quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Análise dos pequenos do Rio
Por João Oliveira,
No meio da última década os times considerados pequenos do Rio de Janeiro ameaçaram uma pequena revolução na estrutura do futebol carioca. Com a má fase de alguns grandes, os clubes do Subúrbio e do interior foram protagonistas em diversas oportunidades. Madureira, Cabofriense, Americano e Volta Redonda figuraram entre os atores principais da festa durante algum tempo.
Com algumas mudanças, como a restrição da TV a alguns estádios dos times pequenos, esses clubes perderam um pouco da força, mas prometem incomodar os grandes esse ano. Guardadas as proporções, com cada um dentro de suas realidades, os “menores” evoluíram e até se destacam em divisões inferiores do Brasileirão. Como nos casos de Duque de Caxias, Macaé e Madureira.
O retorno causado com a disputa de competições nacionais convenceu os dirigentes de que é preciso montar uma estrutura que sirva para o ano inteiro, e não apenas durante o Estadual. Boavista, Madureira, Volta Redonda, Macaé e Resende são alguns dos que podem sonhar com vôos mais altos em 2011. Garantidos na Série C do Brasileirão, o Tricolor Suburbano e o Alvianil Praiano aproveitaram a base do ano passado e se reforçaram bem para esta temporada.
Enquanto isso, os outros clubes tradicionais da capital, Bangu, América e Olaria, apresentam elencos mais modestos, mas que sempre podem chegar longe, contando com a força de suas torcidas, principalmente contra os outros times do mesmo porte. Além da camisa, o América aposta no DNA dos craques, ao contratar os filhos de Zico e Cláudio Adão, respectivamente.
América: O Mecão tem poucos jogadores formados na base. A aposta do clube tijucano é na liderança de seu novo gestor de futebol, o ex-jogador e ídolo da torcida, Edu Coimbra. Dentro de campo uma das novidades carrega sobrenome de craque. Thiago Coimbra, filho de Zico e sobrinho de Edu. O atacante Felipe Adão, filho de Cláudio Adão e o lateral Josimar, que carrega o nome do pai famoso, que jogou pelo Botafogo, são outras apostas do Diabo. O técnico Gilson Gênio vai ter muito trabalho para formar a equipe, composta por jovens que rodaram por clubes de divisões inferiores do Rio de Janeiro, e com alguns remanescentes da campanha de 2009, que tirou o América da Segunda Divisão do Campeonato Carioca. Diguinho, que voltou ao clube esse ano, e Luiz Antônio são dois dos que ajudaram o clube a virar a página mais triste de sua centenária história.
Bangu: O clube da Zona Oeste manteve a base da equipe vice-campeã da Copa Rio, em 2010. O resultado colocou o Bangu na atual edição da Copa do Brasil, numa nova oportunidade do clube voltar a figurar no cenário nacional. O técnico Gabriel Vieira, ex-América, tem a responsabilidade de fazer boas campanhas nas duas competições do primeiro semestre e tentar conduzir o Bangu a uma vaga na Série D. Tarefa difícil, mas não impossível para uma equipe que leva vantagem sobre as outras no quesito entrosamento. Pode fazer diferença, principalmente nas primeiras rodadas do campeonato.
Macaé: O time de Dário Lourenço, quinto colocado na terceira divisão do Campeonato Brasileiro de 2010, conta com a experiência de André Gomes e a chegada de Luís Mario, que veio para suprir a saída de Edivaldo para o Madureira. Além disso, o Macaé espera fazer de seu estádio Cláudio Moacyr Resende, recém inaugurado, um verdadeiro alçapão em Macaé. Garantido na Série C, deve usar o Estadual como laboratório, sem passar sufoco na parte de baixo da tabela.
Madureira: Conta com uma base muito bem entrosada. Mesclou contratações de jogadores desconhecidos, que disputaram a Série D por outros times, e alguns medalhões, como Adriano Magrão e Marcelo Ramos. A briga deve ser muito boa no ataque, que ainda conta com Edivaldo e Maciel, ex-Porto(POR). É um dos que podem surpreender neste campeonato.
Volta Redonda: O Voltaço contratou vários jogadores conhecidos do futebol carioca. O meia Lopes, revelado no próprio clube, o volante Radamés, ex-Fluminense e o atacante Jean, que passou por Flamengo, Fluminense e Vasco são os principais nomes. Briga para beliscar uma vaga na Série D.
Boavista: O clube de Saquarema tem uma parceria com o Duque de Caxias e constantemente faz intercâmbio de jogadores com o time da Baixada Fluminense. Comandados por Alfredo Sampaio, o time da Região dos Lagos recebeu, entre outros, André Luís e Frontini, dois dos destaques do Duque na Série B do Brasileirão do ano passado. Aliados ao atacante Tony, com passagem pelo Botafogo, os atletas do Boa vista devem formar um bom time, com boas chances de chegar à Série D.
Duque de Caxias: Sem muitas pretensões para essa edição do Estadual. O objetivo é não passar vergonha como em 2010, quando fez uma das piores campanhas da competição. Desta vez o time do experiente treinador Arthur Bernardes manteve uma base, apesar de ceder diversos jogadores ao Boavista. Principal nome da equipe na Série B do Brasileirão 2010, o atacante Somália permaneceu na Baixada Fluminense, assim como Geovanne Maranhão e Lenílson. As novidades foram as contratações do zagueiro Fábio Braz e do lateral-esquerdo Jorginho Paulista, além de uma legião de jovens promessas vindas de clubes grandes, como Lenon, do Flamengo e Gabriel, do Botafogo.
Resende: Mesmo num patamar um pouco abaixo dos times acima citados, o Resende tem um bom treinador e contratou bons jogadores para o Cariocão. Além de repatriar o atacante Alexandro, o clube do interior contratou o ex-goleador do Volta Redonda, Fábio, além de está prestes a acertar com o veterano Tuta. A tendência é que o clube não passe pelo mesmo sufoco do ano passado, quando teve que jogar o triangular da morte, para fugir do rebaixamento. É uma aposta que pode surpreender em 2011.
Olaria: Praticamente manteve o mesmo time do último Campeonato Carioca. As novidades são os argentinos Gonzalo Gil e Nicolas Villafane, além do zagueiro colombiano Cesar Mena. Os três estrangeiros devem ajudar bastante ao jovem time do Olaria, que sempre leva bons públicos ao estádio da Rua Bariri. Se melhorar um pouco seu desempenho de 2010, o clube da Leopoldina deve se classificar para a Série D e voltar a disputar uma competição nacional.
Americano: Grande pedra no sapato dos grandes na década de 1990, o Americano já não assusta mais ninguém. Depois de um péssimo início de campeonato no ano passado, o clube de Campos conseguiu se recuperar e se livrou da segundona. Para esse ano a diretoria, mais uma vez, apostou em atletas da região de Campos e de clubes do Espírito Santo. A maior contratação veio do Goytacaz, Wellington Jacaré volta ao Americano depois de disputar a Copa Rio pelo maior rival do Alvinegro Campista. O objetivo do Americano é, novamente, fugir do rebaixamento.
Cabofriense: O clube da Região dos Lagos volta à elite do futebol carioca e tem como principal apoio a parceria com o Cruzeiro, que já dura muitos anos e sempre leva jogadores para o Tricolor de Cabo Frio. Desta vez quem veio foi o atacante Jajá, ex-Cruzeiro e Ipatinga, que deve formar dupla de ataque com Assumpção, ex-Olaria e ex-Flamengo. Quem continua jogando pela Cabofriense é o eterno goleiro Flávio, que tem a missão de evitar um novo rebaixamento.
Nova Iguaçu: Dono de uma das melhores estruturas do futebol carioca, o clube da Baixada Fluminense está voltando à primeira divisão apostando na força das suas categorias de base. O treinador Josué Teixeira comanda o projeto do Nova Iguaçu, que agora tem até estádio próprio. O time foi muito bem na segunda divisão, ano passado, mas pode ser pouco para permanecer na primeira divisão.
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