segunda-feira, 12 de julho de 2010

Final europeia deixa sul-americanos em xeque


Por João Oliveira,
A Copa do Mundo acabou e isso nos obriga a tecer algumas considerações sobre a competição. A constatação mais evidente, se focarmos na decisão do Mundial, é perceber o domínio europeu não só no número de conquistas, como no confronto direto contra os sul-americanos. Mesmo em desvantagem numérica no início da fase decisiva, as seleções do Velho Continente venceram todos seus confrontos contra os selecionados da América do Sul. Numa semifinal com três europeus, o Uruguai conseguiu representar muito bem o futebol sul-americano, mas esbarrou nas suas próprias limitações contra a Holanda e na melhor qualidade alemã na decisão pelo terceiro lugar.
Para os mais otimistas, a campanha uruguaia pode até significar uma evolução. Afinal, em 2006 os quatro melhores países vieram da Europa. O fato é que, com a exportação em massa de jogadores sul-americanos para a Europa, fica cada vez mais difícil de levar para as seleções a chamada escola de futebol.
Talvez a Argentina tenha sido a que mais se aproximou do seu próprio estilo de jogo, principalmente quando teve Verón em campo. Entre uma série de escolhas confusas, o grande mérito de Maradona como técnico foi a tentativa do resgate do jeito argentino de jogar. Faltou acertar a defesa e tirar mais da capacidade de Messi, acostumado a jogar numa escola espanhola.
A grande esperança portenha é que seus principais talentos têm idade e talento suficientes para muitas outras Copas do Mundo. Talvez seja esse o mesmo consolo brasileiro. Depois de ver sua seleção jogando como Itália, o povo brasileiro espera a volta de um futebol bem jogado, envolvente e contando com jogadores talentosos. Temos tempo e atletas para montarmos um bom time até 2014. Também temos tempo aqui no blog até lá e a Seleção será bastante abordada pelos blogueiros.
Em resumo, os sul-americanos precisam trabalhar, e muito. Afinal, os europeus largam na frente para 2014. A Espanha ainda tem uma geração jovem e que parece ter criado um estilo de jogar futebol no país. Com jeito de Holanda, o futebol espanhol, importador de talento, importou e sofisticou um novo jeito de jogar.
Além da própria Holanda, vice-campeã, a Alemanha é outra seleção da Europa que promete para o próximo Mundial. Os alemães contam com um time forte em todos os sentidos. Sobra talento, tática, condicionamento físico e espírito coletivo ao time germânico. Talvez tenha faltado um pouco de experiência, que pode ser agregada ao grupo alemão.
Mesmo com a péssima campanha, a Itália é sempre Itália, e é favorita desde já. França, Inglaterra e precisam abrir bem os olhos e conduzir bem suas renovações para não passarem vergonha de novo. Voltando pro lado latino, Paraguai e Chile mostraram que podem ir mais longe e são mais duas seleções com jogadores aptos a jogarem pelo menos mais uma Copa.
O fato do próximo Mundial ser disputado em nosso continente pode colocar de novo a América do Sul no topo do mundo e empatar no número de conquistas com os europeus. Mas é preciso trabalhar muito para equilibrar essa balança na luta entre colônia e colonizadores.

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