quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Chocolate catalão


Por João Oliveira,
Baile, passeio, chocolate, sapeca-iáiá, ou simplesmente uma aula de futebol. É difícil definir a atuação do Barcelona na última segunda-feira no clássico contra o Real Madrid, no Camp Nou. O modo como joga o time de Pep Guardiola parece simples: reter a posse de bola e fazer a defesa adversária se desarrumar com tantas trocas de passes.
Tal como uma roda de bobo, o Real passou toda a partida sem nem ver a cor da pelota. O time merengue não conseguia sair jogando e sofria com a marcação adiantada do adversário. Quando conseguiam chegar na defesa do Barça, os madrilenos paravam na dupla Piqué e Puyol.
Depois de um final de semana em que só discutimos o “entrega-ou-não-entrega” ou as malas brancas e suas matizes, o clássico espanhol disputado numa segunda-feira veio muito a calhar. Os 5 a 0 saíram baratos para os visitantes, tamanho volume de jogo e oportunidades perdidas pelo Barcelona. Ainda mais diante de um Real Madrid completamente apático, sem saber como reverter o quadro, depois de levar dois gols em menos de 20 minutos de jogo.
Se a grande virtude de Mourinho na temporada passada foi armar um time com bastante consistência defensiva, nesse primeiro grande teste à frente de seu novo clube, o treinador português pôde constatar as deficiências do seu time nesse setor. Os defensores do Real tiveram que apelar para a violência para impedirem uma goleada ainda maior de Messi & Cia.
Aliás, a situação do craque argentino é bastante curiosa. Os estatísticos apontam que La Pulga jamais marcou um gol em um time treinado por José Mourinho, porém a atuação do jogador deu um pontapé nos números, Com passes, dribles e arrancadas capazes de deixar qualquer beque louco, Lionel fez lembrar a frase de Fernando Calazans sobre o fato de Zico nunca ter ganhado uma Copa do Mundo: “Azar da Copa do Mundo”.
Que Messi continue a vida inteira sem fazer gols em equipes dirigidas pelo velho “Mou”, mas que continue a nos brindar com seu farto repertório de bola. Quanto à Mourinho, o português ainda tem tempo de mexer e melhorar o Real Madrid, e inclusive vencer o Barcelona no returno do Campeonato Espanhol. Mas vai ser difícil vermos o time catalão ser parado por alguém, ainda mais depois de uma goleada histórica sobre o maior rival.

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