
Por Rodrigo Pereira,
Final de Copa do Mundo para a seleção brasileira. Ao final da Copa, analisaremos o fracasso do monastério de Dunga como um todo. No momento, analisaremos apenas o que aconteceu na última partida da seleção canarinho na África do Sul. Brasil 1x2 Holanda.
A partida brasileira pode ser analisada pelos dois tempos. O grande temor para a partida contra os holandeses era Arjen Robben caindo para cima de Michel Bastos, meia ofensivo jogando como lateral. Mas o temor não se confirmou. Dunga pos Kaká para o primeiro combate, Gilberto Silva caindo para o combate junto com Michel e Juan na cobertura. E, com isso, Robben nada fez no primeiro tempo. E a equipe brasileira ia bem. A zaga holandesa tinha um buraco no miolo central. E, neste buraco, Felipe Melo deu um passe sensacional para Robinho, de primeira, marcar o gol brasileiro. Os holandeses, burocráticos, não demonstravam reação. Com a pouca inspiração de Robben, Sneijder era a única cabeça pensante da Laranja. Aparentemente seria pouco para a virada holandesa. Assim como na vitória sobre o Chile, o Brasil jogava com autoridade e tranquilidade. A vaga na semi-final parecia certa.
Pois então, só parecia. No segundo tempo, a postura mudou. A seleção passou a aguardar os holandeses, aparentemente satisfeitos com o resultado. Mas, até então, os holandeses cercavam a área brasileira, sem conseguir assustar. Até que, numa falta cobrada por Sneijder, Julio César e Felipe Melo trombam, a bola passa. Gol holandês. Não era o fim do mundo, apenas o empate. Mas a seleção desmoronou. Ao invés de retomar a ofensividade, para o segundo gol, recuou mais ainda. Acuada, errava passes e não articulava as jogadas. Dunga tirou Michel Bastos, pondo Gilberto, temendo uma expulsão do lateral. Esqueceu de tirar Felipe Melo. O segundo gol saiu, em cruzamento de Robben, Van Persie desvia na primeira trave e Sneijder empurrou para as redes. Era a hora de Dunga mexer. A saída de um volante se fazia necessária. Mais do que isso, a saída de Felipe Melo. Ao contrário da partida contra Portugal, Dunga não anteviu o destempero de Felipe Melo. E, em jogada infantil, o volante, que tão bem começou o jogo, dando passe para o gol de Robinho, pisa em Robben e é expulso. O jogo pedia um líder. E não aconteceu. Dunga precisava mudar. Pôs Nilmar no lugar de Luis Fabiano. Parecia preocupado em não tomar mais gols, quando a derrota no mata-mata elimina. Faltou experiência a Dunga. O treinador brasileiro pelo menos não volta pra casa de mãos abanando. Ele volta com uma substituição no bolso e com idéias para viagens. Porque não deve voltar para o Brasil muito cedo. Nem monastério, nem orgia. Em 2014 precisamos de uma equipe. Apenas isso. Sou da geração que viu o Tetra e o Penta. Mas vi derrotas que, a história das Copas não viam antes do meu nascimento. Derrotas apáticas, de seleções que se entregam. 90,98,2006 e agora 2010 envergonham. Não faz mal perder. Faz mal não lutar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário