terça-feira, 25 de maio de 2010

Seleção cada vez menos brasileira

Por João Oliveira

Enquanto Argentina e Inglaterra prepararam amistosos de despedidas de suas torcidas, o Brasil continua enclausurado no CT do Caju, em Curitiba. Numa tentativa de não repetir os erros de 2006, a apresentação dos jogadores aconteceu no Brasil. Com exceção dos "europeus" Lúcio e Maicon, que preferiram embarcar direto para a África do Sul. Seguindo a linha da seleção dessa nova Era Dunga, a CBF marcou dois amistosos for do Brasil, contra Tanzânia e Zimbábue. A única diferença é que os jogos serão disputados já em solo africano, e não em Londres, como já de costume. A Seleção de hoje, apesar dos bons resultados, não conta com o mesmo carisma de equipes anteriores, e nem com craques como Ronaldinho, Ronaldo e Romário. Faltou sensibilidade à CBF, que poderia marcar um amistoso contra uma seleção mais fraca no Maracanã, por exemplo. Sem dúvida nenhuma, a equipe partiria para a Copa com mais confiança e apoio dos torcedores. Porém, mais uma vez, teremos que nos acostumar a ver uma seleção brasileira apenas pela tv. Não que eu apoie o patriotismo desenfreado, mas a seleção brasileira está virando cada vez mais a seleção da CBF e se afastando do torcedor, que tem cada vez menos motivo de acompanhar a saga do time de "guerreiros".

Amistosos pré-Copa

Por João Oliveira

Demos uma pausa na série de História das Copas, afinal a última segunda-feira foi dia de alguns amistosos para as seleções que vão disputar o Mundial. Argentina e Inglaterra se despediram de seus torcedores com vitórias sobre Canadá e México, respectivamente. Os argentinos lotaram o Monumental de Nuñez, em Buenos Aires, para ver a goleada de 5x0 do time de Maradona sobre a fraca seleção canadense, que parece ter sido escolhida a dedo para a última partida de nossos hermanos em solo portenho. Destaque para Maxi Rodríguez, que marcou dois gols e Dí Maria, que fez um golaço. De acordo com boa parte da imprensa mundial, o meia do Benfica está nos planos do Real Madrid para a próxima temporada. Dos seis atacantes argentinos que vão à Copa, Messi e Milito foram poupados, Palermo passou em branco, mas Higuaín, Aguero e Tevez marcaram, mostrando que a briga para a vaga no time titular vai ser boa.
Já em Wembley, com mais de 80 mil pessoas, a Inglaterra venceu o México por 3x1, com destaque para o grandalhão Peter Crouch, que marcou um gol(de cabeça) e deu passe(de cabeça!) para outro. Quem decepcionou foi Portugal, que mesmo com Cristiano Ronaldo, Deco e Liédson, empatou sem gols com a seleção de Cabo Verde.
Ainda tivemos Japão 0x2 Coréia do Sul (com gols dos "europeus" Park Ji-Sun do Manchester United, e Park Chu-Young, do Monaco) , África do Sul 1x1 Bulgária e Austrália 2x1 Nova Zelândia. A seleção de Parreira fez seu último amistoso antes da Copa, enquanto a Austrália usou jogdores reservas no clássico da
Oceania.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

História das Copas (11)

1978- Argentina

Desde a primeira Copa do Mundo, em 1930, a Argentina desejava sediar o Mundial. Nossos hermanos chegaram até a boicotar outros Mundias em protesto. Mas em 1978, num dos momentos de mais turbulência política, com a ditadura, os argentinos receberam de vez a Copa do Mundo. Brasil e Argentina dividiam os holofotes de favoritos da Copa, já que Holanda e Alemanha vieram para a América do Sul sem seus principais craques.


O Brasil:
Com o tradicional talento dos jogadores, o Brasil não tinha um grande conjunto, mas tentava se garantir no valor individual. Rivelino e Leão eram os únicos remanescentes do último título, além de Zico, Reinaldo e Roberto Dinamite. Mas o craque Falcão ficou de fora.

Convocados:
Goleiros: Leão (Palmeiras), Carlos (Ponte Preta) e Waldir Peres (São Paulo);
Laterais: Toninho (Flamengo), Nelinho (Cruzeiro), Edinho (Fluminense) e Rodrigues Neto (Botafogo);
Zagueiros: Oscar (Ponte Preta), Amaral (Corinthians), Abel Braga (Vasco) e Polozzi (Ponte Preta);
Meio-campistas: Toninho Cerezo (Atlético-MG), Zé Sérgio (São Paulo), Zico (Flamengo), Rivellino (Fluminense), Chicão (São Paulo) e Batista (Internacional);
Atacantes: Reinaldo (Atlético-MG), Roberto Dinamite (Vasco), Jorge Mendonça (Palmeiras), Dirceu (Vasco) e Gil (Botafogo);
Técnico: Cláudio Coutinho

Curiosidades:
- No jogo entre França e Hungria as duas seleções entraram em campo de branco. Nenhum dos dois times levaram uniforme reserva, e sobrou para os franceses usarem a camisa verde e branca do Kimberley, time da terceira divisão argentina.
- Brasil e Suécia empatavam em 1x1 em Mar Del Plata, até que no último minuto de jogo Nelinho bateu escanteio na cabeça de Zico, que empurrou a bola para a rede. Porém o juiz encerrou o jogo com a bola ainda no ar, e não validou o gol do Galinho.
- Nessa mesmo jogo o zagueiro sueco Björn Nordqvist bateu o recorde do inglês Bobby Moore, completando 109 partidas disputadas por uma seleção.
- Na derrota da Holanda por 3x2 para a Escócia, o holandês Rensenbrink marcou o milésimo gol da história das Copas.
- A Tunísia foi a primeira seleção africana a vencer um jogo em Mundiais. A vítima foi o México, no placar de 3x1.
- No jogo que valia a classificação para a final, a Argentina precisava vencer o Peru por 4 gols de diferença para eliminar o Brasil e passar à decisão. Os argentinos venceram por 6x0, causando uma série de especulações dizendo que os peruanos entregaram o jogo.
- Brasil e Argentina jogaram em Rosário, pela segunda fase. O clima de tensão tomou conta do gramado, o jogo foi violento, mas a seleção brasileira resistiu à pressão e segurou o 0x0.
- Nelinho fez um dos gols mais bonitos da história das Copas. Foi o primeiro do Brasil na vitória de 2x1 do Brasil sobre a Itália na decisão do terceiro lugar.
- O técnico Cláudio Coutinho considerou a seleção brasileira como campeã moral da Copa de 1978. Já que o Brasil só foi eliminado depois da vitória de 6x0 da Argentina sobre o Peru.
- A campeã argentina numerou os jogadores por ordem alfabética. Assim o atacante Alonso foi o número 1, e o goleiro Filol com a 5.

Artilheiro:
Kempes (ARG)- 6 gols

A Final:
Mesmo com toda as polêmicas a Argentina chegou à final da Copa contra a Holanda, que mesmo sem a força da Copa anterior após passar por Alemanha e Itália na fase final.

Ficha do jogo:

Argentina
Fillol; Olguin, Luis Galvan, Passarella e Tarantini; Gallego, Ardiles (Larrosa) e Kempes; Bertoni, Luque, Ortiz (Houseman).
Técnico: César Luis Menotti

Holanda
Jongbloed; Brandts, Krol, Jansen (Suurbier) e Poortvliet; Haan, René Van der Kerkhof e Willy Van der Kerkhof; Rep (Nanninga), Neeskens e Rensenbrink.
Técnico: Ernst Happel

Gols: Kempes (ARG), aos 38min do primeiro tempo; Nanninga (HOL), aos 37min do segundo tempo; Kempes (ARG), aos 15min do primeiro tempo da prorogação; Bertoni (ARG), aos 11min do segundo tempo da prorrogação.
Cartões Amarelos: Krol, Suurbier e Poortvliet (HOL); Ardiles (ARG)

História das Copas (10)

1974- Alemanha

A Segunda Guerra Mundial tirou o direito da Alemanha sediar a Copa de 1942 e depois, 1962. Em 1974, finalmente os alemães receberam o Mundial. Com a Taça Jules Rimet em poder do tricampeão Brasil, as seleções tinham uma motivação a mais para saber quem seria o primeiro campeão da "era" Taça FIFA. Além das principais seleções, a Copa de 1974 contou com as presenças inéditas de Austrália, Haiti, Zaire e Alemanha Oriental, que caiu justamente no grupo da Alemanha Ocidental. Foi nesse Mundial que surgiu a Laranja Mecânica, ou o Carrossel Holandês, comandado pelo técnico Rinus Michels.


O Brasil:
A seleção brasileira já não contava com Pelé, Gérson, Tostão e o capitão Carlos Alberto Torres. O Brasil continuava favorito, e a base do time era dos tricampeões Jairzinho, Paulo César Caju e Rivelino.

Convocados:
Goleiros: Emerson Leão (Palmeiras), Waldir Peres (São Paulo) e Renato (Flamengo);
Laterais: Zé Maria (Corinthians), Nelinho (Cruzeiro), Marinho Chagas (Botafogo) e Marco Antônio (Fluminense);
Zagueiros: Luis Pereira (Palmeiras), Alfredo Mostarda (Palmeiras) e Marinho Peres (Santos);
Meio-campistas: Piazza (Cruzeiro), Paulo César Carpegiani (Internacional), Rivellino (Corinthians), Leivinha (Palmeiras), Dirceu (Botafogo), Paulo César Caju (Flamengo) e Ademir da Guia (Palmeiras);
Atacantes: Jairzinho (Botafogo), Valdomiro (Internacional), Mirandinha (São Paulo), César (Palmeiras) e Edu (Santos);
Técnico: Mário Jorge Lobo Zagallo

Curiosidades:
- Após analisar mais de 50 projetos, a FIFA escolheu o troféu criado pelo escultor italiano Silvio Gazzaniga. A Taça FIFA, que custou 20 mil dólares na época, é até hoje o maior objeto de desejo dos boleiros do mundo.
- A Copa de 1974 não teve semifinal. Os oito classificados da primeira fase foram divididos em dois grupos, onde duelaram entre si. O melhor de cada grupo se classificava direto para a final.
- No confronto mais curioso da Copa a favorita e já classificada para a segunda fase, Alemanha Ocidental, perdeu para a irmã Oriental. A derrota acabou beneficiando o time de Beckenbauer, que escapou de enfrentar Brasil e Holanda logo nas quartas-de-final.
- Dois preparadores da seleção em 1974 foram técnicos do Brasil em Copas do Mundo. Cláudio Coutinho foi o treinador em 1978, e Parreira treinou o Brasil em 1994 e 2006.
- O Brasil se classificou para a segunda fase com dois empates sem gols contra Escócia e Iugoslávia. A seleção só venceu o Zaire, e passou de fase sem mostrar um grande futebol.
- A Copa de 1974 marcou o início da derrocada do futebol uruguaio. Eliminados na primeira fase, o bicampeão Mundial predeu para Holanda e Suécia, e apenas empatou com a Bulgária.
- O goleiro brasileiro Leão só levou gol no quinto jogo do Brasil, pelas quartas-de-final, contra a Argentina, na vitória brasileira por 2x1.
- Antes do jogo decisivo contra a Holanda, o técnico Zagallo dizia que o Carrossel Holandês não preocupoava o Brasil, pois os europeus não tinham tradição em Copas. A Holanda venceu por 2x0 e começou a escrever sua história como uma seleção de tradição.
- O haitiano Ernest Joseph foi o primeiro jogador pego no antidoping em Copas do Mundo. O exame feito após o jogo contra a Itália deu positivo para uso de estimulantes, que não adiantou muito, pois a Itália venceu por 3x1.
- A Escócia foi eliminada ainda na primeira fase. O detalhe é que os escoceses não perderam nenhum jogo. Foram dois empates e uma vitória, mas a seleção acabou sendo eliminada pelo saldo de gols.

Artilheiro:
Lato (POL)- 7 gols

A Final:
A Alemanha Ocidental chegava à final, jogando em casa. No dia 7 de julho de 1974, no Estádio Olímpico de Munique, os alemães surpreenderam de novo, vencendo a favorita Holanda.

Ficha do Jogo:

Alemanha Ocidental
Maier; Vogts, Schwarzenbeck, Beckenbauer e Breitner; Bonhof, Overath e Hoeness; Grabowski, Gerd Müller e Hölzenbein.
Técnico Helmut Schön

Holanda
Jongbloed; Suurbier, Rijsbergen (De Jong), Wim Jansen e Krol; Haan, Van Hanegem e Neeskens; Rep, Cruyff e Rensenbrink (René Van der Kerkhof).
Técnico: Rinus Michels

Gols: Neeskens (HOL), a 1min, Breitner (ALE), aos 25min, e Gerd Müller (ALE), aos 43min do primeiro tempo.
Cartões Amarelos: Vogts (ALE); Van Hanegem, Neeskens e Cruyff (HOL)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

História das Copas (7)

1962- Chile

Respeitando o rodízio de continentes, a Copa de 1962 seria disputada na América. Chile e Argentina disputaram o direito de realizar o torneio, e mesmo com o favoritismo argentino, o Chile sediou o Mundial. Mesmo após o país ter sofrido uma grande destruição após o maior terremoto da história, em 1960, a Copa foi mantida no Chile. Diferente de outros Mundiais na América, a Copa de 1962 contou com as principais forças européias.


O Brasil:
Embalados pelo título na Suécia em 1958. os brasileiros chegavam mais uma vez como favoritos e com a base campeã do mundo. Com a contusão de Pelé, a Copa de 1962 foi de Mané Garrincha, que deixou o Brasil no mesmo patamar dos bicampeões Uruguai e Itália.

Convocados:
Goleiros: Gilmar (Santos) e Castilho (Fluminense);
Laterais: Djalma Santos (Palmeiras), Nílton Santos (Botafogo), Jair Marinho (Fluminense) e Altair (Fluminense);
Zagueiros: Mauro (Santos), Bellini (São Paulo), Zózimo (Bangu) e Jurandir (São Paulo);
Meio-campistas: Zito (Santos), Didi (Botafogo), Zequinha (Palmeiras) e Mengálvio (Santos);
Atacantes: Garrincha (Botafogo), Zagallo (Botafogo), Vavá (Palmeiras), Pelé (Santos), Jair da Costa (Portuguesa), Coutinho (Santos), Amarildo (Botafogo) e Pepe (Santos);
Técnico: Aymoré Moreira

Criosidades:
- Apenas 12 jogadores brasileiros entraram em campo nos gramados chilenos em 1962. É até hoje o recorde, ninguém mais utilizou menos jogadores em uma campanha em Copas.
- O colombiano Marcos Coll fez o primeiro e único gol olímpico da história das Copas no empate de 4x4 entre Colômbia e União Soviética.
- A Espanha reforçou eu time com três estrangeiros. Apesar das presenças do húngaro Puskas, do argentino Di Stéfano e do paraguaio Santamaría a Fúria caiu na primeira fase.
- O brasileiro Vavá tornou-se o primeiro jogador a marcar em duas finais de Copas seguidas, já que fez gol nas decisões de 1958 e 1962.
- Aymoré Moreira foi o primeiro ex-jogador a assumir o cargo de técnico da seleção brasileira.
- Pela primeira vez os brasileiros puderam ver os jogos da Copa pela tv. Porém sem jogos ao vivo, as fitas com o video das partidas só chegavam ao Brasil dois dias depois do jogo.
- O terceiro lugar na Copa deu ao Chile sua melhor colocação até hoje em Mundiais. Os chilenos comemoraram como se fosse um título pelas ruas de Santiago.
- A manchete de um dos jornais chilenos no dia seguinte à semifinal em que o Brasil eliminou o Chile era: "Garrinhca, de que planeta vienes?" A frase dá bem a noção das atuações perfeitas de Mané nos jogos finais da Copa. Nessa partida, ele fez dois dos 4x2 do Brasil contra o Chile.
- No jogo entre Brasil e Espanha, pela primeira fase, o juiz chileno Sérgio Bustamante deu uma forcinha aos brasileiros. O lateral Nilton Santos fez pênalti em um espanhol, mas deu um passo à frente após a falta, induzindo o árbitro a achar que a falta foi fora da área. Na cobrança, os espanhóis ainda fizeram um gol de bicicleta, anulado pelo árbitro, que alegou jogada perigosa.
- No segundo jogo do Brasil na Copa, Pelé se machucou e a seleção apenas empatou sem gols contra a Tchecoslováquia. O Rei ficou de fora do restante do Mundial.

Artilheiro:
Jerkovic (Iug)- 5 gols

A Final:
Garrincha havia sido expulso na semifinal, mas a FIFA acabou liberando Mané para jogar a final. Porém o craque do Botafogo entrou em campo com febre, e sobrou para Amarildo e Vavá a responsabilidade de passar pela Tchecoslováquia.

Ficha do jogo:

Brasil
Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Amarildo e Zagallo.
Técnico: Aymoré Moreira

Tchecoslováquia
Schrojf; Tichy, Popluhar, Pluskal e Novak; Masopust e Pospichal; Scherer, Kadraba, Kvasnak e Jelinek.
Técnico: Rudolf Vytlacil

Gols: Masopust (TCH), aos 15min, e Amarildo (BRA), aos 17min do primeiro tempo; Zito (BRA), aos 24min, e Vavá (BRA), aos 33min do segundo tempo.

História das Copas (9)

1970- México

O Mundial de 1970 foi no México, e viu a melhor seleção da história. O Brasil foi o primeiro tricampeão, numa seleção que contava com craques que marcaram época. Todos os cinco campeões do mundo participaram do torneio, que tinha Itália, Alemanha e Inglaterra como favoritos.


O Brasil:
O jornalista João Saldanha assumiu o papel de técnico da seleção, e já chegou montando um time com vários craques. Usando da base do Santos, Saldanha escalou também Gérson, Tostão e Jairzinho. Durante a fase de preparação e Eliminatórias, o Brasil ganhou todos os jogos. Mas o passado comunista e o constante envolvimento em confusões, acabaou tirando João Saldanha do cargo. Zagallo, campeão do mundo como jogador em 1958 e 1962, assumiu a seleção a menos de três meses antes da Copa.

Curiosidades:
- A Copa de 1970 foi a primeira com transmissão ao vivo e em cores para o mundo todo. Porém, no Brasil, a grande maioria dos aparelhos de tv só recebia sinais em preto-e-branco.
- O cartão amarelo e o vermelho foram criados como uma forma de melhorar a comunicação entre os envolvidos no jogo.
- Foi também no México que as seleções pouderam realizar substituições durante as partidas. As equipes passaram a poder trocar até dois jogadores por partida
- Gérson, Jairzinho, Pelé, Tostão e Rivelino usavam a camisa 10 em seus clubes. O Rei recebeu a honra de usar a 10 na seleção tricampeã do mundo.
- Itália, Brasil e Uruguai chegaram à Copa com chances de se sagrarem tricampeões. Quem vencesse levaria de vez a taça Jules Rimet. O Brasil levou o caneco, mas não ficou com ele por muito tempo. A taça foi roubada da sede da CBF em 1983.
- Dos 11 eleitos pela FIFA como melhores da Copa, seis foram brasileiros, marcando mais uma vez a superioridade da seleção brasileira.
- A Adidas lançou uma bola que revolucionou o principal material do jogo. A Telstar, com 32 gomos brancos e pretos, substituiu a bola marrom anterior.
- Jairzinho é até hoje o único jogador a marcar em todas as partidas de um Mundial. O Furacão fez gols em todas as sete partidas da Copa.
- Zagallo se tornou o primeiro a ser campeão como jogador e técnico.
- A Copa de 1970 marcou também o início da parceria entre Zagallo e Carlos Alberto Parreira, então preparador físico da seleção. Em 1994 eles repetiram a dose, mas com Parreira como técnico e Zagallo como auxiliar. A dupla só não foi campeã junta em 2006.

Artilheiro:
Gerhard Müller (ALE)- 10 gols

A Final:
Brasil e Itália disputaram a final no dia 21 de junho de 1970, no estádio Azteca, na Cidade do México. O campeão sairia dali com o terceiro título Mundial e levaria de vez a Jules Rimet. Depois de um primeiro tempo equilibrado, com 1x1 no placara, o Brasil volotu do intervalo e atropelou os italianos com uma goleada por 4x1.

Ficha do Jogo:

Brasil
Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Rivellino e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé.
Técnico: Zagallo

Itália
Albertosi; Burgnich, Cera, Rosato e Facchetti; Bertini (Juliano), Domenghini e De Sisti; Mazzola, Boninsegna (Rivera) e Riva.
Técnico: Ferruccio Valcareggi

Gols: Pelé (BRA), aos 18min, e Boninsegna (ITA), aos 37min do primeiro tempo; Gérson (BRA), aos 21min, Jairzinho (BRA), aos 26min, e Carlos Alberto (BRA), aos 41min do segundo tempo.

Cartões Amarelos: Rivelino (BRA); Burgnich (ITA)

História das Copas (8)

1966- Inglaterra

Enfim a Copa do Mundo chegava à terra do futebol. A Inglaterra foi sede do Mundial de 1966, e pela primeira e única vez o título de sua seleção. Mais uma vez as principais seleções passaram pelas eliminatórias e participaram do Mundial, que voltava á Europa.


O Brasil:
A preparação reuniu 47 jogadores, dos quais só sobrariam 22 para serem levados à Inglaterra. Numa mescla entre jovens como Tostão e experientes como Djalma Santos, o Brasil chegava à Inglaterra com todo o favoritismo de um bicampeão Mundial.

Curiosidades:
- Em março de 1966, poucos meses antes da abertura da Copa, a Taça Jules Rimet foi roubada. Uma semana depois, após uma série de buscas da polícia inglesa, um cachorro chamado Pickles farejou e encontrou a taça jogada no lixo. O dono do cão ganhou uma recompensa de 5 mil libras e acesso livre em todos os jogos.
- Pela primeira vez na história das Copas, foi criada uma mascote para difundir o Mundial pelo mundo. O leãozinho Willie ficou famoso e virou figurinha fácil durante a Copa do Mundo.
- A religião anglicana proibia eventos esportivos aos domingos na Inglaterra. Logo, a Copa do Mundo de 1966 não teve jogos aos domingos.
- A Copa do Mundo da Inglaterra presenciou a última atuação de Pelé e Garrinhca juntos pela seleção brasileira. No último jogo da dupla, que nunca perdeu junta, o Brasil venceu a Bulgária por 2x0, com um gols de Pelé e Garrinhca.
- O goleiro mexicano Antonio Carbajal disputou seu quinto Mundial em 1966. O recorde do jogador só foi igualado pelo alemão Lothar Matthaus, em 1998.
- O Brasil foi eliminado ainda na primeira fase com duas derrotas por 3x1 para Hungria e Portugal. A seleção lusa teve como grande destaque o atacante Eusébio, que marcou dois gols contra o Brasil.
- A Itália foi eliminada após duas derrotas contra a União Soviética e Coréia do Norte. Essa última é considerada uma das maiores zebras da história dos Mundiais.
- A vitória de Portugal contra a Coréia do Norte, pelas quartas-de-final, marcou talvez a maior virada da história das Copas. Depois de estar perdendo por 3x0, os portugueses venceram por 5x3, com quatro gols de Eusébio.
- O meia argentino Rattin foi expulso após reclamar, em espanhol, com o árbitro alemão Rudolf Kreitlein. Mesmo sem entender o que dizia o argentino, o juiz expulsou o jogador, causando grande revolta entre a Argentina. O lance ajudou posteriormente a FIFA a criar o cartão amarelo, como forma de melhorar a comunicação entre árbitros e jogadores.
- O goleiro da Inglaterra, Gordon Banks, passou 442 minutos sem tomar gol na Copa de 1966. O arqueiro foi vazado pela primeira vez apenas aos 37 minutos do segundo tempo da semifinal, mas segurou o ataque de Portugal nos minutos finais, e garantiu a vitória de 2x1 do English Team.

Artilheiro:
Eusébio (POR)- 9 gols

A Final:
Com campanhas parecidas, Inglaterra e Alemanha chegavam à final da Copa, no dia 30 de julho de 1966, em Wembley, para um jogo equilibrado. Confirmando as expectativas, o jogo só foi decidido na prorrogação. Até hoje se discute se o terceiro gol dos quatro marcados pela Inglaterra realmente foi legal. A bola quicou na linha, e o juiz suíço Gottfried Dienst validou o gol inglês, abrindo caminho para o título da Inglaterra.

Ficha do jogo:

Inglaterra
Banks; Cohen, Jack Charlton, Bobby Moore e Wilson; Ball, Stiles, Bobby Charlton e Peters; Hurst e Hunt.
Técnico: Alf Ramsey

Alemanha Ocidental
Tilkowski; Höttges, Schnellinger, Schulz e Weber; Beckenbauer e Overath; Haller, Seeler, Held e Emmerich.
Técnico: Helmut Schön

Gols: Haller (ALE), aos 12min, e Hurst (ING), aos 18min do primeiro tempo; Peters (ING), aos 33min, e Weber (ALE), aos 44min do segundo tempo; Hurst (ING), aos 11min do primeiro tempo e aos 15min do segundo tempo da prorrogação. .

História das Copas (6)

1958- Suécia

A Copa de 1958 na Suécia marcou o primeiro dos cinco títulos mundiais do Brasil, além da estreia de Pelé em Copas do Mundo. Os bicampeões do Mundo, Itália e Uruguai pararam nas eliminatórias, e ficaram de fora da Copa de 1958. A Hungria sofria com o conflito com a União Soviética e teve sua equipe esvaziada, sendo assim, Brasil, Alemanha e a própria União Soviética largaram na frente como favortiso ao título.


O Brasil:
A seleção brasileira viajou à Suécia em busca de acabar de vez com o tal "complexo de vira-latas" que asombrava os brasileiros. Mesmo com bons jogadores, o Brasil não havia conquistado nenhuma Copa. O técnico Vicente Feola conseguiu reunir craques como Didi, Pelé, Djalma Santos, Nilton Santos e Garrincha.

Curiosidades:
- O gesto do capitão brasileiro Bellini, que levantou a taça após a vitória sobre a Suécia, virou marca registrada em todas as outras edições da Copa do Mundo.
- Pelé foi o jogador mais jovem a ganhar uma Copa, quando tinha apenas 17 anos e 249 dias.
- O Rei também foi o jogador mais novo a fazer gol em uma Copa. O tento contra o País de Gales, aos 17 anos e 239 dias, deram a Pelé mais essa marca.
- O atacante marroquino Just Fontaine marcou 13 gols na Copa de 1958, defendendo a França. Até hoje essa marca jamais foi superada por qualquer outro jogador em uma mesma edição do Mundial.
- O Brasil só tinha camisas amarelas para o jogo contra a Suécia pela final da Copa. Após um sorteio, o time brasileiro foi obrigado a usar camisas de outra cor. Coube ao ropeiro da seleção comprar um jogo de camisas azuis, que serviram de uniforme para a equipe campeã.
- Após a eliminação logo na primeira fase, os argentinos foram recebidos com vaias, pedradas e pauladas do povo, que não admitia o fraco desempenho dos jogadores na Copa.
- O jogo entre Brasil e Inglatrerra pela primeira fase da Copa marcou o primeiro 0x0 na história dos Mundiais.
- Antes do início da Copa, todos os jogadores passaram por exames médicos e apresentaram problemas dentários. Foram realizadas 500 obturações e extrações nos atletas.
- Amística da camisa 10 começou por acaso. Um funcionário da FIFA escolheu aleatoriamente a numeração das camisas dos jogadores, e Pelé acabou ficando com a camisa 10.
- O Brasil é o único país a ser campeão mundial fora de seu continente. O título de 1968 foi o primeiro da seleção brasileira fora da América. Em 2002 os brasileiros repetiram a dose ao vencerem a Copa na Ásia.

Artilheiro:
Fontaine (FRA)- 13 gols

A Final:
Após uma surpreendente vitória sobre a Alemanha, a Suécia conseguia chegar na final em casa. Do outro lado, o Brasil havia goleado a França do artilheiro Fontaine por 5x2. O placar se repetiu na final, e o Brasil conquistava seu primeiro título mundial.

Ficha do jogo:

Suécia
Karl Svensson; Bergmark e Axbom; Börjesson; Gustavsson e Parling; Hamrin, Gren, Simonsson, Liedholm e Skoglund.
Técnico: George Raynor

Brasil
Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo.
Técnico: Vicente Feola

Gols: Liedholm (SUE), aos 4min, e Vavá (BRA), aos 9min e 32min do primeiro tempo; Pelé (BRA), aos 10min, Zagallo (BRA), aos 23min, Simonsson (SUE), aos 35min, e Pelé (BRA), aos 45min do segundo tempo

História das Copas (5)

1954- Suíça

A Copa de 1954 foi disputada na sede da FIFA, que completava 50 anos. Neutra durante a Segunda Guerra, a Suíça acabou beneficiada pois era uma das poucas nações que não foram atingidas pelo poder bélico da guerra. Além disso, o país já possuía uma boa estrutura, com estádios prontos para receberem partidas do Mundial. Sem as habituais desistências em cima da hora dos anos anteriores, a Copa de 1954 contou com 16 participantes, mas dessa vez com apenas dois sul-americanos, contra 12 europeus. Coréia do Sul e México completaram o quadro.

O Brasil:
A seleção brasileira chegou à Suíça totalmente renovada em relação a 1950. A derrota para o Uruguai, conhecida como Maracanazzo, foi traumática e os brasileiros queriam apagar a imagem do fracasso em pleno Maracanã. Zizinho e Ademir de Menezes, destaques do time vice-campeão, não foram à Copa da Suíça.

Convocados:
Goleiros: Castilho (Fluminense), Veludo (Fluminense) e Cabeção (Corinthians);
Defensores: Djalma Santos (Portuguesa), Nilton Santos (Botafogo), Paulinho (Vasco), Pinheiro (Fluminense), Alfredo Ramos (São Paulo) e Mauro (São Paulo);
Meio-campistas: Brandãozinho (Portuguesa), Bauer (São Paulo), Didi (Fluminense), Ely (Vasco), Dequinha (Flamengo) e Rubens (Flamengo);
Atacantes: Julinho Botelho (Portuguesa), Baltasar (Corinthians), Pinga (Vasco), Rodrigues (Palmeiras), Maurinho (São Paulo), Humberto (Palmeiras) e Índio (Flamengo);
Técnico: Zezé Moreira.

Curiosidades:
- A Copa de 1954 foi a primeira com transmissão ao vivo. Inicialmente apenas oito países europeus puderam assistir aos jogos.
- O trauma de 1950 foi tão grande que o Brasil aposentou a camisa branca. A seleção estreou o uniforme com camisa amarela e calção azul no jogo contra o México, pela primeira fase da Copa, no dia 16 de junho de 1954, no estádio Charmilles, em Genebra.
- A Copa de 1954 teve a maior média de gols da história da competição. O torneio registrou a marca de 5,38 golos por partida.
- O jogo entre Áustria e Suíça, pelas quartas-de-final, contribuíram bastante para a marca acima citada. A seleção austríaca venceu por 7x5 no confronto com mais gols da história das Copas.
- O bi-campeão Uruguai perdeu sua primeira partida em Mundiais. A Celeste foi derrotada por 4x2, na semifinal contra a Hungria. Até então, os uruguaios tinham 10 vitórias e um empate em jogos de Copa do Mundo.
- No jogo entre Brasil e Iugoslávia pela primeira fase, o empate classificaria as duas equipes. Cientes do regulamento, os europeus se assustaram com o empenho dos brasileiros, que acreditavam que apenas a vitória deixaria a seleção nas quartas-de-final. Com o placar de 1x1, enquanto os iugoslavos comemoraram e os brasileiros choraram a eliminação, e só foram descobrir que haviam se classificados no vestiário.
- A derrota da Hungria para a Alemanha na final da Copa quebrou uma invencibilidade de 31 partidas sem perder dos húngaros.
- A Coréia do Sul foi embora da Suíça com 16 gols na bagagem. Nas duas partidas que disputaram os coreanos perderam de 9x0 da Hungria e 7x0 da Turquia. É até hoje o pior desempenho de uma seleção em Copas do Mundo.
- Depois do mico histórico na derrota para os EUA em 1950, a Inglaterra só venceu uma partida em 1954, contra a Suíça, mas parou nas quartas-de-final, depois de perderem por 4x2 para o Uruguai.
- O Brasil caiu nas quartas-de-final diante da Hungria, no jogo conhecido como a Batalha de Berna. Num jogo disputado e violento, a seleção brasileira acabou perdendo por 4x2, num jogo marcado por 3 expulsões e 42 faltas. Depois do jogo, outra confusão tomou conta do campo e jogadores das duas equipes iniciaram uma batalha campal.

Artilheiro:
Kocsis (HUN)- 11 gols

A Final:
Talvez a melhor final da história das Copas. Na fase inicial a Hungria massacrou a Alemanha por impiedosos 8x3, mas no jogo final os alemães conseguiram seu primeiro título mundial com a vitória por 3x2 sobre o time de Ferenc Puskas. A improvável vitória,após sair perdendo por 2x0, transformou a final de 1954 no Milagre de Berna.

Ficha do jogo:

Alemanha Ocidental
Turek; Posipal e Kohlmeyer; Eckel, Liebrich e Mai; Rahn, Morlock, Ottmar Walter, Fritz Walter, Schäfer.
Técnico: Sepp Herberger

Hungria
Grosics; Buzansky e Lorant; Lantos, Bozsik e Zakarias; Joszef Toth, Kocsis, Hidegkuti, Puskas e Czibor.
Técnico: Gusztav Sebes

Gols: Puskas (HUN), aos 6min, Czibor (HUN), aos 8min, Morlock (ALE), aos 10min, e Rahn (ALE), aos 18min do primeiro tempo; Rahn (ALE), aos 39min do segundo tempo

sexta-feira, 14 de maio de 2010

História das Copas (4)

1950- Brasil
A Copa de 1950 foi a pimeira após a Segunda Guerra Mundial. O Brasil disputou com a Argentina o direito de sediar a competição, e acabou vencendo o país vizinho na preferência dos membros da FIFA. Mais uma vez o Mundial sofreu com desistências, Argentina, Áustria, França, Escócia e os países do bloco soviético não disputaram a Copa. Essas ausências criaram mais um Mundial capenga, com apenas 13 seleções, sendo cinco delas da América do Sul.


O Brasil:
O clima era de exagerado otimismo no país. Sem a Argentina e com a Itália enfraquecida, o Brasil se mostrava cada vez mais favorito a conquistar o torneio, sob o comando do técnico Flávio Costa. O meia Zizinho, do Bangu, era a maior esperança brasileira.

Convocados:
Goleiros: Barbosa (Vasco) e Castilho (Fluminense);
Laterais: Bigode (Flamengo), Nena (Internacional), Nilton Santos (Botafogo) e Noronha (São Paulo);
Zagueiros: Augusto (Vasco), Juvenal (Flamengo), Bauer (São Paulo) e Danilo (Vasco);
Meio-campistas: Friaça (São Paulo), Alfredo (Vasco), Zizinho (Bangu), Maneca (Vasco), Eli (Vasco) e Rui (São Paulo);
Atacantes: Baltazar (Corinthians), Adãozinho (Internacional), Jair da Rosa Pinto (Palmeiras), Ademir de Menezes (Vasco), Chico (Vasco) e Rodrigues (Palmeiras);
Técnico: Flávio Costa.



Curiosidades:
- Grande ídolo do Botafogo, o atacante Heleno de Freitas não foi convocado para a Copa de 1950.
- Foi a única Copa sem ter final, o título foi disputado em um quadrangular envolvendo as quatro melhores seleções da competição.
- A Copa do Mundo do Brasil proporcionou a maior zebra da história da competição. Os até então intocáveis ingleses estreavam em Copas e acabaram perdendo de 1x0 para os EUA no estádio Independência, em Belo Horizonte. A bola dessa partida é guardada como uma verdadeira relíquia na sede da Federação Norte-Americana de Futebol.
- Os indianos se recusaram a disputar a Copa depois de serem proibidos pela FIFA de jogarem descalços.
- O Mundial de 1950 foi o único sem nenhuma expulsão. A marca é até agora inédita, e pela quantidade maior de jogos não deve mais ser superada.
-Pela primeira vez na história das Copas, os jogadores usaram números em suas camisas, numeradas de 1a 11, de acordo com a posição de cada jogador em campo.
- Com mais de quinhentos mil sacos de cimento, foi constrído o maior estádio do mundo. Com capcidade para 155 mil pessoas, o Maracanã recebeu mais de 200 mil na final do Mundial.
- Apesar da perda do título, o Brasil teve novamente o artilheiro da Copa. O atacante do Vasco, Ademir de Menezes, fez nove gols no Mundial. Em 1938 o artilheiro foi o também brasileiro Leônidas da Silva. Até hoje nenhum outro jogador brasileiro fez mais gols que Ademir em Copas.
- A Itália chegou ao Mundial com um time bastante enfraquecido. Os bicampeões tinham como base da equipe o time do Torino, pentacampeão italiano. Em 1949 um acidente aéreo em Turim matou todos os ocupantes da aeronave, inclusive os jogadores do Torino.

Artilheiro:
Ademir de Menezes (BRA)- 9 gols

A Final:
Maracanã lotado, Brasil jogando pelo empate. O favoritismo brasileiro se transformou em festa antes da hora, ninguém acreditava que o Uruguai seria capaz de estragar a festa da torcida. Aos 34 do segundo tempo, num chute de Ghiggia, o Maracanã se calou, e o goleiro Barbosa acabou como o grande culpado pela derrota por 2x1 que deu o bicampeonato aos uruguaios.

Brasil
Barbosa; Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bigode; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico.
Técnico: Flávio Costa

Uruguai
Máspoli; Matias González e Tejera; Gambetta, Obdulio Varela e Rodriguez Andrade; Ghiggia, Perez, Miguez, Schiaffino e Morán.
Técnico: Juan Lopez

Gols: Friaça (BRA), aos 2min, Schiaffino (URU), aos 20min, e Ghiggia (URU), aos 34min do segundo tempo

História das Copas (3)

1938- França
A Copa de 1938 teve como sede o país natal do presidente da FIFA, Jules Rimet, assim como a competição anterior, o Mundial da França foi disputado na Europa. E mais pareceu uma Eurocpa. Dos 16 participantes, 13 eram seleções européias. Além do Brasil, que representava a América do Sul, Cuba e Índias Ocidentais Holandesas completaram a lista de seletos não-europeus. Desejando um rodízio de continentes entre os países-sedes, Argentina e Uruguai desistiram novamnte de jogarem a Copa.Japão e Espanha viviam momentos de guerra e suas respectivas regiões, e a Inglaterra ainda julgava seu futebol superior demais aos outros para colocar em disputa. O clima político no continente ficava cada vez mais quente, a Alemanha já havia começado seu avanço contra os territórios vizinhos, a Áustria foi anexada pelos alemães antes da Copa, e viu seus jogadores incorporados ao time germânico. Foi a última Copa do Mundo antes da Segunda Guerra Mundial.
O Brasil:
Pela primeira vez em sua história o Brasil levaria uma seleção realmente brasileira.O país já se destacava sendo uma das quatro nações que haviam disputado todas as Copas até então.
Com o fim das brigas entre cariocas e paulistas, o técnico Adhemar Pimenta pôde contar com todos os jogadores. Os ídolos Leônidas e Domingos da Guia marcaram seus nomes no Mundial, que teve o Brasil chegou ás semifinais.
Convocados:
Goleiros: Walter (Flamengo) e Batatais (Fluminense);
Defensores: Domingos da Guia (Flamengo), Jaú (Corinthians), Machado (Fluminense) e Nariz (Botafogo);
Meio-campistas: Afonsinho (São Cristóvão), Argemiro (Portuguesa Santista), Brito (América-RJ), Martim Silveira (Botafogo), Brandão (Corinthians) e Zezé Procópio (Botafogo);
Atacantes: Hércules (Fluminense), Leônidas (Flamengo), Lopes (Corinthians), Luisinho (Palestra), Niginho (Vasco), Patesko (Botafogo), Perácio (Botafogo), Roberto (São Cristóvão), Romeu (Fluminense) e Tim (Fluminense);
Técnico: Adhemar Pimenta

Curiosidades:
- Foi a primeira Copa em que o técnico brasileiro pôde convocar atletas de todo o país. Mesmo assim só tivemos jogadores de Rio e São Paulo.
- No jogo contra a Polônia, Leônidas da Silva marcou três gols na vitória de 6x5 da seleção brasileira. Reza a lenda que o Diamante Negro teria feito um dos gols com os pés descalços. Leônidas foi artilheiro do Mundial com sete gols, e é até hoje o único jogador brasileiro a marcar em todas as partidas que disputou em Copas.
- Na época, Cuba vivia sob regime democrático e o futebol era o esporte mais popular da ilha. Os cubanos foram bem nas oitavas, quando precisaram de dois jogos para eliminar a Romênia, mas levaram de 8x0 da Suíça na fase seguinte.Muita coisa mudou de á pra cá e o esporte bretão não fica nem entre as três modalidades preferidas pelos cubanos.
- No jogo de abertura da Copa, entre Alemanha e Suíça, o presidente da França deu o pontapé inicial da Copa. Porém o governante francês mostrou não ter muita intimidade com a bola, chutando o chão e arrancando um pedaçõ de grama do Parc de Princes, em Paris.
- A Copa de 1938 marcou o primeiro e único W.O da história dos Mundiais. Anexada pela Alemanha, a Áustria acabou não disputando o jogo contra a Suécia, que se classificou automaticamente para as quartas-de-final.
- O Mundial da França foi o primeiro a ser transmitido pelo rádio para o Brasil.
- Primeira seleção asiática a disputar o Mundial, as Índias Holandesas passaram em branco e deixaram a Itália após uma surra de 6x0 para a Hungria.
- Dos quatro jogos do Brasil na Copa, o zagueiro Domingos da Guia fez penalti em três. O único jogo que "passou em branco" foi na decisão do terceiro lugar contra a Suécia. Com tudo isso, ele ainda entrou na selação da FIFA dos melhores da Copa.
- Ao contrário da Copa anterior, quando chegou poucos dias antes da estreia, a seleção brasileira teve 20 dias de preparação já em solo francês. No jogo contra a Polônia, a seleção atuou pela primeira vez com uniformes azuis, já que perdeu o sorteio para os adversários que também tinham uniformes principais brancos.
- A Itália jogou de preto na vitória contra a França pelas quartas-de-final. Com a cor do fascismo de Mussolini, a "Azzurra" eliminou os donos da casa pelo placar de 3x1, diante de quase 60 mil franceses.

Artilheiro:
Leônidas da Silva (BRA)- 8 gols

A Final:
Mais uma vez sem a presença de potências como Argentina e Uruguai, a Itália teve seu caminho facilitado. Com uma seleção mais forte do que a da Copa anterior, os italianos contaram com o desfalque do artilheiro Leônidas no confronto com o Brasil pelas semifinais. Sem o Diamante Negro em ação, o destaque foi, de novo, o italiano Giuseppe Meazza. Na final contra a Hungria, os italianos não tiveram maiores dificuldades e golearam por 4x2.

Ficha do jogo:


Itália
Olivieri; Foni e Rava; Serantoni, Andreolo e Locatelli; Biavati, Meazza, Piola, Ferrari e Colaussi.
Técnico: Vittorio Pozzo

Hungria
Szabo; Polgar e Biro; Szalay, Szücs e Lazar; Sas, Vincze, Sarosi, Zsengeller e Titkos.
Técnico: Alfred Schaffer

Gols: Colaussi (ITA), aos 6min, Titkos (HUN), aos 8min, Piola (ITA), aos 19min, e Colaussi (ITA), aos 35min do primeiro tempo; Sarosi (HUN), aos 25min, e Piola (ITA), 37min do segundo tempo

quinta-feira, 13 de maio de 2010

História das Copas (2)

1934- Itália
A Copa do Mundo de 1934 foi marcada pelas manifestações fascistas do primeiro-ministro italiano Benito Mussolini. Ao contrário do Uruguai, a Itália ofereceu uma estrutura mais completa, com oito estádios utilizados para a disputa. O fato de ser o primeiro Mundial da Europa fez com que a adesão dos países europeus aumentasse. Nada mais do que 12 seleções do Velho Continente participaram do torneio, que reuniu 16 nações no total. Outra novidade foi o uso de eliminatórias pré-Copa para definir os países classificados. A competição foi disputada em sistema de mata-mata desde o início. Dessa forma, metade das seleções disputaram apenas uma partida cada.


O Brasil:
Nas eliminatórias sul-americanas o Brasil deveria enfrentar o Peru, que desistiu do confronto e deu de bandeja a vaga na Copa para a seleção brasileira. Assim como a Argentina, que contou com a desistência dos chilenos. Ainda em clima de revanche entre federações amadoras e profissionais, a seleção deixou em casa jogadores como Domingos da Guia e, monstro sagrado de nosso futebol. A base da seleção brasileira foi formada por Botafogo e São Paulo da Floresta. O Brasil foi eliminado pela Espanha, perdendo seu único jogo por 3x1. Leônidas da Silva fez o único gol da seleção na Copa.

Convocados:
Goleiros: Germano (Flamengo) e Pedrosa (Botafogo);
Defensores: Luiz Luz (Grêmio), Octacílio (Botafogo) e Sílvio (São Paulo da Floresta);
Meio-campistas: Ariel (Botafogo), Canalli (Botafogo), Martim Silveira (Botafogo), Tinoco (Vasco) e Waldir (Botafogo);
Atacantes: Armandinho (São Paulo da Floresta), Átila (Botafogo), Carvalho Leite (Botafogo), Leônidas da Silva (Vasco), Luizinho (São Paulo da Floresta), Patesko (Botafogo) e Waldemar de Brito (São Paulo da Floresta);
Técnico: Luiz Vinhaes.

Curiosidades:
-Já naquela época jogadores sul-americanos faziam sucesso na Europa. A campeão Itália contava com o brasileiro Filó, que jogou na Portuguesa e no Corinthians. Lá, ele, que jogou na Lazio, era conhecido pelo sobrenome italiano Guarisi. O argentino Guaita foi outro latino no elenco campeão da Azurra.
-O ditador Mussolini era mais aplaudido do que os jogadores. Com saudações fascistas, o primeiro-ministro foi figura marcante na maioria dos jogos da Copa e influenciou até na montagem do time italiano.
- Na lista oficial da CBD, Patesko era jogador do Botafogo. Porém, na época que foi convocado, o atacante jogava pelo Nacional-URU, junto com Domingos da Guia. Como a FIFA só aceitava jogadores inscritos na CBD, Patesko acabou vinculado ao Botafogo, onde estreou apenas após a Copa.
-Assim como o Brasil a Argentina também teve problema entre profissionais e amadores. Jogadores de Boca Juniors, River Plate e San Lorenzo, não puderam ir à Cpa pois jogavam em equipes profissionais. Com isso, nenhum integrante do time vice-campeão da Copa anterior esteve na Itália.
-O país-sede, Itália, teve que jogar as eliminatórias, mas contou com uma forcinha da Turquia, que desistiu do confronto, e da Grécia, que preferiu não jogar a partida de volta após sofrer goleada de 1x0 em Milão.
-Campeão da primeira Copa do Mundo, o Uruguai boicotou o Mundial posterior em resposta á recusa da Itália de ter viajado para Montevidéu quatro anos antes. Foi a única seleção campeã do mundo fora da Copa seguinte.
-Logo na primeira partida da Copa, o italiano Schiavio fez o centésimo gol da história dos Mundiais. A Itália goleou os EUA por 7x1, com três gols de Schiavio.
-Os óculos do suíço Leopold Kielholz ajudou o atacante a enxergar os caminhos do gol no jogo contra a Holanda. O jogador, que atuou de óculos, fez dois gols na vitória de 3x2 da Suíça contra os holandeses.
-Itália e Espanha precisaram de 210 minutos para decidirem quem passaria para as semifinais. Após empate no tempo normal e na prorrogação, as duas equipes tiveram que disputar um jogo-extra para desempate. Vinte e quatro horas depois do empate em 1x1, os donos da casa conseguiram vencer os espanhóis por 1x0, e passaram de fase.
-Giuseppe Meazza foi considerado o craque da Copa de 1934. Suas atuações no Mundial contribuíram para que o atacante da Inter de Milão emprestasse seu nome para o estádio da cidade.

Artilheiros:
Conen (ALE) 4 gols
Nejedly (TCH) 4 gols
Schiavio (ITA) 4 gols

A Final:
Itália e Tchecoslováquia fizeram a final no dia 10 de junho de 1934, no estádio Nazionale PNF, em Roma. Pressionados por Mussolini, os italianos superaram o adversário em mais um jogo duro, que precisou de prorrogação para decretar o campeão do mundo. Depois de 1x1 no tempo regulamentar, Schiavio, que havia marcado três vezes na estreia, voltou a mostrar seu faro de gol fez o tento do título na prorrogação.

Ficha do Jogo:
Itália:
 Combi; Monzeglio e Allemandi; Ferraris, Monti e Bertolini; Guaita, Meazza, Schiavio, Ferrari e Orsi.
Técnico: Vittorio Pozzo

Tchecoslováquia
Planicka; Zenisek e Ctyroky; Kostalek, Cambal e Krcil; Junek, Svoboda, Sobotka, Nejedly e Puc.
Técnico: Karel Petru

Gols: Puc (TCH), aos 31min, e Orsi (ITA), aos 36min do segundo tempo; Schiavo (ITA), aos 5min do primeiro tempo da prorrogação

História das Copas (1)

Um resumo do que aconteceu nas Copas anteriores. Os dados foram pesquisados no livro O Mundo das Copas, de Lycio Vellozo Ribas; Dossiê Placar da História das Copas e o site da ESPN Brasil.

1930- Uruguai

A primeira Copa do Mundo de futebol aconteceu no Uruguai, com a participação de apenas 13 seleções. Naquela época a FIFA já tinha 46 países associados, mas boa parte dos europeus se recusaram a encarar a longa viagem até a América do Sul. O Uruguai, bicampeão olímpico em 1924 e 1928, foi escolhido como sede, deixando de lado nações como Holanda, Suécia, Hungria e Itália, que resolveu não participar do torneio após ter sido preterida. A Copa de 1930 mais pareceu uma Copa América, já que sete dos 13 participantes eram sul-americanos. Sem contar com México e Estados Unidos, do norte do continente americano. Os europeus encararam longos dias viajando em navios, onde se exercitavam para manterem a forma. O grupo A foi composto por quatro seleções: Argentina, França, Chile e México. Os outros nove países foram divididos em três grupos com igual número de participantes.

O Brasil:
O Brasil fo representado apenas por jogadores que atuavam por times do Rio de Janeiro. Depois de muita confusão política entre a CBD, e a Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea), os paulistas ficaram de fora da lista de convocados. Além dos quatro clubes grandes cariocas, América, São Cristóvão, Ypiranga, Goytacaz e Americano cederam jogadores para a seleção. No sorteio dos grupos a seleção brasileira foi cabeça-de-chave, junto com Argentina, EUA e Uruguai.O time canarinho caiu no grupo B, com Iugoslávia e Bolívia. Em meio a tanta polêmica, o Brasil estreou no dia 14 de julho, contra a Iugoslávia, e perdeu por 2x1. Preguinho fez o gol do Brasil, tornando-se o primeiro jogador brasileiro a marcar em Copas.

-Convocados:
Goleiros: Joel (América-RJ) e Velloso (Fluminense);
Defensores: Zé Luiz (São Cristóvão), Pamplona (Botafogo), Oscarino (Ypiranga de Niterói), Itália (Vasco) e Brilhante (Vasco);
Meio-campistas: Benevenuto (Flamengo), Fausto (Vasco), Fernando (Fluminense), Fortes (Fluminense), Hermógenes (América-RJ), Manoelzinho (Ypiranga de Niterói) e Ivan Mariz (Fluminense);
Atacantes: Araken (São Paulo), Carvalho Leite (Botafogo), Doca (São Cristóvão), Moderato (Flamengo), Nilo (Botafogo), Poly (Americano), Prego (Fluminense), Russinho (Vasco) e Teóphilo (São Cristóvão);
Técnico: Píndaro de Carvalho.

Curiosidades:
-O primeiro jogo da história das Copas foi disputado no dia 13 de julho de 1930, no estádio Pocitos, em Montevidéu, capital uruguaia. A França goleou o México por 4 a1. O atacante francês Lucien Lorient fez o primeiro gol da história dos Mundiais.
- A Iugoslávia contou apenas com jogadores sérvios. Os times de origem croata se recusaram a liberar seus atletas para a seleção.
- A Argentina encontrou uma forma democrática de escolher seus representantes na seleção de futebol. Os jogadores foram convocados através de uma votação popular.
- Já na Romênia quem ditava as regras era o rei Carol II. O governante gostava tanto de futebol, que foi ele quem convocou os jogadores para a seleção.
-O jogo entre Argentina e França, pela primeira fase, quase não terminou. O juiz brasileiro Gilberto de Almeida Rego deu o apito final antes da hora e viu a torcida argentina invadir o campo para comemorar a vitória pela contagem mínima. A confusão demorou cerca de meia hora, até que os torcedores foram retirados do gramado e os seis minutos restantes foram jogados.
- No jogo entre os já eliminados Brasil e Bolívia, pelo grupo B, as duas seleções entraram em campo com camisas brancas. O árbitro francês John Balway determinou que um dos dois times trocasse de uniforme. Após um sorteio, sobrou para a Bolívia, que na falta de outra indumentária, teve que vestir as camisas azuis, emprestadas pela seleção uruguaia. O jogo ficou marcado como a primeira vitória brasileira em Copas do Mundo. Brasil 4x0 Bolívia.
- Romênia e Peru jogaram para o menor público da história dos Mundiais. Apenas 300 pessoas foram até o estádio Pocitos, e viram a vitória de 3x1 do time europeu.
- Na inauguração do Estádio Centenário, o Uruguai venceu o Peru pox 1 a 0. Apesar do jogo e da cerimônia de abertura, as obras no estádio ainda não estavam 100% concluídas.
- Terceiro colocado na Copa, os EUA tinham campanha semelhante à da Iugoslávia. Os dois perderam as semifinais para Argentina e Uruguai, respectivamente, por 6x1 cada. Mesmo com a sugestão de um jogo-extra para a disputa do terceiro lugar, os europeus não quiseram jogar e os norte-americanos ficaram com o terceiro lugar, no saldo de gols.

Artilheiro:
Guilhermo Stabile (ARG)- 8 gols

A Final:
Os favoritos Uruguai e Argentina afirmaram as expectativas e chegaram à final, no dia 30 de julho de 1930, no Centenário. Setenta mil pessoas lotaram o estádio e viram a vtória de 4x2 da Celeste Olímpica.

Ficha do jogo:

Uruguai:
Ballesteros; Nasazzi, Mascheroni; Andrade, Fernández, Gestido; Dorado, Scarone, Castro, Cea, Iriarte.
Técnico: Alberto Suppici

Argentina:
Botasso; Della Torre, Paternoster; Juan Evaristo, Monti, Suárez; Peucelle, Varallo, Stabile, Ferreyra, Mario Evaristo.
Técnico: Francisco Olazar

Gols: Dorado (URU), aos 12min, Peucelle (ARG), aos 20min, e Stabile (ARG), aos 37min do primeiro tempo; Cea (URU), aos 12min, Iriarte, aos (URU) 23min, e Castro (URU), aos 44min do segundo tempo

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Os Sete

Assim como nos livros de André Vianco, a convocação dos sete suplentes na lista de Dunga para a Copa do Mundo causa bastante suspense. Vejamos: Sandro, Diego Tardelli, Carlos Eduardo, Ganso, Ronaldinho, Alex e Marcelo. Na minha lista, o Tardelli entraria na vaga de Grafite, e Alex no lugar do Luisão, mas as escolhas do Dunga não chegaram a ser absurdas nesses dois casos. O caso dos jogadores de Santos e Milan é curioso. Ganso não entrou na lista dos 23 porque era inexperiente e só começou a se destacar esse ano. Ronaldinho já não é convocado há muito tempo, mesmo após boas atuações pela equipe rossonera. A qualidade de Ronaldinho é indiscutível, se ele não tem condições físicas de ficar entre os 23, também não deve ter para estar entre os 30, caso contrário talvez merecesse uma chance para se preparar melhor faltando mais de um mês para a estreia do Brasil na Copa. Ou seja, jogadores como Ronaldinho, Ganso e até Marcelo, titular do Real Madri, deveriam estar na lista principal.  Parece ser mais uma prova de que Dunga prefere manter seu círculo de confiança, deixando o talento no banco.
Dica de leitura: Os Sete, de André Vianco.
João Oliveira

terça-feira, 11 de maio de 2010

A Lista do Hexa?

Comentando agora especificamente a convocação para a Copa. Você faria muito diferente do Dunga?Um nome aqui, outro ali, ou a convocação está totalmente equivocada?
Estive observando as listas(ainda que prévias...pelo que vi o Brasil foi a única seleção a já divulgar seus 23 nomes, ao inves de 30)...todas tiveram nomes contestados, nomes que não foram lembrados, etc. Teremos post mais adiante para falar de cada lista(pretendemos esperar até as listas de 23 definitivas), mas as polemicas já acontecem. Riera fora da Espanha?Cambiasso fora da Argentina?Totti fora da Italia?

Mas, para falarmos sobre o Brasil. Nomes são questionados, fato...falemos por posições.

Goleiros:

- Julio Cesar: Indiscutível,nada a falar.
- Gomes: Bom Goleiro
- Doni: Aqui aparece a primeira polêmica. Não discuto a reserva dele na Roma. Parece que é jogada política. A diretoria parece que não engoliu o fato dele ter peitado para se apresentar para um jogo da seleção. Desde então, perdeu a vaga na equipe. Entretanto, a opinião comum a ester blogueiros é que existiam opções melhores. Victor é melhor goleiro. Helton também. Fábio do Cruzeiro, o próprio destemperado Bruno do Flamengo. Além de Marcos, Rogerio Ceni. Enfim...existiam outras opções. Pelo menos ele é reserva.


Laterais:

- Maicon: Um lateral que não me agradava. Mas que evoluiu muito na carreira. Forte fisicamente, inteligente taticamente. Acho também indiscutível.
- Daniel Alves: Muito bom lateral. Polivalente, técnico. Só não é titular por suas deficiências defensivas. Mas ainda faz a outra lateral e pode jogar no meio. Em qualquer seleção ele estaria também.
- Gilberto: Pra mim, a opção de segurança. É experiente. Joga no meio também. Já jogou uma Copa. Não vai decidir, mas não vai comprometer. Numa posição onde ninguém se firmou, talvez seja uma boa opção.
- Michel Bastos: Foi pouco contestado pela mídia pelo que tenho ouvido até agora. Mas eu tenho minhas ressalvas. Ao contrario do Gilberto, não acho que ele vá fazer uma função como a esquerda bem depois de tanto tempo longe. Na Liga dos Campeões da Europa, na semifinal com o Bayern, saiu do meio e foi para lateral...E ali virou uma avenida. Foram poucos testes para essa vaga na Copa. Marcelo talvez fosse uma melhor opção. Até pela opção "experiente" do Gilberto, com o Daniel Alves também jogando por ali, talvez o Marcelo possa fazer aquela função de um lateral mais agudo que poderia mudar o jogo.Ou deixá-la em aberto para o meia reserva do Kaká. Outros tiveram mais testes, como o Kleber e o Andre Santos, mas não convenceram. Minha ressalva com o Michel Bastos é que ele sequer chegou a ter tempo para convencer ou não.


Zagueiros:

- Juan: Indiscutível, nada a dizer.
- Lucio: Idem. Outro exemplo de zagueiro que evoluiu demais na carreira. De zagueiro atabalhoado a zagueiro sério e seguro. Incontestável também.
- Luisão: Na ausencia do Juan por contusão, não comprometeu. É experiente. Boa escolha.
- Thiago Silva: Vejo-o como o sucessor de Lucio e Juan, que possilvemente não chegaram a uma próxima Copa. É um zagueiro que tem tudo pra se tornar completo. O Monstro merecia essa vaga também.


Volantes:

- Gilberto Silva: É experiente, taticamente perfeito também. E já mostrou que não treme em Copa.
- Josué: É titular e capitão do Wolfsburg. Mas não me pega. É burocrático. Acho que o Brasil passa por uma entressafra de bons primeiros volantes. Talvez assim que ele ganhou seu espaço na seleção. Talvez o Sandro(ex-Inter) seja melhor opção. E promissor. Fora ele, não me ocorre outro nome(não de primeiro volante)
- Felipe Mello: Este é complicado de aceitar também. Um jogador mediano(sequer o acho bom jogador) que teve uma boa fase. Ganhou sua chance e o Dunga passou a amá-lo. O problema é que a boa fase acabou. E ele voltou a mostrar-se o jogador destemperado que lembravámos no Brasil. Inclusive perdendo a cabeça ao ser questionado por um jornalista, ao vivo, na ESPN. Tanto na seleção quanto na Juventus é questionado.. Outros volantes são superiores. Lucas. Thiago Motta. Desnecessário
- Ramires: Volante moderno. Fez bela temporada pelo Benfica e mostrou que não era apenas boa fase. Pode dar dinamismo ao meio-campo da seleção.


Meias:

- Kleberson: Um dos nomes mais questionados. Tecnicamente é muito bom. Mas simplesmente é um vagalume. E andou muito tempo dormindo. Isso, na seleção, numa Copa do Mundo, é perigoso. Mas acordado, também pode dar dinamismo a equipe. Tem história em copas. Um mês que lhe rendeu boa parte do que ele alcançou na carreira. Agora tem mais um mês para provar se ele era apenas um jogador inspirado ou se realmente é grande. Me colocando no lugar do Dunga, neste momento, levaria-o. Se fosse o técnico da seleção nestes quatro anos, talvez não. Talvez o Hernanes?o Anderson do Manchester se tivesse em condições(e pusesse a cabeça no lugar também...andou meio perdido). Mas repito, no lugar do Dunga, nesse momento, é uma opção. Mas torçamos para que eles esteja acordado.
- Elano: É mais um dos queridinhos do Dunga. Mas pra mim não convence. É de mediano pra bom. Não o vejo decidindo uma partida. Ele é um meia. Os meias deveriam ter essa capacidade, ainda que não o façam sempre. Possui um "dinamismo burocrático", uma "versatilidade previsivel". Ele joga em praticamente todas do meio. Em nenhuma compromete. Mas em nenhuma decide. Ao contrario do Gilberto, no meio existem mais opções. Muitas outras opções. Talvez a vaga para o Gaucho ou Ganso. Ou quem sabe o Diego(apesar de ser outro que nunca convenceu com a camisa da seleção). Alex(Ex-Cruzeiro)?Alex(Ex-Inter)?Entendo a escolha do Dunga. Mas não concordo.
- Julio Baptista: Nome contestado, mas que, nesse quatro anos demonstrou um fenômeno curioso. Ele joga mais na seleção do que no clube. Joga com vontade, raça. Sentir a pressão,não sente. Mas só. Dificilmente decidirá. Assim como o Kleberson,se eu assumisse a seleção agora, acho que o levaria. Se fosse a 4 anos atrás não.
- Kaká: A esperança de desequilibrio da seleção. Vem de problemas fisicos. E isso pode decidir o futuro da seleção...


Ataque:

- Luis Fabiano: Sem a marca, com calma, ganhou o seu lugar com futebol eficiente. Não a o que contestar também.
- Nilmar: Outro que vem mostrando que a sua vaga é merecida. Quando chamado, correspondeu.
- Robinho: É um excelente atacante sim. Mas mascarado. E isso pode comprometer. Porem, é um dos pilares da Era Dunga.
- Grafite: A "surpresa" da convocação. Conforme dito no ultimo post, Adriano jogou sua vaga pela janela. Mas, quem iria pro lugar dele?Grafite jogou 20 minutos. Teve vontade? Sim. Foi bem? Sim. Mas só isso basta? Tardelli deve ter ficado decepcionado. As melhores opções estão mal fisicamente, como o Pato e o Fred. Vagner Love em boa fase. Existem centroavantes superiores. Um jogador que não foi testado e deveria também era o Kleber do Cruzeiro(mesmo com seu genio dificil).



Enfim. No geral, o clamor popular não comoveu Dunga. Os meninos da Vila ainda não tiveram seu teste de fogo. Num lapso de coerencia verbal, Dunga resumiu: Ganso foi banco ano passado no Mundial Sub-20. Mais do que banco, adiciono que ele perdeu a vaga de titular para o Giuliano do Internacional. Foi mal no torneio. Neymar era o carro-chefe da seleção sub-17 que não passou da primeira fase da Mundial Sub-17. O problema é que,ao contrario do Ronaldo em 94 e o do Kaká em 2002, com eles haveria clamor para que fossem titulares. Até porque o ataque não é mais Bebeto e Romário. E os meias não são mais Rivaldo e Ronaldinho Gaucho. Falando no dentuço. Eu o levaria sim. Ele é um jogador que pode mudar um jogo em dois minutos. Mas Dunga não quis, paciencia. E o Adriano...bem, o Adriano já foi cornetado no ultimo post.


Sinceramente, vejo uma seleção com uma cara de 1990 por ai. Mas vamos ver o que acontece. E você? Vê esse time Hexa Campeão mundial?

Como ficar de fora de uma Copa

O técnico Dunga divulgou hoje no início da tarde a lista dos 23 convocados para o Mundial da África do Sul. A já esperada ausência dos "Meninos da Vila" foi confirmada, as surpresas foram o goleiro Gomes no lugar de Victor, e Grafite na vaga de Adriano. O Imperador fez de tudo para ficar de fora da lista. O atacante faltou treinos, ganhou peso, pouco jogou nas partidas decisivas do Flamengo e se envolveu em uma série de confusões extra-campo. Em breve análise, o último grande jogo de Adriano foi o Fla-Flu, ainda pela Taça Guanabara do Campeonato Carioca. Depois disso foram muitas ausências e alguns gols, mais pela fragilidade dos adversários do que méritos do atacante. De acordo com o próprio treinador da seleção, Adriano teve todas as chances, mas acabou não convocado pois a comissão técnica não poderia cometer os mesmos erros de convocações passadas. Resta saber qual vai ser a reação do Imperador. Ou acorda e resolve jogar bola, ou se afunda de vez. Nos meus comentários sobre os jogos da Copa vou sempre indicar um livro, mas hoje vou ficar com o best-seller de Adriano Leite Ribeiro, sobre 'Como ficar fora de uma Copa', livro de cabeceira para jovens atletas que preferem assistir à Copa pela TV.
João Oliveira

Um mês

Estamos abrindo as postagens para o blog. Nessa fase vamos comentar as listas de jogadores convocados para cada seleção, além de notícias relacionadas à Copa do Mundo. Como ainda estamos trabalhando, não serão muitas postagens por dia, mas no período do Mundial estaremos batendo ponto por aqui. Fiquem à vontade para também postarem suas opiniões.