
Por João Oliveira,
Incrível como um jogo de futebol pode ser analisado em diversas frentes. A derrota do Brasil para a Holanda expôs erros já apontados por todos os cantos. A expulsão de Felipe Melo era algo temidos desde os amistosos. A falta de opções no banco de reservas gerou preocupação logo depois do anúncio da lista dos convocados.
A Era Dunga terminou sem o título esperado pelo capitão do Tetra. Ao treinador só resta amargar a derrota e aguentar as críticas que devem vir por aí. Dunga acertou em colocar Robinho no lado esquerdo, aproveitando os espaços dados por Robben, que no primeiro tempo só foi visto correndo atrás do jogador do Santos no gol do Brasil.
A Seleção jogava bem, fechava os espaços, não dava muitas chances para o time holandês jogar. Apesar do jogo duro e do gosto do juiz por uma boa resenha, o Brasil foi bem e merecia até sair da primeira etapa com umresultado mais elástico.
Incrível como um intervalo de uma partida de futebol pode render diversas possibilidades e mudar uma partida. A vitória da Holanda expôs erros ainda não apontados do time brasileiro. Os gols sofridos contra Tanzânia e Coreia do Norte poderiam ter servido de aviso para a zaga canarinha. Mas foram considerados acidentes diante de duas equipes fracas. Pequenas desatenções.
E não é que a tal da desatenção voltou? A Holanda voltou melhor e merecia ganhar de qualquer maneira. Mas os gols holandeses saíram de uma trapalhada entre dois jogadores brasileiros e uma jogada ensaiada que a melhor defesa do mundo não conseguiu marcar.
Mais do que explições técnicas e táticas, o Brasil sentiu os gols e a expulsão. Não houve chance de reação, embora não tenha faltado vontade. Faltou futebol, tranquilidade e um banco de reservas confiável. Nem Dunga parecia acreditar no que tinha à sua disposição, trocou um atacante pelo outro e simplesmente deixou de fazer a terceira substituição a que tinha direito.
Amizade e gratidão são qualidades que ajudam em qualquer empreitada. Mas teimosia e comodidade derrubam qualquer um. Dunga escolheu ir à Copa do Mundo sem levar opções de escolhas diferentes. Na única vez que o seus fiéis falharam, o treinador não tinha mais a quem recorrer.
Em 90 minutos o futebol nos mostrou um monte de coisas. Em 45 minutos provou que só confiança e transpiração não bastam. No conjunto da obra, faltou ousadia e futebol ao Brasil. E como diria o 'mestre': "A bola pune".
Com a eliminação do time politicamente correto, a dica de livro de hoje é: Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch.
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