sábado, 19 de fevereiro de 2011

Literatura & Futebol (19/02/2011)



Por João Oliveira,

Durante a semana fiquei procurando novidades sobre livros relacionados ao futebol. A coluna “Literatura & Futebol” anda um pouco parada por aqui e a idéia era voltar ao ritmo de antes com alguma dica nova e bacana. Sugestões e opções não faltaram, mas acabei escolhendo um livro lançado em 2009. O motivo foi o início da Copa do Brasil, no meio de semana, com jogos de times tradicionais como Flamengo, São Paulo, Bangu, Portuguesa e os já famosos figurões do interior do país, como Murici (AL) e São Domingos (SE), casa qual com suas histórias recheadas de “causos” e curiosidades capazes de produzir um livro por clube.

Os autores Marcelo Migueres e Alex Escobar, apresentador da Globo, mataram parte de nossa curiosidade e lançaram há dois anos o “ 20 Anos da Copa do Brasil”, contando a história da competição que começou em 1989. Os campeões, artilheiros, craques, goleadas, tudo está na obra. Porém o mais interessante também está lá. As pequenas peculiaridades de várias equipes que já disputaram o torneio, assim como apelidos divertidos dos jogadores. Quem não se lembra do veterano e roliço Cícero Ramalho, mais conhecido como Cícero Romário? O artilheiro do Baraúnas (RN) enfrentou o Vasco, do verdadeiro Baixinho, e eliminou o Gigante da Colina em pelo estádio de São Januário.

Só na primeira rodada já vimos a Portuguesa (SP) sofrendo com o avante Pipico, do Bangu. Sem contar com o presidente rubro-negro do Murici, que viu seu time de coração eliminar o clube ao qual comanda. Sem contar com os primos pobres River Plate (SE) e Penarol (AM), que sonham conseguir pela Copa do Brasil um passaporte para a Libertadores, onde podem pegar seus homônimos famosos.

Os exemplos citados aqui são apenas pequenos temperos jogados no caldeirão de culturas da Copa do Brasil, a competição mais legal e democrática desse país continental. Acho que até eu vou ler de novo o “20 Anos da Copa do Brasil”, de Marcelo Migueres e Alex Escobar. Boa leitura, e divirtam-se.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Freguesia à francesa


Por João Oliveira,

A seleção brasileira perdeu mais uma vez para a França, em Paris, no Stade De France. Nada que possa chegar perto da fatídica derrota da final da Copa de 1998, nem da eliminação no Mundial de 2006. Mas se tem um adversário que causa arrepios à torcida brasileira, é a seleção francesa. E vai ficar pra depois a exorcização desse fantasma que assombra o futebol brasileiro.

Com duas equipes bastante renovadas em relação ao último Mundial, o amistoso entre Brasil e França gerou muita expectativa entre torcedores e jornalistas. Dentro de campo a história foi outra. Apesar de um bom início, partindo pra cima do adversário, a seleção canarinho não conseguiu manter o ritmo e acabou dominada pelos franceses no segundo tempo.

A expulsão de Hernanes, após um pontapé em Benzema, no melhor estilo Felipe Melo, atrapalhou bastante o time. O meia não chegou a ter atuação parecida como aquelas que tem feito na Lazio, mas fez falta quando o Brasil precisou de alguém que tocasse a bola com qualidade e de maneira objetiva. Sem a companhia do ex-tricolor, Renato Augusto e Elias não conseguiram criar boas jogadas, enquanto Robinho e Pato deixaram muito a desejar na frente.

Por outro lado, a França teve mais lances de perigo, mas também sem ser incisiva o tempo todo. E os Azuis foram premiados logo no início do segundo tempo, com um gol de oportunismo de Benzema, aproveitando cruzamento de Menez, que conseguiu bagunçar a defesa brasileira no lance do gol. Na sua volta à Seleção, o goleiro Júlio César ainda salvou o time de um resultado pior, com pelo menos uma defesa sensacional, e outras intervenções que frustraram o ataque adversário.

É certo que Mano Menezes ainda não conta com todas as peças necessárias para montar sua seleção. Nomes como Kaká e Ganso, que se recuperam de lesão, e Neymar, servindo a seleção Sub-20, ainda podem, e devem entrar na equipe, agregando mais qualidade ao grupo. Num período como esse, de preparação, é melhor encarar adversários do porte de Argentina e França e aprender com as derrotas, do que fazer jogos caça-níqueis, contra seleções fracas e sem expressão.

O resultado de hoje traz preocupação para Mano Menezes e leva confiança e um sentimento de afirmação para Laurent Blanc e seus comandados. Já a seleção brasileira precisa do auxílio de mais jogadores com experiência, senão corre o risco de sucumbir sempre que pegar um rival do mesmo nível.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Emoções fortes na Terra da Rainha




Por João Oliveira,

Novidades, traição, surpresa, decepção, e muito dinheiro envolvido. Parece roteiro de filme, mas nada mais é do que o enredo da última semana no futebol inglês. Depois da venda do atacante espanhol Fernando Torres do Liverpool para o Chelsea, do tropeço do então líder invicto Manchester United para o lanterna Wolverhamptom e da inacreditável reação do Newcastle depois de sair perdendo por 4x0 para o Arsenal, não se pode duvidar de mais nada nos campos da “terra da rainha”.
Sem contar o exagero das cifras, 50 milhões de libras por um jogador que nunca figurou entre os tops do mundo, a saída de Fernando Torres para o rival emergente Chelsea despertou a fúria da torcida do Liverpool, seu time de origem. Manifestações passionais típicas do futebol, mesmo que esquecidas dentro desse status de modernismo dado ao esporte bretão nos últimos tempos. Melhor para os fãs dos Reds, que puderam ter uma pequena vingança na vitória sobre os londrinos, por 1x0 nesse domingo, além de comemorarem mais três pontos na recuperação da equipe, que começou muito mal na Premier League.
Nos jogos de sábado, a grande surpresa foi a derrota do Manchester United para o Wolverhamptom. Além do simples fato do líder perder para o lanterna, o vacilo dos Diabos Vermelhos significou muito mais. Os comandados de Alex Ferguson deixaram escapar uma chance única de fazer história no Campeonato Inglês e entrarem no seleto grupo de campeões invictos. Agora resta ao United correr atrás do prejuízo e provar que esse foi apenas um acidente de percurso de uma campanha vitoriosa.
Porém nem o clássico entre Chelsea e Liverpool, nem a derrota do Manchester, superou o duelo entre Newcastle e Arsenal. A partida foi o destaque de uma rodada cheia de gols e vai ficar por muito tempo na memória dos torcedores dos dois clubes. Tudo se encaminhava para mais uma goleada fácil do time de Arsene Wenger, alguns até apostavam em um massacre histórico, depois de o Arsenal abrir quatro gols de vantagem no primeiro tempo. Histórica foi a reação do Newcastle.
Os donos da casa empataram, e por pouco não viraram o jogo. Com uma arbitragem polêmica no segundo tempo, os Magpies encurralaram os Gunners, e chegaram ao empate de maneira épica. A partida foi um prato cheio para os apaixonados por futebol, que vão ter mais uma história para contar para os seus filhos. Pena que o Manchester United perdeu a chance de ser campeão invicto e nos alimentar com mais material de entretenimento para nossos sucessores. Independente do campeão da Premier Legue 2010/2011 e, das transferências milionárias e polêmicas de jogadores, a reviravolta do Newcastle já é o fato a ser lembrado nesta temporada.