quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Freguesia à francesa


Por João Oliveira,

A seleção brasileira perdeu mais uma vez para a França, em Paris, no Stade De France. Nada que possa chegar perto da fatídica derrota da final da Copa de 1998, nem da eliminação no Mundial de 2006. Mas se tem um adversário que causa arrepios à torcida brasileira, é a seleção francesa. E vai ficar pra depois a exorcização desse fantasma que assombra o futebol brasileiro.

Com duas equipes bastante renovadas em relação ao último Mundial, o amistoso entre Brasil e França gerou muita expectativa entre torcedores e jornalistas. Dentro de campo a história foi outra. Apesar de um bom início, partindo pra cima do adversário, a seleção canarinho não conseguiu manter o ritmo e acabou dominada pelos franceses no segundo tempo.

A expulsão de Hernanes, após um pontapé em Benzema, no melhor estilo Felipe Melo, atrapalhou bastante o time. O meia não chegou a ter atuação parecida como aquelas que tem feito na Lazio, mas fez falta quando o Brasil precisou de alguém que tocasse a bola com qualidade e de maneira objetiva. Sem a companhia do ex-tricolor, Renato Augusto e Elias não conseguiram criar boas jogadas, enquanto Robinho e Pato deixaram muito a desejar na frente.

Por outro lado, a França teve mais lances de perigo, mas também sem ser incisiva o tempo todo. E os Azuis foram premiados logo no início do segundo tempo, com um gol de oportunismo de Benzema, aproveitando cruzamento de Menez, que conseguiu bagunçar a defesa brasileira no lance do gol. Na sua volta à Seleção, o goleiro Júlio César ainda salvou o time de um resultado pior, com pelo menos uma defesa sensacional, e outras intervenções que frustraram o ataque adversário.

É certo que Mano Menezes ainda não conta com todas as peças necessárias para montar sua seleção. Nomes como Kaká e Ganso, que se recuperam de lesão, e Neymar, servindo a seleção Sub-20, ainda podem, e devem entrar na equipe, agregando mais qualidade ao grupo. Num período como esse, de preparação, é melhor encarar adversários do porte de Argentina e França e aprender com as derrotas, do que fazer jogos caça-níqueis, contra seleções fracas e sem expressão.

O resultado de hoje traz preocupação para Mano Menezes e leva confiança e um sentimento de afirmação para Laurent Blanc e seus comandados. Já a seleção brasileira precisa do auxílio de mais jogadores com experiência, senão corre o risco de sucumbir sempre que pegar um rival do mesmo nível.

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