiores sonhos.
Para quem corre atrás do seu sonho, é ótimo o contato com monstros sagrados como esses. É impressionante escutar a fluência verbal e as histórias, com profunda riqueza de detalhes, de alguém como Luiz Mendes. É a história viva do futebol brasileiro, disponível para quem participa de um evento desses ou simplesmente escuta o Palavra Fácil (assim, sem aspas mesmo) em casa no radinho de pilha.
Mesmo já tendo desistido da quimera infantil de ser jogador de futebol, dá vontade de correr para casa e colocar o DVD do Canhotinha de Ouro, depois de ouvir um pouco do tudo o que ele tem para contar.
Luiz Mendes e Gérson são dois exemplos de que o amor pelo futebol ultrapassa os campos, e chega com força até as nossas casas através da crônica esportiva. Um fomento necessário para quem, assim como eu, ainda sonha com um lugar ao sol dentro do universo desse jornalístico-esportivo.
Que venham outros fóruns, palestras e conferências. Que venham Gérson e Luiz Mendes outras vezes, que venham José Carlos Araújo, Zico, Apolinho, Zagallo, Fernando Calazans e outros, que fazem com que tenhamos cada vez mais vontades de misturar a palavra e o futebol. E cada vez mais vontade de realizar nossos sonhos. Afinal, já que não tivemos pés abençoados, que tenhamos cabeças agraciadas.

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