sábado, 20 de novembro de 2010

Literatura e Futebol (20/11/2010)


Por João Oliveira,
A indicação de hoje tem tudo a ver com a data. Dia 20 de Novembro se celebra o Dia da Consciência Negra. Já que falamos neste blog sobre um esporte em que o Rei é negro, nada mais justo do que homenagear aqueles que ajudaram a construir o futebol brasileiro.
O Negro No Futebol Brasileiro”, de Mário Filho, é talvez a principal obra que estuda como um esporte vindo da Inglaterra se tornou na maior expressão popular do Brasil. De diversão da elite no início, o futebol foi reinventado pelas classes operárias.
A obra de Mário Filho é fundamental para quem pretende pesquisar e entender sobre o início da popularização do futebol no país. Não é à toa que, depois da morte do autor, seu nome batizou o então Estádio Municipal do Rio de Janeiro. Pois é, o famoso Maracanã assina como Estádio Mário Filho.
Apesar de ser um livro antigo, vale à pena dar uma olhada. É livro de cabeceira para quem trabalha ou é apaixonado por futebol. Fica a dica. Boa leitura.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Renascimento francês


Por João Oliveira,
Depois de duas campanhas muito ruins no último Mundial, Inglaterra e França saíram da África do Sul pela porta dos fundos. Enquanto os ingleses optaram por um processo de renovação gradativo no English Team, os franceses partiram para mudanças mais radicais e aparentemente acertaram na medida.
O time de Laurent Blanc dominou a Inglaterra de Fabio Capello em pleno estádio de Wembley. Em uma atuação surpreendente, os visitantes fizeram uma verdadeira blitz em cima dos donos da casa, marcando no campo de defesa do adversário e dificultando muito a saída de bola inglesa.
O 1x0 no placar da primeira etapa ficou barato para a Inglaterra. Sem Lampard e Rooney, e com Gerrard bem marcado, os britânicos ficaram sem muitas alternativas de jogo e foram postos na roda pelos franceses. Malouda, Nasri, Valbuena e Benzema sobraram em campo. Com os três primeiros encostando no ataque, o atacante do Real Madrid fez um gol e foi bem no comando de ataque francês, mostrando que pode se recuperar da fase ruim vivida no clube espanhol.
Na segunda etapa a França ampliou o placar, mas mudou um pouco de postura, marcando mais atrás e apostando nos contra-ataques. Com as substituições realizadas por Fabio Capello, a Inglaterra melhorou, conseguiu ficar mais tempo no campo de ataque e levar perigo ao gol de Lloris. Porém o gol de honra só saiu com o grandalhão Peter Crouch, uma espécie de talismã do English Team.
Mesmo com cinco minutos de acréscimo, a seleção inglesa pressionou, mas não conseguiu empatar a partida. No final até que o placar ficou de bom tamanho para a Inglaterra, que poderia ter levado uma goleada, caso os franceses tivessem caprichado mais, principalmente no primeiro tempo.
No caso dos Le Bleus, a vitória fora de casa sobre um adversário tradicional devolve muito do orgulho perdido na Copa do Mundo. Além da confiança ganha, a França voltou a mostrar força e um time competitivo para a seqüência das Eliminatórias da Euro 2012. Já a Inglaterra vai precisar de muito trabalho e da garra demonstrada no segundo tempo do amistoso de hoje.

Com a Pulga atrás da orelha


Por João Oliveira,
Desde que chegou à seleção brasileira, o treinador Mano Menezes teve, enfim, sua verdadeira prova de fogo. Afinal não é todo dia que se enfrenta o seu maior rival. Do outro lado do banco de reservas, Sergio Batista também deveria estar com frio na barriga ao encarar o Brasil logo na sua primeira partida depois de ter sido efetivado como técnico da Albiceleste.
Com exceção dos machucados, as duas equipes entraram em campo com seus principais nomes. Porém o que se viu foram dois times cautelosos, sentindo carência de jogadores como Pato e Tevez. O Brasil até que começou um pouco melhor, com tabelas entre Robinho, Ronaldinho e Neymar, mas sofrendo sem um atacante de referência na área. Vale ressaltar que Ronaldinho não jogou mal, mas que vai ter que encarar a forte concorrência de Philippe Coutinho e Paulo Henrique Ganso para garantir sua vaga de titular.
Por outro lado, a Argentina, que ainda não conseguiu renovar sua linha de defesa, já começa a ganhar corpo, principalmente do meio para frente. Di Maria tomou conta da posição e Pastore mostrou que pode ser muito útil à equipe. Nossos hermanos precisam urgentemente de soluções para suas laterais. Se do lado direito Zanetti não tem mais o mesmo vigor, no esquerdo Heinze nunca foi a melhor opção.
Apesar das boas jogadas e chances de gols dos dois lados no primeiro tempo, o empate sem gols caminhava a passos largos pela segunda etapa, até que num vacilo de Douglas, que entrou na vaga de Ronaldinho, os argentinos roubaram uma bola que caiu nos pés de Messi. O craque do Barcelona precisou de poucos segundos para furar a defesa brasileira e bater o goleiro Victor, com um chute no cantinho.
Foi o primeiro gol sofrido pela Seleção na Era Mano Menezes. E logo para a Argentina. A derrota brasileira não é suficiente para abalar o trabalho do comandante gaúcho, mas no duelo entre dois treinadores ainda em afirmação em seus cargos, o argentino vai entrar em 2011 com mais moral. Já o treinador tupiniquim pode se orgulhar de ter boa parte de sua equipe definida. Mas vai passar o réveillon com La Pulga atrás da orelha.

sábado, 6 de novembro de 2010

Literatura e Futebol (06/11/2010)


Por João Oliveira,
Futebol no Brasil sempre foi sinônimo de paixão, emoção, comoção e...confusão! Títulos divididos, não reconhecidos, volta olímpica de vice-campeão, erro na contagem de pênaltis, campeonatos de um determinado ano terminado no ano seguinte e até mesmo Campeonato Carioca disputado duas vezes, em 1979.
Até hoje se discute o campeão brasileiro de 1987. E a Taça das Bolinhas, que deveria ser entregue ao primeiro clube pentacampeão nacional, segue dentro de um cofre sem saber se vai para a Gávea ou para o Morumbi. Polêmicas à parte, a coluna de hoje vem para colocar um pouquinho mais de lenha em outro assunto. A CBF não reconhece competições nacionais entre clubes antes de 1971. Para a entidade máxima do futebol, o primeiro Brasileirão foi vencido pelo Atlético-MG.
Sem o carimbo da CBF, a Taça Brasil e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa- também conhecido como “Robertão”- primeiras competições com caráter nacional no país, não entram na conta atual que apresenta Flamengo e São Paulo como os dois maiores vencedores do Campeonato Brasileiro.
Porém, os clubes vencedores desses torneios percussores do Brasileirão sempre que podem reivindicam mais essa estrela no peito. É o caso do Fluminense, campeão da Taça de Prata- que substituiu o “Robertão”- de 1970.
A conquista Tricolor, de tão importante, virou livro. O jornalista e escritor Roberto Sander lançou o Taça de Prata de 1970, pela editora Maquinária. A obra traz as fichas de todos os jogos do clube das Laranjeiras, além de detalhes do primeiro título brasileiro do Fluminense, campeão do Brasileirão em 1984.
Mais do que uma ótima dica literária, o "Literatura e Futebol" de hoje levanta uma bola: você acha que a CBF deveria reconhecer os títulos brasileiros anteriores a 1971?
Campeões Brasileiros pré-CBF:
Taça Brasil: Bahia (1959), Palmeiras (1960 e 1967), Santos (1961 até 1965), Cruzeiro (1966) e Botafogo (1968).
Torneio Roberto Gomes Pedrosa:
Palmeiras (1967 e 1969), Santos (1968) e Fluminense (1970)