sexta-feira, 14 de maio de 2010

História das Copas (3)

1938- França
A Copa de 1938 teve como sede o país natal do presidente da FIFA, Jules Rimet, assim como a competição anterior, o Mundial da França foi disputado na Europa. E mais pareceu uma Eurocpa. Dos 16 participantes, 13 eram seleções européias. Além do Brasil, que representava a América do Sul, Cuba e Índias Ocidentais Holandesas completaram a lista de seletos não-europeus. Desejando um rodízio de continentes entre os países-sedes, Argentina e Uruguai desistiram novamnte de jogarem a Copa.Japão e Espanha viviam momentos de guerra e suas respectivas regiões, e a Inglaterra ainda julgava seu futebol superior demais aos outros para colocar em disputa. O clima político no continente ficava cada vez mais quente, a Alemanha já havia começado seu avanço contra os territórios vizinhos, a Áustria foi anexada pelos alemães antes da Copa, e viu seus jogadores incorporados ao time germânico. Foi a última Copa do Mundo antes da Segunda Guerra Mundial.
O Brasil:
Pela primeira vez em sua história o Brasil levaria uma seleção realmente brasileira.O país já se destacava sendo uma das quatro nações que haviam disputado todas as Copas até então.
Com o fim das brigas entre cariocas e paulistas, o técnico Adhemar Pimenta pôde contar com todos os jogadores. Os ídolos Leônidas e Domingos da Guia marcaram seus nomes no Mundial, que teve o Brasil chegou ás semifinais.
Convocados:
Goleiros: Walter (Flamengo) e Batatais (Fluminense);
Defensores: Domingos da Guia (Flamengo), Jaú (Corinthians), Machado (Fluminense) e Nariz (Botafogo);
Meio-campistas: Afonsinho (São Cristóvão), Argemiro (Portuguesa Santista), Brito (América-RJ), Martim Silveira (Botafogo), Brandão (Corinthians) e Zezé Procópio (Botafogo);
Atacantes: Hércules (Fluminense), Leônidas (Flamengo), Lopes (Corinthians), Luisinho (Palestra), Niginho (Vasco), Patesko (Botafogo), Perácio (Botafogo), Roberto (São Cristóvão), Romeu (Fluminense) e Tim (Fluminense);
Técnico: Adhemar Pimenta

Curiosidades:
- Foi a primeira Copa em que o técnico brasileiro pôde convocar atletas de todo o país. Mesmo assim só tivemos jogadores de Rio e São Paulo.
- No jogo contra a Polônia, Leônidas da Silva marcou três gols na vitória de 6x5 da seleção brasileira. Reza a lenda que o Diamante Negro teria feito um dos gols com os pés descalços. Leônidas foi artilheiro do Mundial com sete gols, e é até hoje o único jogador brasileiro a marcar em todas as partidas que disputou em Copas.
- Na época, Cuba vivia sob regime democrático e o futebol era o esporte mais popular da ilha. Os cubanos foram bem nas oitavas, quando precisaram de dois jogos para eliminar a Romênia, mas levaram de 8x0 da Suíça na fase seguinte.Muita coisa mudou de á pra cá e o esporte bretão não fica nem entre as três modalidades preferidas pelos cubanos.
- No jogo de abertura da Copa, entre Alemanha e Suíça, o presidente da França deu o pontapé inicial da Copa. Porém o governante francês mostrou não ter muita intimidade com a bola, chutando o chão e arrancando um pedaçõ de grama do Parc de Princes, em Paris.
- A Copa de 1938 marcou o primeiro e único W.O da história dos Mundiais. Anexada pela Alemanha, a Áustria acabou não disputando o jogo contra a Suécia, que se classificou automaticamente para as quartas-de-final.
- O Mundial da França foi o primeiro a ser transmitido pelo rádio para o Brasil.
- Primeira seleção asiática a disputar o Mundial, as Índias Holandesas passaram em branco e deixaram a Itália após uma surra de 6x0 para a Hungria.
- Dos quatro jogos do Brasil na Copa, o zagueiro Domingos da Guia fez penalti em três. O único jogo que "passou em branco" foi na decisão do terceiro lugar contra a Suécia. Com tudo isso, ele ainda entrou na selação da FIFA dos melhores da Copa.
- Ao contrário da Copa anterior, quando chegou poucos dias antes da estreia, a seleção brasileira teve 20 dias de preparação já em solo francês. No jogo contra a Polônia, a seleção atuou pela primeira vez com uniformes azuis, já que perdeu o sorteio para os adversários que também tinham uniformes principais brancos.
- A Itália jogou de preto na vitória contra a França pelas quartas-de-final. Com a cor do fascismo de Mussolini, a "Azzurra" eliminou os donos da casa pelo placar de 3x1, diante de quase 60 mil franceses.

Artilheiro:
Leônidas da Silva (BRA)- 8 gols

A Final:
Mais uma vez sem a presença de potências como Argentina e Uruguai, a Itália teve seu caminho facilitado. Com uma seleção mais forte do que a da Copa anterior, os italianos contaram com o desfalque do artilheiro Leônidas no confronto com o Brasil pelas semifinais. Sem o Diamante Negro em ação, o destaque foi, de novo, o italiano Giuseppe Meazza. Na final contra a Hungria, os italianos não tiveram maiores dificuldades e golearam por 4x2.

Ficha do jogo:


Itália
Olivieri; Foni e Rava; Serantoni, Andreolo e Locatelli; Biavati, Meazza, Piola, Ferrari e Colaussi.
Técnico: Vittorio Pozzo

Hungria
Szabo; Polgar e Biro; Szalay, Szücs e Lazar; Sas, Vincze, Sarosi, Zsengeller e Titkos.
Técnico: Alfred Schaffer

Gols: Colaussi (ITA), aos 6min, Titkos (HUN), aos 8min, Piola (ITA), aos 19min, e Colaussi (ITA), aos 35min do primeiro tempo; Sarosi (HUN), aos 25min, e Piola (ITA), 37min do segundo tempo

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